Quadra de Vôlei

Como se já não fosse o bastante para um dia depois de arruinar parte da arena, matar um ciclope de boneco mutante, conhecer um garoto chamado Andrew que me carrega até a Casa Grande em meio a risadas e parabéns e a ter de limpar uma adaga longa com fogo grego... Fui quase que obrigado a jogar uma partida de vôlei em meio a sátiros um pouco maiores do que o que troxe ao Acampamento Meio-Sangue. Eu não estava nem um pouco animado para jogar,mas já que faltava um no time e que estava apenas em um campo cujos morangos exalavam um cheiro maravilhoso.
O jogo começou bem comum a princípio, mas quando todos já estavam entrosados e atentos cada um usava seus artifícios para ganhar, como o filho de Poseidon que levantou uma parede de água para barrar um ponto do nosso time. Outrora um filho de Hades solicitou que alguns esqueletos os fornecesse auxílio. MAS, não vou mentir, algumas vezes eu busquei assustar o outro time, mas um pouco de medo é melhor do que uma muralha aquática.

Com o chegar dos jogos parecia que ninguém mais frequentava a quadra de vôlei, nem mesmo os sátiros que adoravam as partidas e agora se distraiam com as ninfas deixando o local praticamente abandonado e, por consequência, havia sido um dos locais que eu ia quando precisava pensar ou apenas ficar sozinha. 
Caminhei até o mesmo e as bolas estavam espalhadas pelo chão com a rede ainda montada sem o barulho das constantes risadas e ruídos de bolas quicando que costumava existir por ali. Então, peguei uma das bolas e comecei a quicar a mesma até o fundo da quadra dando alguns saques sem direção alguma e sem ao menos me importar para onde as esferas se dirigiam, apenas precisava pensar um pouco. Algumas pessoas no acampamento subestimavam minha inteligência e isso me deixava irritada, o fato delas parecerem acreditar que por eu ser criança sou facilmente enganada era o que me deixava mais raivosa. 
"Use isso ao seu favor". a voz de minha mãe ecoou em minha mente, causando um sorriso instantâneo, ela tinha uma maneira especial e única de acalmar meus ânimos conseguindo tirar todas as minhas dúvidas. Não que ter crescido apenas com um pai tivesse sido ruim, amava ele e sabia de todos os esforços que ele fizera para me criar sozinha, mas me faltava algo que jamais soube explicar e a ferida que eu tinha a dez anos de alguma forma estava começando a se curar aqui. 
Em mais um saque, comprimi os lábios abaixando a cabeça e murmurando comigo mesma em um tom baixo. - Eu sei disso, mãe. Só que... - Não acabei a resposta e nem ela precisava de frases inteiras para entender o que eu queria dizer, era como se ela estivesse comigo desde que eu nasci e conhecesse cada sarda minha. "Sem discussões, mocinha" ela revidou causando em mim uma risada que eu sabia que era a mesma que a dela. Decidi que estava na hora de voltar para as arenas e treinar, então sai correndo dali em direção ao caminho que levava às áreas de treinamentos.

Prole de Apolo ataca...¬¬

O que falar sobre a prole de Apolo? Eles são tal e qual o pai: bonitos, flertam com tudo que passa na frente e não valem um centavo, no bom sentido. Nenhuma garota de outras proles, independente de qual fosse sua sexualidade, escapava dos apelidos "linda", "docinho" e "amorzinho". Não importava nem mesmo se fosse alguma caçadora, os hábitos jamais mudavam com eles.

Aproximei-me, mas desta vez acabei apenas observando o jogo que acontecia na quadra, enquanto tentava escapar da prole de Afrodite que queria, nas suas palavras, "darem um trato em meus cabelos ressecados". Os olhos faiscavam nas suas presenças causando risadas e risadinhas nas mesmas. O jeito era simplesmente evitá-las.

No restante, a partida ocorreu bem, até fui chamada para substituir um filho de Apolo que "torceu o tornozelo" e necessitou dos cuidados especiais das filhas da sedução que estavam sentadas na areia o rodeando. Porém, minha participação especial fora pequena quando tive de continuar com meio passeio de reconhecimento pelo acampamento.  

POST:001 ✖ MUSIC:None ✖ PLACE:Na arena ✖ NOTES: None ✖ CLOTHES: Uniforme ✖ XOXO KitKat@SA