MVP - Joe+Noir x Manticora

A noite era bem comum. Eu tinha convidado Noir para ir a colina, queria dizer algo para o novo campista, uma coisa que não podia ser dito no meio dos outros campistas, mas enfim ...
Enfim chego na colina e Noir já estava lá. Então comecei a falar com Noir, mas ele me interrompeu, ele estava vendo algo, não sabia oque era. Ele me alertou, fiquei bem assustado, tinha acabado de matar um Phooka e vi que teria que enfrentar um outro monstro. Esse era diferente, era um homem pálido e misterioso que possuía asas de morcego e uma cauda estranha que parecia uma cauda de escorpião. Fiquei parado, em choque, esperando oque Noir ia se decidir em fazer.

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Faziam poucos dias que eu havia chegado naquele acampamento, sendo que eu fora reclamado por minha mãe, Hecate, ontem a noite durante o banquete característico. Foi um choque para mim, quando o símbolo do Chalé de Hecate apareceu em minha cabeça, meio tremulo e brilhante, na hora em que eu estava fazendo uma oferenda aos Deuses, e pedi a quem quer que fosse minha Mãe, que se comunicasse logo comigo. Realmente, eu não sei quem foi que ficou mais chocado... É claro, o acampamento não tinha muitos filhos de Hecate, então o Chalé era razoavelmente vazio. De qualquer forma, suspirei.

Um garoto do Chalé de Afrodite, Joe eu acho, havia dito-me que precisava falar comigo longe dos olhares indiscretos dos outros do acampamento, e me contar algo que não poderia ser dito ali, junto dos demais. Eu não sabia o que era esse algo, nem sabia se era uma armadilha ou brincadeira idiota armada por ele, mas mesmo assim eu compareci no local marcado (A Colina Meio-Sangue) pontualmente, e me pus a esperar o mandante do encontro, que pelo visto haveria de se atrasar. Tal coisa que eu acho ridículo, apesar de tudo. Enquanto esperava, eu fechei meus olhos e tentei me concentrar na minha visão. De acordo com os meus irmãos, todo filho de Hecate poderia enxergar muito bem no Escuro utilizando uma habilidade chamada ‘Visão Noturna’.

A Habilidade em si deixava os olhos do utilizador meio alaranjados, permitindo-o a enxergar normalmente no escuro. O melhor é que a habilidade em si não gastava nenhuma forma de energia, e não esgotava a pessoa que a usava, o que por si só era um bônus. Então, eu respirei profundamente, antes de abrir os olhos e me deparar com Joe a poucos metros de mim, claramente cerca de meia hora atrasado. Meus olhos, tanto quanto pude dizer, devem ter ganhado o característico ar alaranjado, já que eu poderia enxergar perfeitamente no escuro, sem nenhuma deficiência que a falta de luz provocaria para um ser normal.

Eu sorri um pouco, ignorando propositadamente Joe por alguns minutos, por ter me deixado a esperar tanto tempo, ocasionalmente dando algumas respostas a sua efusiva conversa. Foi quando meus olhos captaram algo que eu não havia percebido anteriormente. Um homem pálido saia vagarosamente da floresta que ficava do lado de fora da barreira situada no acampamento, eu rapidamente avisei Joe ao avista-lo, cada vez mais próximo, ainda mais ao perceber as duas asas de morcego e a calda de escorpião estranha que ele possuía. Presumivelmente, um monstro. – Joe... Tem alguém vindo.

Quando ele já era facilmente distinguível por nós dois, e não muito longe de nós, eu arranquei rapidamente meu colar em forma de pentagrama que carregava no pescoço, que logo foi transformado em um Mangual Triplo, um presente de minha mãe. Eu encarei Joe e ao homem com apreensão, não sabendo bem o que fazer, mas logo disse. – Joe, acho que devemos lutar contra ele, esse monstro não me parece que vai nos deixar fugir.

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O Monstro estava começando a subir a colina, se aproximando perto de nós. Dava pra nós observarmos os dentes afiados e suas mão que pareciam estar aumentando de tamanho e suas unhas que eram proporcionalmente longas e afiadas. Dava pra ver sua calda balançando de uma lado para o outro. Saía algo de ponta de sua calda.

- Noir, tome cuidado preste bastante atenção. Estamos prestes a começar uma batalha com uma Manticora. Essa fera lança espinhos venenosos, que matam é apenas alguns minutos. - Estava assustado, nunca enfrentei uma fera desse nível de perigosidade. Pego minha Soul-Edge - "Simplesmente amo essa arma". - Penso a transformando em um chicote de lâminas. - Algum plano? Ou vamos ficar esperando o Monstro atacar ? - Pergunto para Noir, me afastando um pouco dele.

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Observei atentamente a criatura, querendo capturar todos os detalhes sobre a mesma que eu conseguisse no momento. Ela tinha unhas afiadas, parecendo-me muito mortais, a cauda de escorpião balançava sinistramente em suas costas, ao mesmo tempo que um liquido de cor purpura gotejava lentamente da ponta da cauda, que mais me parecia uma seringa curvada. Eu logo percebi que as mãos do monstro eram incrivelmente largas, e já começaram a aumentar de tamanho, talvez ela fosse se transformar? Quer dizer... Eu sei que monstros no geral podem tomar a forma humana, mas eu não acho que seria benéfico para ela lutar dessa forma. Em todo caso, olhei para Joe com uma resposta na ponta da língua.

- Eu sei bem o que ela é, Joe... – Resmunguei baixinho, encarando a criatura com os olhos cerrados em concentração extrema. Meu mangual era firmemente segurado por minha mão, e meu coração começava a palpitar em um ritmo insano. Eu comecei a pensar em todas as possiblidades e cenários possíveis daquela eventual batalha. Pelo que sabemos, esse monstro pode ser mais forte do que nós, mas ao mesmo tempo, mais rápido. Se tentássemos fugir agora, dificilmente conseguiríamos e provavelmente acabaríamos mortos, ou extremamente feridos. Estreitei os olhos, olhando para Joe. – Devemos ataca-la logo, mata-la o mais rápido possível. Temos que evitar o desgaste nessa luta, ela pode ser mais forte do que nós, não sabemos se vamos aguentar por muito tempo.

Disse, para logo em seguida me aproximar vagarosamente do monstro com o Mangual firmemente armado, logo tentei desferir um golpe com as três esferas de espinho no mesmo, atento para quaisquer ataques dele, pronto para desviar caso necessário.

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Não foi uma boa atitude que Noir tomou, ela mal queria saber se eu tinha ou não uma estratégia. O Ataque de Noir foi meio que defendido por apenas uma das mãos leoninas da fera que ainda estava se metamorfoseando. Uma das pontas afiadas do mangual acertou uma mínima parte do braço do monstro. A Fera chicoteou Noir com o rabo, lançando-o para a colina a baixo. Os braços do monstro estavam crescendo cada vez mais e seus músculos aumentando, uma quantidade tão grande que cobria seus ombros. A Manticora estava quase toda completa e transbordando de poder. O Monstro mirou em mim, e em um inspirar de pulmões, rugiu ferozmente. Senti uma fraqueza terrível, caindo de joelho ao chão, estava incapaz de me mover, mas ainda era capaz de falar e cantar. Noir tinha que me salvar correndo se não quisesse me ver morto.

Após ter caído bem assustado e fraco de joelhos ao chão, grito para Noir. - Levanta logo desse chão, tenho uma estratégia, acho que dará certo. - Fecho meus olhos e me concentro na estratégia. Penso em uma música e começo a cantá-la, mas estava bem fora do tom melódico, a fera meio que percebeu o erro , ou seus ouvidos estavam doendo, ela se incomodou com o barulho e ficou me encarando, baixando sua guarda e defesa. Saía cada vez mais do ritmo, e fera baixava cada vez mais a sua defesa. - "Anda Noir, a ataque, seja esperto, tente destruir sua asa ou sua cauda". - Não podia parar de cantar, a única solução era Noir a atacar com seu mangual. E tenho certeza que se ele conseguisse atacar a fera , iria causar um bom ferimento na fera pois ela estava sem sua defesa. Eu estava sentido ameaçado pela fera, fico muito furioso. Então sinto meu corpo voltar a mexer devagar, começando pelos dedos.

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Rosnei quando senti o ataque da criatura, é claro que eu sabia que a fera era boa demais para ser pega por um ataque deste calibre tão baixo, mas ainda sim eu tinha de tentar para ter certeza. Vi Joe sendo paralisado pela Manticora e realmente me senti um pouco mal, mas não é como se eu fosse um campista experiente para saber lidar com isso com a maestria que ele provavelmente esperava. No entanto, eu ainda não gostava em saber que era tão fraco, e que já havia sido ferido pelo maldito monstro tão cedo na batalha. Mas eu sabia que não podia perder aquilo, não se eu quisesse sobreviver a essa maldita luta.

Me levantei do chão pondo um pouco de esforço e pressão em meus braços e pernas, olhando com o canto dos olhos para meu Mangual que havia caído no chão em um baque durante minha descida da colina. Logo assim que me pus de pé pude perceber Joe cantando de alguma forma, e ao mesmo tempo que desafinava o tom. O monstro me parecia obstante incomodado por isso, o qual eu agradeci. Talvez poderia me dar uma chance de atacar. Este seria o plano do Filho de Afrodite? Quem sabe.

Suspirei, pegando o Mangual o mais rápido que podia, enquanto novamente corria em direção a Manticora, ouvindo as palavras de Joe brevemente, sabendo que aquele poderia ser seu plano, rapidamente desferi um golpe com as três bolas espinhosas em suas asas, rezando a todos os deuses que eu lembrava para que esse ataque acertasse.

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Com a sua defesa e sua guarda baixa, o monstro ficou vulnerável ao ataque do Noir. Quase que o Filho da deusa feiticeira rasga a asa da Manticora. Enfim ... O Homem completou sua transformação em besta, e o Noir? Ele conseguiu apenas acertar as costelas da fera fazendo ela rolar alguns metros. Deu um tempo para para nós nos restabelecermos e planearmos outra estratégia. Eu voltei ao normal, minha paralisia tinha acabado. Noir estava ao meu lado mas seus olhos continuavam olhando para a Fera. A Fera tinha uma juba negra e um rosto sem vida. Um sorriso largo e cheio de dentes como de um tubarão. Corpo de leão branco e asas negras e longas de morcego, sem contar sua cauda mortal de escorpião. O rosto de um homem sem olhos, nos "encarava" com um "olhar" mortal. Mesmo ele não possuindo olhos, me sentia em total observação. A agulha da ponta do ferrão soltou centenas de agulhas minusculas que cortavam o céu, na direção de nós dois.

Via centenas de agulhas minusculas vindo em minha direção que cortavam o céu. Ainda estavam bem distante, e eu não sabia mesmo oque fazer - Vamos Morrer. - Digo para Noir, sem alguma esperança de defesa. Até que... sim , pombas. Olhei para o lado e vi umas 50 pombas rodeando o local. E eu posso me comunicar com elas. Parecia com se minha mãe Afrodite tivesse levado elas ali para nos defender. - Tive uma ideia Noir, vamos conseguir. - Me comuniquei mentalmente com as pombas graças aos poderes que herdei de minha mãe. As cinquenta pombas estavam vindo em nossa direção, e espera... do outro lado apareceu mais cinquenta, e elas estavam mais rápidas que as outras, me comuniquei mentalmente, pedindo para que elas nos cubra, os pombas estavam vindo e as agulhas estavam cada vez mais perto de nós. Se der certo, seremos defendidos pela barreira de pombas. Me ajoelho ao chão, e tampo minha cabeça, esperando ver se conseguimos ser defendidos ou não.

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Um pequeno sorriso de desprezo abriu-se em meus lábios ao ver que o monstro, por causa do canto de Joe, havia deixado a guarda baixa, deixando-me quase a destruir as asas do maldito. Era um sentimento bom, aquele, ferir tanto o monstro que havia me machucado jogando-me colina a baixo. E como era bom. Eu me deliciava com a forma que meu Mangual estourou contra suas asas, ao mesmo tempo que uma risada amarga e escura soprou dentre meus lábios. Ah... Sim, eu realmente odiava esses malditos monstros – decidi naquele momento. E eu quero matar todos eles! Absolutamente todos! Nenhum vai sobrar, nenhum!

Olhei, um pouco surpreso, ao ver o monstro tomar sua forma completa, e quase ri novamente quando vi que as pontas do mangual realmente acertaram em cheio suas costelas. Sim, eu estava adorando aquilo. Além do mais, vendo-o rolar alguns metros para trás nos dando a chance de formular um plano era realmente muito bom. Logo, eu rapidamente fui até o lado de Joe, preparando-me para quaisquer ataques eventuais da maldita besta, segurando o mangual a altura dos ombros com cuidado para não me machucar com seus espinhos mortais. E tão logo que cheguei ao lado de Joe, verificando seu corpo para qualquer ferimento, me vi estupefato com a forma original da besta.

Seu rosto, meio imaculado e sem vida, era adornado por uma juba terrivelmente negra. Sua boca era exposta, e dentro dela haviam fileiras de dentes brancos como marfim, brilhando na penumbra da noite como dentes afiados de um tubarão. Seu corpo era de um branco tênue, ainda que completamente assustador, adornado por duas asas completamente negras de um morcego, e a horrível (ainda que parecesse mortal) calda de escorpião balançando ritmicamente com seu corpo; ele nos fitava com seus olhares vazios (ainda mais por não ter olhos!), dando-me uma sensação de mal estar na boca do estomago. Era realmente sinistro.

Eu apenas arregalei os olhos, parte da minha ânsia por matar o monstro desaparecendo, quando vi um brilho vermelho surgir na ponta do ferrão, e logo centenas de agulhas avermelhadas sobrevoaram o campo, voando rapidamente em nossa direção. Eu sabia que não poderia defender Joe e a mim mesmo ao mesmo tempo, por isso comecei a pensar em um plano eficiente para evitar tal ataque, quando ouvi a voz de Joe, avisando-me que tinha uma ideia.

Olhei um pouco surpreso para a tentativa aparente de Joe em fazer uma barragem com pombos nas proximidades, e logo aderindo a ideia, postei minha arma rente ao rosto, esperando pelo provável impacto.

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O Chuva de finas agulhas vermelhas transpassou nosso corpo. Uma dor horrível nos percorreu como se nossos sistemas nervosos sofressem um colapso de agonia. Me contorcia no chão a cada agulha que nos perfurava. Mais e mais dor eu sentia. Até achava que era melhor morrer do que ficar suportando toda aquela dor mas eu não desisto ... nunca. Um ser humano aguenta apenas 15 agulhadas mas como sou um semideus acho que sou mas resistente. Quanto mais agulhas eu levava, mais dor eu sentia, minha ele eriçada, meus olhos virando e meus membros se contorcendo. Eu fazia de tudo para sair do círculo de dor. e do outro lado, a manticora estava preparando outro ataque.

Desistir? Nunca, mesmo morrendo não posso desistir, apesar de ser um filho de Afrodite e o fato de odiar batalhas, eu não podia perder minha vida. Meus amigos , meu amor. Não poderia perde-los. Fazendo muita força, com muito ódio desse monstro eu me levanto do chão minha roupa estava com furos e alguns rasgos então troco de roupa usando um dos meus poderes que herdei da mommy. - "Eu sou um semideus". - Não era imortal como os deuses, mas era um semideus, a metade disso. Olho para a fera, com um olhar de muita raiva, meu corpo estava meio que dormente, não conseguia senti-lo direito. Mas eu tinha que terminar isso, de qualquer jeito. A dor, começava a sumir do meu corpo com o efeito de minha raiva, era tanta que não sentia mais nada. - "Vou acabar com esse monstro". - Começo a cantar uma música fora no ritmo, só que bem alto, estava quase gritando, e meu agudo estava péssimo. A Fera para e baixa sua guarda, acho que ela também para de preparar o próximo ataque. Com Noir ainda ao chão, só eu poderia realizar um ataque na fera agora. Fecho meus olhos, pego minha Soul-Edge e a transformo em um chicote laminado. Me concentro somente e destruir aquele monstro. Logo em com um estouro de energia, começo a dar uma sequência de mortais ainda cantando em um tom super fora do ritmo. Após chegar cara a cara com a fera paro e a olho. Então solto um agudo super mega fora do ritmo, a fera chega a dar um passo para trás. Dou um pulo rodopiante no ar, enquanto chicoteava a minha espada de cima para baixo tentando acertar as costas ou as asas da fera. Se eu acertasse , poderia fazer um corte profundo ou até mesmo arrancar a asa do monstro. Não sabia se tinha acertado, mesmo assim caindo ao chão dou alguns mortais para trás da fera se ela tentasse me atacar, acho que o golpe não pegaria. E Noir, estava à vários metros de mim, estava à frente da fera bem distante e eu atrás, um pouco distante.

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Minha mente tornou-se instantaneamente nublada com a dor insondável. Eu cai no chão com meu corpo convulsionando-se em agonia absoluta, meus olhos eram vidrados e um grito silencioso escapou por dentre minha boca. Eu mantinha meus olhos fechados, tentando ao máximo não perder a consciência por causa do sofrimento absoluto. Minha mente se tornou cada vez mais nublada, e pensamentos (mais como memorias) difusas passaram em flashes invisíveis diante de meus olhos. Memorias, pensamentos, sentimentos de uma infância dura e sofrida, mergulhado na solidão e a escuridão insondável do desespero absoluto... Lagrimas de puro terror escaparam de meus olhos, conforme eu apertava os punhos fortemente, tentando manter a consciência diante daquela provação.

Então, eu soltei um pequeno suspiro estrangulado. Eu não podia morrer. Eu não ia morrer! Eu me recusava! Eu não iria MORRER! Confiante daqueles pensamentos, concentrei-me em tudo o que eu podia para escapar da dor, e poder matar aquele maldito monstro logo, de forma dolorosa. Eu comecei a pensar na melhor maneira de torturar o desgraçado, comecei a pensar em como seria bom colocar fogo e fatiar meu pai que tão vulgarmente me ignorou durante toda minha infância, pensei em como seria bom matar lentamente cada um dos desgraçados malditos que zombaram de mim durante meu tempo na escola.

Um sorriso sofrido de escarnio cresceu cada vez mais forte nos meus lábios, um riso estrangulado e maníaco escapou por minha garganta, e logo eu me vi rindo em desespero na agonia que aquela situação me proporcionava. Meu riso ecoou por todo o local, cada vez mais maníaco e bestial. Meu tom de voz mudava a cada instante, como se eu estivesse sendo possuído por pessoas diferentes, embora eu fosse a mesma pessoa. A risada era maníaca e continha um tom cruel a ela, minha personalidade mais ameaçadora querendo dominar minha mente a cada instante, a cada risada, a cada gemido de dor.

Quando consegui parar de rir, senti meu corpo coberto por ferimentos que certamente teriam matado um ser humano normal, mas eu não era normal. Logo, eu abandonei meu mangual, desprezado no chão coberto com a grama. Tremulo, ainda que um pouco mais confiante, lentamente retirei o cajado magico que eu havia de manter preso em minhas costas para evitar o dano, minha mão estava tremula e meu corpo convulsionou com a dor dos ataques. Ainda, concentrando-me o melhor que eu podia, apontei a arma magica para a besta, cerrando meus olhos em raiva, querendo nada mais do que mata-la.

Eu vi, com o canto dos olhos, Joe dando mortais e preparando-se para ataca-la. Era minha chance. Rapidamente utilizei um feitiço que meus irmãos de Chale haviam me ensinado a um tempo atrás e que eu nunca tive a chance de testar; O Feitiço Infernal. Ele propriamente tinha como objetivo aumentar a temperatura do alvo em níveis tão altos, que eles iriam se sentir como se estivessem no submundo. Então, confiante de que eu poderia conseguir, utilizei o feitiço na criatura, esperando dar uma abertura para Joe ao mesmo tempo que causava um dano no maldito monstro.

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Me desespero e corro até o monstro. O Manticora matinha o seu rosto pálido e sem vida em minha direção, parece que estava preparado para me desfigurar em apenas uma patada. Mas, a minha cantoria desafinada e meu corpo super quente, acabou me distraindo de minhas intenções. Consigo golpear a fera, golpes que lixaram praticamente toda a extensão de seu corpo. Noir ainda estava longe usando seu feitiço e eu, desprotegido estava chicoteando o monstro da melhor forma possível. Quando a fera encontrou uma oportunidade meteu seu ferrão cheio de veneno em meu ombro. Senti como se minha alma deixasse de existir. Fui levantado pela cauda do Manticora e lançado longe até os pinheiros que existem na colina. Noir, sentiu-se compadecido de mim, ele veio correndo até mim, mas a fera se colocou no meio de nós e fitou o filho da feiticeira com seu rosto vazio e cheio de dentes.

Estava envenenado e com um buraco em meu ombro, sem contar as dores que estava no corpo. Muita dor, mas tinha que suportar se eu não quisesse morrer. A Unica solução era Noir atacar a fera, mas vejo que ele não estava mas com seu Mangual na mão, aonde será que a arma que "poderia nos salvar" estava ? Mas enfim... Ainda tinha uma solução, os feitiços. Não sei se ele tinha algum plano na manga, aliás ele é filho da deusa feiticeira. Coloquei minha Soul-Edge ao chão não estava no modo chicote laminado, mas sim como uma espada longa, logo comecei a dar uma sequência de mortais para trás, me afastando um pouco da fera. Então começo novamente a cantar, bem fora do tom, com péssimos agudos, dava alguns gritos também. A Fera se sentia incomodada, e estava cada vez mais baixando a sua guarda. O Noir era a única solução por enquanto, meu corpo estava doendo e sentia o veneno da fera se espalhando pelo meu corpo. A Fera estava prestando muita atenção em mim, com sua guarda baixa para Noir. Eu estava meio que sensualizando meu olhar para o Monstro e cantando no ritmo muito fora do tom. Minha Soul-Edge estava lá, caída ao chão. Preparada para ser pega pelo Menino Feiticeiro. Noir, poderia dar um jeito de correr e pegar, e depois atacar a fera, já que sua defesa e sua guarda estavam baixas. Estava olhando de forma seduzente para a fera, do jeito que ela me olhava, parecia que estava impressionada com minha beleza, é eu sei... é tenso, aquilo é um monstro, mas dane-se, sou lindo e pronto, e fera estava dando a chance de um possível ataque de Noir.

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Um sorriso de satisfação cruel e escarnio floresceu lentamente em meu rosto conforme eu via que meu feitiço havia feito efeito, e acertado seu alvo. Ah... Era uma pena que a maldita Manticora não estava gritando e se contorcendo de dor no chão... Como tudo seria mais fácil se eu pudesse apenas pensar, e ela se visse caída em um mar de agonia e angustia... Ser um Deus deve ter suas vantagens, eu suponho... Suspirei, deixando inconscientemente uma risada maníaca escapar dentre meus lábios, ao mesmo tempo em que meus olhos brilharam com diversão sádica por alguns instantes, antes de tudo se desvanecer, ao me ver contemplando a próxima cena.

Joe, Joe o filho de Afrodite havia sido empalado no ombro por seu ferrão coberto com veneno mortal. Meus sentidos se tornaram nublados, e tudo o que eu pensei no momento é que eu não poderia permitir que ele morresse de forma tão patética, como por um veneno. Eu não era seu amigo, nem mesmo conhecido, mas ele ainda era um companheiro de Chalé, e eu não poderia simplesmente ignora-lo enquanto sofria com tal agonia. Não era de minha escolha atacar tão imprudentemente, longe disso, eu odiava sair atacando sem um plano, mas pelo visto desde meu primeiro ataque até este minha cabeça se tornou nublada com os sentimentos intensos provindos daquele momento...

Mas ainda sim... Eu respirei profundamente, meus olhos arregalando-se no estase ao me lembrar de uma memoria enterrada no fundo de minha mente. Eu, brincando com alguns garotos em um pequeno parque perto de casa... O Dia estava ensolarado e o sol brilhava alegremente no céu, espantando as nuvens teimosas para longe. Meu sorriso, naquela época, era sincero e meus olhos brilhavam com verdadeira felicidade. Pois eu tinha amigos... Mas como todos, eles começaram a me temer, e se afastaram. Será que dessa vez poderia ser diferente? Eu poderia considerar Joe um amigo? Era um pensamento tolo, mas ainda reconfortante.

Tão rápido quanto pude, levantei-me do chão enquanto corria em direção a Joe na intenção de salva-lo da morte iminente. Ele pode não ser meu amigo, mas ainda sim era um Colega de Acampamento, e com certeza seus irmãos me matariam por deixa-lo morrer. Certo disto, avancei tão rápido quanto pude na direção de Joe, apenas para ser barrado pela Manticora que anteriormente eu havia acertado um golpe com meu feitiço. Olhei, espantado, para a Manticora rosnando ao mesmo tempo que abria olhos azuis intensos, quase violetas, que até então eram inexistentes em seu rosto selvagem e bestial.

Engoli um pouco em seco, olhando para o monstro com leve temor, que rapidamente foi esmagado para o fundo de minha mente quando vi as ações de Joe. Logo percebi sua espada jogada em um canto ao meu lado, e logo percebi que essa poderia ser minha chance. Mas eu não poderia pegar a espada sem alertar o monstro... Foi quando uma ideia clicou em minha mente. Levantando meu cajado, apontei para a fera e o mais rápido que pude comecei a convocar o feitiço; Feitiço Sombrio. Ele consistia em conjurar sombras para confundir o alvo, mesmo não podendo atacar.

De qualquer forma, confiante de que o feitiço não iria falhar, guardei o mais rapidamente que pude meu cajado em minhas costas, para logo em seguida tentar pegar a arma de Joe, e correr em direção a Manticora que provavelmente estaria confusa com as sombras, tentando ataca-la com a espada.

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Consigo realizar o meu plano antes de eu ser alfinetado por uma onde de dor. A Dor era aflita e volto a prostar-se no gramado da Colina. Noir mesmo paralisado pelo olhar da fera, teve um plano e começou a conjurar sombras para atrasar o monstro. Ele foi pegar a espada que eu deixei pra ele, e o monstro continuou a brincar com as sombras.
Assim que ele conseguiu pegar a minha Soul-Edge, voltou as atenções para o monstro. Quando ele se aproximou a fera começava a lamber seus dentes e seu ferrão travava uma guerra de força contra minha lâmina. A Fera rugiu, o Filho da feiticeira se arrepiou pelo jeito. Mas ele não desistiu, sua coragem foi maior, que não permitiu ele sair do entrave. Faísca saía entra a lâmina e o ferrão. Noir voltou a olhar para o rosto do monstro, com seus olhos curiosos. Neste mesmo momento, ele fraqueja os braços e o rabo do escorpião o desarma e em um núcleo de sombras explosivas, ele cai ao chão de frente para o Manticora.

Eu envenenado estava sentindo uma dor terrível a cada movimento que fazia. E Noir embasbacado com sua real situação. A Fera recebeu uma flechada no peito e a fera ficou distraída com o fato.

Uma flechada , de onde será que veio ? Não sei, mas percebia que a fera estava bem distraída. Não estava com minha espada na mão, ela estava com Noir. Se eu a quisesse pegar de volta tinha que continuar com minha estratégia. Sentia que algo ou alguém estava chegando para ajudar, mas Noir, o meu mais novo amigo, estava lá, caído ao chão de joelhos ainda de frente para o monstro. Eu tinha que ir lá e salvá-lo. Suportando a minha dor, me levanto ao chão. Faço uma pequena reza, pedindo para que minha mãe Afrodite me salve e salve Noir, que não deixe que nada aconteça a nós. Vou correndo muito rápido, já tinha até esquecido a dor. Após chegar perto de Noir, entro na frente dele, o defendendo se a Fera fosse usar algum ataque. Pego minha Soul – Edge da mão de Noir e a torno um chicote de lâminas. A Fera ainda continuava meia distraída por causa da flechada. Começo novamente a cantar com um tom muito desafinado, baixando ainda mais a guarda da fera, os agudos , eram horríveis. Tão horríveis que até eu me incomodava. Estava olhando para a fera de modo sensual, cruzando meu olhar com o do Manticora, o deixando impressionado com a minha beleza.

Logo, com minha Soul-Edge modo chicote laminado, chicoteio-o no ar, e bato com ele em uma das patas do Manticora, com esse golpe a fera poderia cair ao chão, mas não tinha tanta certeza. Se o monstro tentasse fazer algum golpe, ainda poderia me esquivar, e tirar Noir de perto para não ser atingido também pelo ataque.

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Mais uma vez eu senti aquela emoção desesperada e o medo de morrer apoderou-se de meu corpo, eu olhava para o monstro que havia me derrotado com facilidade de olhos arregalados, preparado para a morte. Mas mesmo que eu dissesse isso para mim mesmo, que eu não me importava de morrer, eu sabia que me importava. Eu não queria morrer agora, não, na verdade eu tinha medo de morrer. Um medo total e absoluto da morte estava fincado em minha alma de tal modo que eu não sabia que era possível, muito menos... humano. Mas eu não era apenas um humano, eu era?

Talvez fosse resultado do medo, ou da insanidade temporária, mas um riso cínico escapou dentre meus lábios, se tornando cada vez mais alto, ao ponto em que se tornou histérico quando vi a flecha atingir o peito do maldito monstro. Eu ainda estava chocado que ele tinha repelido meu ataque com sombras, mas talvez eu deveria ter esperado isso e ter planejado melhor, mas o que eu poderia fazer? Eu realmente tinha que salvar Joe, ou ele iria acabar por morrer. Eu não podia permitir isso; ele poderia ser meu novo amigo. Não poderia? Sim... Do que adiantava um amigo morto?

Mas, em meio a essa insanidade, percebi muito bem que a fera havia sido distraída pela flecha misteriosa que eu não fazia ideia de onde vinha, e planos começaram a se formular na minha mente. Por um lado, eu poderia atacar com a espada e tentar feri-la, mas minha pericia com laminas era realmente podre e a magia podia me ajudar muito mais. Ainda sim, pode-se dizer que eu fiquei deveras surpreso ao ver Joe arrancando a espada de minha mão, e golpeando-a na fera com violência. Talvez eu devesse treinar mais nesse quesito, combate corpo-a-corpo? Bem, de qualquer forma...

Vendo que aquela era uma ótima oportunidade, novamente me fiz uso do cajado, apontando-o diretamente para o local mais próximo da fera que eu poderia encontrar, enquanto colocava toda a energia que eu conseguia reunir para lançar novamente o Feitiço Infernal, na esperança de que iria fazer a Manticora maldita rugir de dor, e me fazer gargalhar de prazer ao ouvir seus gritos... De qualquer forma, mesmo se não funcionasse, eu fiquei feliz que Joe havia tentado me proteger de seus ataques, e um pouco emocionado. Era bom ter amigos, eu suponho. Eu me vi perdido nesse breve devaneio, quase esquecendo-me que aquilo era um campo de batalha, antes de rir mentalmente.

Eu não sabia se o feitiço haveria de dar certo, logo o mais rápido que pude e se houvesse uma oportunidade, tentei levantar-me do chão onde havia caído ajoelhado, e desferir um golpe com o próprio cajado no maldito monstro, esperando que isso iria funcionar e feri-lo ou ao menos dete-lo por um tempo ate que Joe viesse com algum plano além de ataca-lo, minha mente nublada não poderia pensar em um tao rapidamente, ainda mais por eu nunca ter enfrentado tal besta.

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