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Sussurros Desconhecidos - One Post (Eros)

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Mensagem  Eros Sáb Jun 14, 2014 8:19 pm




O fim da tarde marcava mais um dia em que o jovem filho de Hipnos descansava sobre uma cova no cemitério, onde recuperava suas forças. O som do vento passava em seu ouvido, deixando o clima mais sombrio, mas o mesmo não tinha medo. Sonhava com a morte, algo provável para o ceifador de Thanatos, lembrando-se de todas as almas que ceifou.

-Socorro... Uma deliciosa voz, mas com um profundo amargo falou aos ouvidos de Abel; o jovem pensou estar apenas escutando, quando novamente: - Socorro... Ajude-me... A doce voz que agora parecia mais forte falou novamente; o garoto se assustou um pouco, levantando-se coçando os olhos a procura da dona da voz, que não parecia está por perto. O garoto começou a andar entre as covas, abrindo a boca algumas vezes e coçando os olhos. Quando o som de um instrumento o acorda por completo, um som ensurdecedor, mas que não parecia se encontrar naquele local.

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Mensagem  Abel O. Drowsiness Qua Jun 18, 2014 4:11 am

"SUSSURROS DESCONHECIDOS"


Era final de tarde quando eu decidir dar uma pausa do meu dia preguiçoso. Eu caminhava pelo cemitério para honrar aqueles que um dia foram meus companheiros de batalha, ressaltando em silêncio seus feitos enquanto vivos. Minhas asas brancas com pontas douradas era iluminadas pelo brilho alaranjado do Sol e minha aureola cintilava no topo de minha cabeça de fios tecidos de ouro. Deitei-me no tumulo de um irmão, um garoto chamado Aberdeen, que conhecia pouco, mas sempre me senti intimo dele. Aber, quase Abel, tinha um cabelo arruivado e grandes olhos azuis. Adorava vê-lo dormir, pois sua boquinha formava um bico que combinava perfeitamente com suas sardinhas. Coloquei meus braços detrás da cabeça e sorri, pensando em todos as almas que um dia ceifei. Nas entidades que derrotei e nos vilões que porventura ainda hão de cair pela minha mão. A brisa me acalmava e meu sono vinha de mansinho, como se meu pai me convidasse para tomar um chá em seu palácio em Morpheia.

Em meio ao meu descanso,  uma deliciosa voz, pedia socorro,  mas era num tom amargoso que me ecoava na mente. Abri meus olhos para ver eu não estava tendo um sonho lúcido, mas como eu temia, aquilo era real, tão real como o ar que eu respiro.  A voz voltou a martelar em minha mente, mas agora com um tom mais desesperado, como se a vida dela dependesse de mim. Ergui meu corpo batendo minhas asas para tirar o pó do tumulo. Olhei em volta, mas não havia ninguém ali por perto. Nem mesmo uma alma, e olha que de alma eu entendo um bocado. Cocei minha cabeleira amarela e me ocorreu de que talvez houvesse alguém ali que fora enterrado vivo, no caso, a dona da voz que me enlouquecia. Bocejei umas duas vezes, espreguiçando meu corpo e cambaleei pelo cemitério, abrindo uma ou outra cova. Eu precisava ser discreto, pois não quero que achem que eu sou um vândalo ou qualquer coisa assim. Abri uns três, mas só havia corpos enrolados em bandeiras, mas assim que andei por mais um tanto,  achei algo peculiar: uma cova aberta e nela, um pente prateado com um adorno feito em lápis-lazúli. Pulei dentro da cova e peguei o item. O analisei contra o crepuscular do dia e o guardei no bolso.

Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, meus pensamentos foram levados embora por um barulho ensurdecedor. Odeio barulho, ainda mais se for de trovão, mas este som, além de barulhento, era muito estridente e me tirava a paz. Tive que me acalmar e controlar os meus nervos antes de decidir o que fazer com o pente e o som. Silenciei o ambiente por dois minutos e coloquei-me a pensar. De certo esse pente pertence à alguém e com toda certeza esse barulho está querendo atrair alguém pra mais perto, ou mesmo avisar. Já havia visto pessoas fazendo barulho para chamar atenção em filmes. Minha mãe balançava um sino quando queria que eu e meus irmãos jantássemos à mesa junto dela. Somando ao fato de que estava quase de noite, e um perigo eminente ronda a floresta, eu embarcaria numa missão suicida sem o consentimento de Quiron ou o senhor D., mas uma aventura repentina não me causará problemas, eu acho. Abri um sorriso sonolento, esfreguei meus olhos e pulei da cova ajeitando minha aureola e caminhando até os limites da floresta. Eu precisava saber de onde vinha esse barulho todo, antes que alguém se machuque e, claro, encontrar a dona da voz que me pedia socorro.

A floresta estava escurecendo aos poucos e a luz do Sol mal era vista pelas fendas das copas. Os animais noturnos já saiam de suas tocas e as corujas piavam seus ecos pela calada da noite que se aproximava. Meus passos era curtos pela floresta e meu coração mal batia para não fazer barulho. Meus passos eram tão silenciosos quanto uma pluma deslizando pelo chão. Meus olhos sonolentos as vezes se fechavam, mas minha mente sabia exatamente por onde seguir. Cruzei umas árvores, a caverna do gamaleão e um lago por onde nascem narcisos. Alguns garotos vivem vindo aqui para colher essas flores. Dizem que elas ajudam na arte da conquista, mas é só um monte de baboseira. Abri um sorriso pensando na única garota que um dia me mostrou afeto. Não me lembro mais o nome dela, mas sei que ela era filha de Érebos. Suspirei e cruzei um campo de flores, na verdade, eu estava bem no meio dele quando minha mente se agitou para o fato de ter gente se aproximando. Abri meus olhos e tirei minha lira do cinto que eu vestia. Comecei a tocar uma musica melancólica de acordes tristes que faziam bem ao meu coração sem sentimentos. Sentei-me numa nas pedras que haviam ali e fechando meus olhos, dedilhei notas de amor contra as cerdas do meu instrumento. A musica era convidativa a ponto de três criaturas saírem das trevas para me ouvir tocar. A princípio pensei que fossem monstros, mas eram apenas três ninfas belas que se aproximavam aos pouquinhos para me ouvir tocar. Elas se sentaram ao me redor, um tanto distantes de mim, o que era bom.

As ninfas eram incrivelmente lindas, com seus olhos rosados, cabelos negros e brilhantes. Uma delas tinha uma pintinha abeixo do olho direito e uma outra tinha sardinhas nas bochechas. As três tinham aquele olhar de “me ame primeiro e pergunte meu nome depois” e, elas tinham um cheiro peculiar de salmão ou truta, ainda não sei bem ao certo. Só sei que achei estranho quando elas começaram a dizer o seguinte "Que musica bonita Abel"  e "Ai Abel, toca mais pra gente vai" e até mesmo "Você tem cheiro de frango a passarinho". Abri um sorriso e elegantemente movi meus lábios - Meninas, tem Abel pra todas vocês... – comentei tranquilo estendendo a musica por mais m pouco, fazendo a musica melancólica se tornar ainda mais triste e com o tom da minha voz, fazer com que elas caíssem no embalo da minha hipnose - Eu sou tão gostoso assim? – instiguei nos acordes seguintes. Uma delas até babou e uma outra balançou a cabeça num “sim”. Logo percebi que elas não eram ninfas boazinhas e por isso eu precisava de um plano para sair do meio delas ainda com vida.

Meus dedos desferiam acordes e aos poucos eu me multiplicava. Havia Abeis sentados nas arvores, tocando lira, alguns em pé exibindo asas enquanto dedilhavam acordes tristes e até mesmo outros que voavam e cantarolavam a canção que tocavam em seus instrumentos. As moças começaram a ficar admiradas com tudo aquilo e até mesmo se esqueceram de seus disfarces. Eram três criaturas horrendas: um pé de bronze, outro de burro, olhos injetados e dentes de vampiro. Eu já havia lutado contra uma dessas, mas ela era apenas uma e não três. As não ninfas se irritaram com meus clones musicais que zombavam delas, mas eu permanecia sentado ali, camuflado pelos outros Abeis feitos de notas tristes de uma melodia chateada por causa da vida. Levantei-me calmo, enquanto elas tentavam pegar minhas cópias e me coloquei detrás de uma delas. Assim que parei de tocar meu instrumento, meus clones musicais sumiram e rapidamente tirei a aureola de minha cabeça, transformando-a numa espada de três gumes. Num único movimento cortei ao meio as costas da empousae que estava bem a minha frente.  A mesma desmoronou-se em poeira mágica. A primeira criatura havia sido ceifada pelas minhas mãos e agora só faltavam duas. Meus olhos azulados de simpatia agora estavam com um quê de frieza. Não mais filho de Hipnos, mas tenente de Thanatos. Minhas mãos levam a morte e é com isso que presentearei essas duas outras moças vindas das trevas.

As outras duas zombaram de mim, mas mal sabiam que suas almas estavam aguardando a morte. Minhas asas se estenderam e eu flutuei no ar. Minha espada estava pendida pela minha mão esticada E minhas penas batiam com firmeza. Os ventos se dobraram perante mim e aos poucos o pó dourado que se acumulava em minhas asas, se tornara um com as rajadas de vento. As criaturas tentaram se esconder, mas já era tarde demais para seus esforços. Ambas estavam caídas pelas flores, adormecidas por causa do pó do sono, presente de meu pai. Girei minha espada no ar, pousando entre as duas monstras - Que Thanatos as leve em paz.... – disse, e num único golpe, cruzando da direita para a esquerda, rompi o corpo das duas. Não esbocei um sorriso sequer. Matar não era algo que eu gostava de fazer, mas se era preciso, logo eu faço. Minhas espada voltou a ser o que era antes e eu a coloquei para brilhar de volta em minha cabeça loira. Limpei o pó do corpo e bati os pés no chão para tirar a sujeira da poeira que vinha dos corpos decrépitos das Empousaes. Olhei por sobre os ombros e caminhei rumo ao meu destino: encontrar a dona da voz que ecoava em minha mente.

Assim que consegui derrotar as empousaes, corri para a floresta alçando voo, sobrevoando pelas copas. Novamente eu estava sem rumo e novamente, eu não sabia o que fazer direito. Porem, eu escutei aquele barulho ensurdecedor e meus instintos me levaram a seguir à oeste pelo rio acima. Depois de uns dois minutos, acabei encontrando umas árvores de remexendo e foi ai que pousei. Silenciei meus passos e pousei silenciosamente entre os troncos de árvores. Eu olhei pelas frestas e vi um ciclope de dois metros e 10 (um jogador normal de vólei), tocando um chofar. Tampei minhas orelhas com as mãos pois eu cheguei bem quando ele assoprou a corneta de chifre. O som era tão barulhento que as folhas e as arvores balançavam. Quando ele parou, o grandão suspirou aflito e - porque ninguém aparece? – sussurrou pra si mesmo. Eu senti um pouco de tristeza fluindo dele e me compadeci de seu coração mole. Saí de trás das arvores um tanto acanhado, com meu rosto angelical, abrindo minhas asas e ajeitando minha aureola com simpatia, abrindo um sorriso cálido e amistoso. O gigante me olhou com aquele olho singular de coloração esverdeada e, parece que corou. Seus olhos estavam marejados e, por incrível que pareça, ele vestia roupas normais: camiseta branca com estampa de gatinho e um jeans surrado de lavagem azul escura. Ele tinha cabelos castanhos claros como cobre polido e suas maçãs do rosto eram coradas. Ele abriu um sorriso envergonhado em resposta e - um anjo... – disse ele meio bobo e espantado ao me ver.

O ciclope amoleceu depois de um tempo e me permitiu chegar perto. Ele me dissera que se chamava Hybiscus e que sua amiga, uma naiade estavam procurando um pente prateado e que nessa busca, ela havia desaparecido, mas a ninfa sempre dizia ao ciclope que se acontecesse algo, era pra ele tocar o chofar, pois alguém iria aparecer para ajudar – Pode me chamar de Abel, o seu anjo da guarda ao seu dispor – respondi aos soluços de pranto do garotão em forma de gigante mono-olho. Ele ainda me disse que uns homens com cara de cachorro apareceram e na tentativa de fugir, ele se separou da amiga. Para melhor entendimento do que ele me dizia, eu perguntei se eu podia lhe tocar. Hybiscus ficou um tanto receoso, mas estendeu a mão e eu toquei sua pele grossa, mas de certa forma delicada como uma seda. Acho que esse ciclope não é muito de forjar armas ou nem mesmo empunhar um porrete. Sorri com suas lembranças e encontrei uma pista, uma fagulha de esperança nas memórias do meu mais novo amigo. Nem posso dizer a ele que eu lutei contra Brontes, acho que ele iria ficar irritadiço com o fato. Assim que deixei sua mão eu o tranquilizei e balancei a cabeça para que ele me seguisse - De acordo com suas memórias, creio que sua amiga deva estar nalgum lugar, virando aquela pedra e seguindo reto até o quadrante sul da floresta – comentei tentando passar confiança para o ciclope bonzinho. Ele deu um sorriso em resposta e nós seguimos pelo caminho que eu indicara.

O lugar pelo qual seguimos era amplo e claro, o cheiro de mata virgem e silvestre me deixava encantado. Até mesmo abri minhas asas para que o vento passasse por elas e balançasse minhas penas alvas. Minha aureola cintilava pelo luar que já surgia no céu de um laranja escuro, quase anil. Hybiscus olhava pra mim, como se eu fosse realmente um anjo vindo dos céus. Corei com a ideia e cocei minha nuca pensando que eu poderia ser um anjo mesmo. Bocejei, fechando meus olhos por preciosos segundos. O gigante de um olho só tocou meu ombro repentinamente. Eu virei para mira-lo e o grandalhão apontou entre dois arbustos de mirtilo selvagem. Estreitei meus olhos e pude ver uma gaiola de vidro. Dentro dela, estava a menina mais linda que eu já vira. Ela tinha olhos da cor de conhaque, seus cabelos eram achocolatados e sua pele bem branquinha. Ela vestia um vestido longo de seda ou linho, com um padrão de renda trabalhada em suas extremidades. Hybiscos abriu um sorriso enorme e sussurrou - Arebella... – concluí que fosse o nome da moça, amiga do ciclope. Ela, em sua cela, chamava por socorro e automaticamente me lembrei da voz que martelava em minha mente tranquila. Era a mesma voz angustiada clamando por liberdade. Meu coração sem sentimentos se compadeceu e, por causa desse grandão todo fofo, eu precisava ajuda-la. Virei meu rosto pra o ciclope fofinho e abri meu melhor sorriso, levantando um dedão, como se eu dissesse "ok, vamos lá!".

Eu e o gigante nos aproximávamos de mansinho, mas eu segurei o tecido da barra de sua camiseta quando eu escutei uivos ao longe. Abaixei-me detrás dos arbustos e silenciosamente pedi que o gigante fizesse o mesmo, mas ele era grande demais para isso. Saquei minha aureola, a transformando em espada e quando percebi, haviam quatro homens robustos de pele morena e cabeça de lobo olhando para nós. Eles tinham dentes afiados e rosnavam para nós. Um deles uivou e os outros três giraram suas lanças antes de correrem pra cima de nós. Eu mal saí de um combate e agora já estou em outro! Dei um passo para trás na tentativa de escapar da primeira investida, mas um segundo homem-cachorro, detrás do que atacava, adquiriu uma velocidade incrível, me mandando pra longe com uma ombrada. levantei-me rapidamente do chão, mas este cinocéfalo já estava pronto para desferir um golpe certeiro em mim. Não deu tempo de de defender com louvor. Meus pulsos fraquejaram e ele conseguiu arrancar a espada de minhas mãos. Ela estava a poucos metros de mim, mas não posso vacilar, ou acabarei perdendo um braço ou quem sabe algo mais importante nas zonas baixas. O máximo que pude fazer foi rolar e desviar dos golpes rápidos e perigosos da criatura. Alcancei minha arma, e por impulso golpeei o ar de forma randômica. Acertei o lado do homem-cachorro que me empurrara e olhei de relance para Hybisco que timidamente pedia para que outros dois cinocéfalos parassem de o cutucar com suas lanças. Voltei minhas atenções ao meu combatente, pois ele desferia um corte transversal. Porem como eu estava um tanto mais alerta, consegui bloquear seu golpe com minha espada de três gumes, fazendo sua lança reverberar, partindo-se ao meio. Ele soltou um uivo confuso e em três tempo, lhe perfurei o peito. Ele se desfez e eu parti para ajudar meu amigo ciclope.

Hybiscus parecia ter medo desses cachorros. Na verdade, não sei como um ciclope pode ser tão fresco e delicado quanto este, mas era divertido de ver, apesar de ser perigoso, pois eu tenho que fazer tudo sozinho, mesmo tendo um parceiro com uma força igual à desse cara ao meu dispor. Sobrevoei o campo de batalha, abrindo minhas asas, levando minha espada até o alto da cabeça. A noite era minha aliada, já que eu me torno um guerreiro melhor nas trevas do luar. Minha espada brilhava pela energia espiritual acumulada e minha divindade angelical só se acentuava. Eu era um verdadeiro anjo da morte, só que sem aquele clichê de segurar uma foice. Nunca gostei delas, espadas são mais dignas de alguém como eu. Nunca vou ter o reconhecimento que os outros campistas tem, mas eu sei que a minha parte eu cumpri. Cortei o céu estrelado e uma lâmina espiritual correu em direção dos dois cinocéfalos bobinhos que aterrorizavam meu amigo ciclope. Ambos foram destruídos sem dificuldade alguma, num único dano de alma. Meu corpo cansou, mas eu ainda precisava me manter ativo para o combate. Ainda faltava um oponente a ser vencido.

Eu ainda estava planando quando recebo uma flechada na asa direita. Eu seguro um grito de dor e caio na grama, rolando pela aflição que eu sentia. Levantei-me como pude, tirando a flecha da minha asa, já empunhando a espada para me defender da lança de prata que tentava me furar. Este ultimo a ser vencido, era maior que os outros três. Sua cabeça de lobo, me lembrava um malamute só que da cor castanha. Havia uma chave em seu pescoço e em seus bíceps havia tatuado um padrão tribal e numa de suas orelhas havia brincos de argola. Seu físico era igual ou no mesmo padrão que Albafica. Eu juro que nunca vi músculos maiores dos que o do garoto de Deméter. E olha que para comparar meu amigo com esse cachorro velho, a coisa é realmente impressionante. Num susto nossas lâminas se separaram e nossos olhos se cruzaram. A fera tinha instintos apurados e contra a minha sonolência obvia, eu certamente iria perder essa luta. Eu estava cansado e eu sei que cachorros custam a se fatigarem, ainda mais quando estão se divertindo ou caçando. Ele avançou novamente e eu recurei um passo, mas eu não consegui escapar do impacto certo. Nossas lâminas estavam travadas numa guerra de força, mas o cinocéfalo que restara tinha muito mais força que eu. Não que eu fosse fraco, mas por ele ser um homem com musculatura de fera, eu não tenho sequer chances de disputa por força. Então, continuando, fiquei com sono e acabei vacilando na luta. Meu oponente conseguiu me jogar no chão e ferir o lado do meu rosto. Minha camiseta rasgou de cima a baixo, revelando meu pijama listrado. Se não fosse ele, o pijama, eu estaria em pedaços agora. Caminhei para trás, me arrastando no chão, sem perder o contato visual com o homem-cão. Ele levantou a lança e cortou o ar. Fechei os olhos, pois não queria sentir a dor de morrer ali. Porem, nada aconteceu. Quando eu abri os olhos, Hybiscos havia segurado a investida do cinocéfalo-alfa. Abri um sorriso aliviado e cortei o ar, dividindo a cabeça da criatura de seu corpo humano. Caí do chão, no meio das cinzas do meu inimigo, pegando a chave que estava ali e entregando pra o meu herói de um olho só.

Meu parceiro de atividades, ainda tremendo de animação, abriu a jaula de sua amiga Arabella, a libertando de seu carcere. O gigante voltou para me ajudar, me colocando nos braços como se eu fosse um bebê. Sério, aquilo foi a coisa mais legal que já fizeram por mim. Ergui um pouco o corpo, apenas para dar um sorriso - Muita obrigada por me ajudar... - disse a garota de olhos amarelados. Coloquei a mão no bolso e joguei o pente que ela havia perdido. A garota ficou um tanto corada e fraquejou. Sua pele estava pálida e seu lábio esbranquiçado. Alguma coisa nela estava errada e acho que sabia a resposta. Enquanto caminhávamos até aqui, Hybiscus me dissera que sua amiga, no caso Arabella, era uma naiade, logo, ela precisa de água para se manter forte. Ficar fora se seus limites naturais, para uma ninfa, é quase como dar um veneno para alguém morrer aos pouquinhos. Pedi para que meu ciclope preferido me colocasse no chão e - Segura ela, Arabella é mais importante agora e, eu ainda posso andar - disse com meu sorriso torto. O moço de um olho só fez o que eu pedi e começamos a caminhar até o rio mais próximo.

Eu mancava e minha mente estava distraída o suficiente para que eu não lembrasse de como retornar ao rio que eu vira ao sobrevoar a floresta. Eu sabia que devíamos voltar pelo quadrante sul, virar numa pedra e seguir oeste até os limites da floresta, rumo ao cemitério. Por ali tinha um riacho calmo e creio que seja o lar dessa ninfa. Andamos por muito tempo e as coisas pareciam ser muito iguais para mim e essa repetição de imagem só me dava mais e mais sono. Eu bocejei e me espreguicei, me apoiando num tronco grosso de árvore. Eu queria dormir ali mesmo e desistir de levar essa garota-ninfa pra casa. A energia espiritual dela já estava se esgotando mesmo e não adiantaria eu leva-la morta para seu pedacinho de água. Ok, Ok, Hybiscus ia chorar pra sempre e dizer que eu era um anjo malvado, mas era isso mesmo o que eu era nas horas vagas. Sou um ceifador e o meu destino é servir a morte, mas como eu disse anteriormente, se houver esperança de vida, eu luto por ele, mesmo se for contra as ordens do meu tio Thanatos. Me dei um tapa no rosto e me obriguei a acordar - estamos perdidos... - disse descontraído - mas acho que se a gente seguir por aquele caminho por mais uns 10 minutos, pode ser que cheguemos ao nosso destino, ou pelo menos próximo do rio - comentei esperançoso por fazer trilha na floresta. Arabella soltou uma risadinha fraca, segurando contra o peito seu pente de prata. Meu rosto corou, como uma lembrança de como era sentir afeto, mas era apenas um reflexo do que não existia mais.

Após dez minutos papeando e ouvindo Hybiscus cantar uma canção boba sobre amizade para sua amiga que desfalecia, chegamos a uma encruzilhada. Por sorte havia uma placa que indicava o caminho para o rio. Andamos pela estrada de flores, sob a luz das estrelas. A noite estava bonita para uma caminhada e isso me fazia bem. A ninfa estava molenga, mas permanecia acordado com um sorriso belo no rosto moribundo. O ciclope era o chiclete que nos unia e eu o achava engraçado. Ainda me era intrigante ver um ciclope tão descolado quanto este. Meus ouvidos captaram o barulho de rio e eu soube ali mesmo que minha missão estava acabada. O grandão colocou sua amiga com cuidado nas águas cálidas do riacho e aos poucos a mesma recuperou o vigor da vida. Era até ofensivo pra mim. Era uma energia vital tão intensa que me causava arrepio. Meu amigo ciclope sentou-se na margem e a garota caminhou até mim. Seus olhos eram muito belos e atrativos - Devo minha vida a você semideus - comentou ela me dando um beijinho molhado na bochecha - Não foi nada, sempre que precisar, é só chamar - respondi. Meu amigo ciclope sentiu que aquele era o tempo de despedida e ficou meio caladão, mas eu me aproximei dele e o abracei. Em resposta ele estalou minhas vértebras uma a uma num abraço de urso - Eu vou te ver novamente Hybiscus, não fica assim não - tentei consola-lo. De seu único olho escorria uma lágrima, mas de sua  boca larga, um sorriso brilhante se formava. Correspondi e apertei suas bochechas lhe nomeando com um adjetivo que tinha a cara dele "fofo".

Os deixei para trás e caminhei pelas trevas da noite, rumo ao meu chalé. Eu precisava deitar e dormir para encontrar meu pai em sonho para contar a ele sobre a aventura que tive durante a tarde e noite. Queria dizer ao meu pai que fiz amigos novos e que servi aos caprichos do meu tio. Queria lhe contar sobre o meu dia e ser amado por ele. Meu pai é o meu super herói e me faz bem contar a ele os feitos de um filho anonimo dele. Sabe, sou um herói sem reconhecimento dos deuses, mas estou aprovado no quesito filho do ano.

FIM

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Mensagem  Eros Qua Jun 18, 2014 9:45 pm

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♡Pente dos sonhos: Um pente prateado com um adorno feito em lápis-lazúli, com um estranho brilho dourado que sai de si, mas somente Abel pode ver, tem o desejo de realizar somente um pedido. (Pedidos muitos absurdos, serão negados). {by: Eros}
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Mensagem  Hipnos Qui Jun 19, 2014 5:31 pm

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