Hunter Mission - Stephen D. Thompson

"O  Circo de Monstros"

O garoto estava em Nova York para fazer compras aleatórias, já que ele queria um casaco novo, pois estava ficando muito frio nessa época do ano, e, também porque ele queria gastar mesmo. O importante era que no central park havia uma tenda colorida montada e ao redor do mesmo, várias jaulas, e barraquinhas para jogos. Tinha até mesmo uma mini-roda-gigante bem iluminada. Stephen ficou curioso, mas não iria se intrometer em assuntos mortais, já que a presença dele ali na cidade já era de extremo perigo. Porem, quando um palhaço mimico entregou um folheto para ele, o meio-sangue não resistiu o instinto de ir conferir as atrações do parque de diversões...

        Muitos não acreditam em destino, até por que a maioria prefere acreditar que eles são os próprios criadores de seu destino, porém para um semi-deus chamado Stephen, o destino sempre foi algo que ele sempre acreditou. Suas habilidades de previsões o influenciou a isso, como ele negaria aquilo que está a sua frente, só bastava abrir os olhos e acreditar e veria que a verdade estava bem a sua frente. Mais uma vez ele estava prestes a se submeter ao destino, agora segui-lo? Nem mesmo ele sabia essa resposta, o fato de ter o poder de visões o dava a liberdade de pensar em seus atos e tentar mudar aquilo, mas ai que está, mesmo mudando completamente suas ações ele chegaria ao mesmo resultado. Esse era o significado da palavra destino. 

           Sobre a cama Stephen dormia quando seu poder de visão lhe assombrará, oque era pra ter sido uma noite de sono prazerosa se tornaria uma noite de pesadelo. O garoto via cenas embaralhadas no principio, parecia que as imagens em sua mente ainda começava a se formar, pobre garoto, se ele soubesse oque aquelas imagens iria mostrar, não iria estar dormindo para vê-las. Ainda estava confuso para ele do que aquelas imagens aleatórias se tratavam, ele estava em uma rua escura com apenas dois postes ao lado de cada extremidade iluminando a rua com sua luz fraca e tremula. Posso falar pra vocês eu nunca desejaria a ninguém estar na pele daquele garoto sozinho na rua, seu coração estava disparado seu corpo procurava um refugio, seus olhos espantados e cegos, sim cegos, ele preferia ter sua visão anulada do que ver aquilo que estava atrás dele. Era algo que ele nunca tinha se deparado e nunca imaginasse que existia, o único desejo do pobre garoto era correr em busca de ajuda enquanto suplicava por sua vida.  

        A "coisa" atrás dele ria de tal maneira que fazia com que seus cabelos se arrupiassem, sua risada tenebrosa e forte penetrava o ouvido do semi-deus ativando todas suas células de defesas, o corpo do mesmo estava em choque, nem mesmo ele sabia como conseguia correr, o desejo de se entregar a morte o atormentava ele não via uma luz no final do túnel, ele queria poder criar essa luz, mas não encontrava forças para tal. O grito de desespero do semi-deus se espalhou pelo local, seu corpo tinha encontrado o seu limite a morte do garoto estava próxima. - Desculpe pai. A "coisa" riu á suas costas enquanto caminhava em sua direção. Os joelhos de Stephen cederam-se e suas mãos encontraram o chão criando uma ponte. Ele não queria morrer, o seu desejo de viver ultrapassava o limite de seu corpo, ele queria sobreviver a qualquer custo, mesmo que para isso ele teria que enfrentar a coisa. E então ele se virou e permitiu-se enxergar.

           Todo aquele desejo se esvaiu de seu corpo, sua força de vontade fora arrancada de seu peito ao ver a criatura a sua frente, seus dentes imentos e tortos e aqueles olhos vermelhos profundos que penetrava sua alma o cair de cara no chão, ele tinha encontrado o ser que lhe tiraria a vida. - Adeus. Ele conseguiu dizer e como num final de um filme tudo ficou escuro.



           - Aquele em cima do branco senhor! Disse o rapaz em uma das lojas de Nova York. O garoto estava em sua cidade natal, já tinha passado muito tempo que ele não ia até la, na verdade desde que entrou no acampamento nunca teve o desejo em retornar a sua cidade. Porém algo naquele dia o fez ir até aquela cidade, sua desculpa era para comprar um casaco novo porém, ele sabia que tinha algo mais, ele queria sentir o cheiro da cidade urbana, mesmo que isso lhe traze-se risco constante. As primeira horas na cidade foram um tanto que atrapalhadas, sua dislexia estava acima do normal, havia muito tempo que não tinha contato com letras do mundo humano e aquilo o fez perder o focos das palavras e números criando novas palavras, além de perde-se constante na cidade. Com o passar do tempo ele conseguiu se familiarizar novamente com sua cidade, ele lembrará de uma loja que tinha ido quando criança, ela era bem conhecida por toda Nova York e não tinha outra loja que chegasse a sua altura.

           O Atendente retirava o casaco preto do cabide e levava até Stephen. - Esse aqui é um dos melhores de nossa loja, bem confortável e bem estiloso. Falou o rapaz que o atendia. Stephen segurou a casaco e vestiu por cima de sua camisa branca simples, a combinação das duas roupas juntas foi perfeita, o atendente pelo que Stephen conseguiu notar olhara para o rapaz de um modo diferente e Stephen sabia exatamente de como reagir. - O que você acha?. Perguntou colocando uma de suas mãos em cada parte da jaqueta ajeitando-a sobre seu corpo deixando a parte frontal aberta. - Está perfeito! Indagou o rapaz de cabelos negros e pele clara de olhos azuis. Ele aparentava ter 20 anos, de uma forma geral ele era bem bonito, conseguia comparar a beleza natural do rapaz loiro. Stephen sorriu para ele e piscou retirando o casaco de seu corpo. - Vou levar esse... Sussurrou quando passou pelo lado do mesmo depositando a jaqueta no ombro do rapaz.

           O mesmo seguiu apara o balcão retirando o dinheiro e depositando em cima do mesmo para receber seu produto. - Não precisa empacotas, vou usar ele agora. Acrescentou Stephen ao notar que o garoto moreno estava prestes a empacota-lo. Ele levou a mão até a jaqueta e sentiu que o rapaz a segurava com força, com um rápido movimento ele se viu indo ao encontro do rapaz. - Eu saio ás 18:00, me espere... Sussurrou o moreno nos ouvidos de Stephen que conseguiu assenti com a cabeça. Stephen então conseguira mais do que um simples casaco naquela loja, havia arrumado um pretendente, sua visita á Nova York estava saindo melhor do que imaginava. Ele saiu da loja e caminhou em direção a saída. Ao lado da loja havia um restaurante com mesas a frente do mesmo, fora ali que ele sentou para esperar o rapaz.

           Stephen acabara deitando sobre a mesa e cochilando a espera do rapaz, ele ficou ali mais de uma hora dormindo quando sentiu a respiração de alguém perto de seu pescoço. - Ei acorda... Ouviu alguém dizer em forma de um sussurro bem próximo ao seu ouvido. Meio sonolento ele se ergueu olhando para traz. - Oi, me desculpe... acabei dormindo. Falou Stephen com uma voz fraca sendo surpreendido com um beijo no rosto. - Se não fosse por esse rostinhos eu juraria que você não é daqui, vi que você estava meio perdido com as numerações e um pouco distraído. - Comentou o rapaz sentando-se em uma cadeira ao lado dele. - É que tem muito tempo que não venho aqui, mudei de cidade faz um bom tempo, ai vim aqui hoje para relembrar os velhos tempos e matar um pouco a saudade, mas nem imaginaria que encontraria alguém por aqui... Falou de uma maneira que a medida que suas palavras fossem saindo pela boca a voz se abaixava com de vergonha.

           - Não não, ta errado! Vamos recomeçar isso... Me chamo Davis e você? Perguntou Davis estendendo a mão para Stephen que a apertou apresentando-se. - Stephen, prazer. Disse piscando para ele. Davis retribui com um sorriso e ajeitou sua cadeira mais próxima da de Stephen. - Ah entendo por isso você estava todo perdido, tava muito fofo! Um sorriso se ergueu no rostos dos dois quando aquilo foi dito. - Bem então será mais que minha obrigação recebe-lo de volta a Nova York, e eu sei exatamente aonde te levar! Disse ele animado retirando um folheto de seu bolso. - O grande show? Perguntou Stephen coçando a cabeça folheando-o. - Isso! Estamos com um circo na cidade, e está fazendo muito sucesso! E pra nossa sorte hoje tem uma amostra, quer fazer a honra de me acompanhar? Se levantou e estendeu a mão para Stephen que a segurou. - Será um prazer!