Escolta - Samantha - O Arqueiro

Just a geek?

Depois que o menino com pernas de bode salvou-me daquela mulher-cobra começamos a caminhar, afastando-nos da que antes no atacara, ele comia a minha latinha de refrigerante descontraidamente, mas resolvi não perguntar sobre isso. Qualquer pessoa já teria corrido para longe dali, mas algo me dizia para continuar, para segui-lo.

-Me chamo Mozart, o sátiro... muito prazer – Ele disse, sorrindo.

-Meu nome é Samantha, mas me chame de Sammy ou de Sam – Respondi da maneira mais amigável que consegui, estava meio abalada depois disso tudo. Andamos em silêncio até um ponto de ônibus próximo, compramos as passagens e entramos no ônibus que nos levaria ao nosso destino.

Eu realmente queria acreditar que estava dentro de um ônibus ao lado de um nerd muito estranho com o cosplay mais realista que eu já vi porque ele me salvou de uma mulher cobra, que também era cosplayer, e está querendo me levar para um tal de Acampamento Meio-algumacoisa, evento para nerds que fazem ótimas fantasias e incorporam muito bem seus personagens. Mas eu sabia que era algo muito além disso, e muito mais estranho e complicado também. Esse é de longe o dia mais estranho de minha vida e nem está perto de acabar. O pior de tudo era não saber o porque de ter que ir para lá, o porque daquela mulher ter atacado-me e o que ele quis dizer quando falou que tinham pessoas lá como eu.

-Toma... – Mozart disse tirando-me dos meus pensamentos, ele entregava-me uma adaga de bronze –Se alguma coisa acontecer, esteja preparada. – Como assim ele estava me entregando uma arma?

-Você está falando sério? Eu nem sei usar isso! Vão aparecer outras mulheres-cobras? E por que estamos indo para esse acampamento?

Samantha Black

♥ Sammy ♥ 14 years ♥ Afrodite's kid ♥ Headbanger ♥

NOT just a geek!

Eu definitivamente não sou boa com títulos x_x

- Então, pode ser que elas apareçam, pode ser que não. Quem sabe algo pior surja ai na nossa jornada para o acampamento. Só por isso que te dei a faca - Respondeu o Sátiro, divertido -E, você não sabe mesmo o que você é né? - Ele perguntou meio chateado. Eu era algo além de humana? Lembrei-me imediatamente de todos os momentos jogando ao lado do meu pai, mas acho que não me encaixaria no perfil de nenhum alien, meio ciborgue ou qualquer outra coisa. Mozart então sorriu para mim e deu alguns tapinhas no meu ombro, parecia que ele entendia a minha situação -Digamos que estou te levanto a um lugar seguro pra sua espécie. – Ele terminou ainda não deixando bem claro o que eu era, parece que vou ter que continuar tentando adivinhar. Eu sentia-me melhor por saber que tinha alguém do meu lado para me ajudar, mas estremeci só de cogitar a ideia de monstros bem piores que aquele que me atacara.

Continuamos nossa viagem em silêncio, até que o ônibus parou em um ponto para um passageiro subir. Uma moça com os cabelos loiros carregando um passarinho em uma gaiola subiu. Ela vestia couro e uma camisa branca justa, seus olhos eram estranhamente dourados e... pingava tinta preta? O que era aquilo? Fiquei observando aquilo por um tempo, tentando descobrir o que era. E então olhei para Mozart, perguntando-me se ele também havia percebido, ele ficara observando-a quando a mesma adentrou o veículo.
A adaga em minhas mãos ficou mais pesada, o pior passava pela minha cabeça. Se minha professora do 6° ano era um monstro, qualquer um naquele ônibus poderia ser.
-Você viu o que eu vi? – Perguntei em um sussurro para o garoto ao meu lado, estava nervosa e tentei não demonstrar isso.

Samantha Black

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THAT is a Angry bird

Mozart balançou a cabeça discretamente fazendo um “sim” sem tirar os olhos da janela. O passarinho da senhora cantava alguns assentos atrás de nós e a mesma acompanhava-o com sua voz aveludada, isso estranhamente me acalmou, mas Mozart ainda parecia tenso.

-Assim que o ônibus parar, corre – Ele balbuciou, encostando sua mão na minha, e eu consegui entender com dificuldade.

O canto do passáro foi ficando mais intenso a cada momento e então tornou-se algo como o grito de uma águia. Aquilo me deu um frio na espinha e me encheu de ansiedade. Se eu não conseguisse fazer nada na hora, se eu travasse, estaria morta. Mozart estava com uma flauta de madeira em mãos tocando uma música, me perguntei por que ele estava fazendo aquilo em uma hora dessas, então eu pude sentir meus instintos mais apurados e me dei conta que talvez fosse ele que estivesse fazendo isto.

Eu estava tentando não fazer isso, mas eu simplesmente tive que olhar para trás, o pássaro realmente havia se transformado em uma águia totalmente negra e com aqueles olhos dourados que me davam calafrios. Como ninguém havia percebido isso?

O ônibus já estava parando quando a ideia de ficar e lutar passou pela minha cabeça, uma águia e uma mulher estranha contra uma garota cujo todo conhecimento sobre batalhas fora adquirido em vídeo-games e um menino meio bode. Não parecia tão ruim assim. Se não acontecesse aqui dentro , aconteceria lá fora, a águia estaria em um território favorável para si. Mas então eu pensei em todas as outras pessoas presentes ali, e se alguém acabasse se machucando seriamente? Lá fora eles pelo menos teriam mais espaço para fugir.

Então o ônibus parou. Sem nem pensar direito, agarrei o braço de Mozart e corri o mais rápido que consegui em direção a saída do veículo com a adaga ainda em mãos, olhando para trás vez ou outra para prevenir-me de algum ataque.

Samantha Black

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