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Uma cria rebelde. [Missão-Teste para filhos de Zeus]

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Mensagem  Zeus Dom Dez 02, 2012 9:06 am

Kevin e Hyun estavam a um tempo considerável no Acampamento Meio-Sangue, ainda sem serem reclamados. Lembravam-se como se fosse ontem quando, juntos, uma simpática filha de Afrodite foi encarregada de guiar os garotos pelo seu novo lar, mostrando-lhes e explicando-lhes todo o básico que deveriam saber. Embora os semideuses não aprovassem os constantes flertes e olhares para ela, que brindavam-nos com uma grande perda de tempo e grande ganho de irritação, a recepção de uma filha do amor era invejável. Uma breve menção sobre o sistema meio-sangue foi repassada a eles, desde os chalés ao arsenal, lembrando também do leve arrepio ao passar por alguns chalés, destacando o de Zeus e o de Ares. Nada anormal, Zeus era o rei dos deuses e Ares o da guerra sangrenta. Essa sensação já conhecida por ambos foi ignorada no seu primeiro dia, aquele primeiro dia que tantas nova sensações lhes apresentou, pois tudo o que vislumbravam era simplesmente e incrivelmente impressionante. O fato de existirem deuses era ainda bem duvidoso para eles, mas se algo lhes proporcionava segurança, então eles ainda teria muito que aprender. Fizeram seus primeiros treinos, descartando suas habilidades com algumas armas e revelando outras, que por mais empolgantes que fossem, eram reais, ao invés de imaginárias, como preferível. À noite, olhavam o céu e suas estrelas, reparando em como o clima e o ambiente dali eram perfeitos. Nem quente, nem frio, tampouco úmido demais ou muito seco. Teve a honra de conhecer o maior dos centauros e ouvir a música das protetoras da natureza. No tumultuado chalé de Hermes, tiveram sua primeira noite de sono. O símbolo do chalé de Ares se encontrava em todos os seus sonhos, até aqueles em que ele não deveria estar, aqueles totalmente fora de contexto. Mas estava, surgia como do nada, como se possuísse vida própria e encontrasse alertando-os em todo momento. Embora os seus primeiros dias estivessem longe, nos seus passados, aqueles sonhos não deixavam de acompanhá-los.

E agora? Quantos dias fazia que eles já estavam ali? Poucas novidades até então, novas experiências sempre, treino e desenvoltura em todos os sentidos. Uma conversa de cinco minutos com Quíron e seus conhecimentos em mitologia grega avançavam em 100% à mais. Alguns dias, talvez meses... comparados à vida medíocre que levavam, aparentavam ser décadas, mas a complexidade era tanta, que uma década poderia não ser suficiente. Poucos amigos surgiam, pouca energia sobrava e acaba tudo no chalé de Hermes, em mais um encontro com o deus do sono. A propósito, a flauta dele não foi ouvida por ninguém, mesmo que o sono tenha consumido o menino. Novamente, o chalé de Ares o perturbava, como uma perseguição infindável de um inimigo mortal. Eu não digo que não é isso, pelo menos. Algo, porém, foi mais imponente e amedrontador que o chalé de Ares. Era um homem loiro, de barba e vestes gregas. Ele se colocava sentado à porta da moradia dos filhos do deus da guerra. Aproximando-se mais, ele estava na varanda, numa cadeira reclinável.

- Ah sim... ele vos provoca? – o desconhecido iniciou seu discurso, em frente aos dois semideuses. – Até mesmo sua própria mãe o desprezou no seu primeiro dia de existência. Sendo bem sincero, eu também não simpatizei com o garoto, talvez ele devesse ser mais amigável, ou talvez apenas um pouco menos rebelde. – um sorriso irônico esboçou-se em sua face. – Mas... vindo da mãe dele, isso não é incomum. Mas agora... hum... acho que temos um assunto a resolver, estou correto? Eu fiz um juramento e é de minha obrigação reclamar meus filhos. Será vocês um deles? Vocês me provarão isso, pois, pelo que bem sei, nenhuma cláusula me impede de efetuar um exame de DNA.

Um último sorriso do homem surgiu e eles acordaram, como quase sempre acordam. Verificou semideuses levantando em sua volta e concluiu que todo o barulho acordou-os. Mas... se observassem melhor, aquilo parecia uma animação de um telão de cinema. Eles não estavam realmente lá. Não pelo fato de ignorarem sua existência, até porque os semideuses só conheciam um ao outro no acampamento, mas sim porque a cama em que eles se deitaram na noite anterior estava vazias. Nos arredores, ruínas e uma clareira. Provavelmente estaria num lugar desconhecido da Grécia, contudo, era muito incerto.

- Falávamos? – a mesma voz trovejante do sonho ecoou em seus ouvidos, contudo, agora era mais que um sonho. – Ah sim, sobre filhos rebeldes. Sim, digamos que tenho muitos deles. Vou lhes dar um breve prelúdio. Hefesto é meu filho, e fez questão de estampar o pudor na cara de seu irmão, Ares e sua esposa, Afrodite, ao descobrir sua promiscuidade - nada anormal também, diga-se de passagem. Ares fugiu da Trácia, perante tanta vergonha. Porém, ele nunca se esquece, mesmo que o “vento” venha tentando apagar essas lembranças. Ares nunca foi inteligente, nem Afrodite é o tipo de deusa que preza esse atributo. Mas, de qualquer forma, ele não pensa como age, apesar de agir bem, muitas vezes. Ele quer se vingar de Hefesto, e o seu intuito é destruir todas as obras prostradas a ele e a seus cultuadores, começando aqui. E... hum... vocês terão que falar com um irmão meu... ele não saberá da vossa chegada, então tomem cuidado, embora eu ache que não conseguirão nem entrar no barco. - ele soltou uma gargalhada alta, deixando claro qual irmão era.

O homem, de súbito, sumiu. Sozinho, como diversas vezes estiveram, com a falta de um pai.
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Mensagem  Convidado Qua Dez 05, 2012 11:33 pm

Eu e Kevin estávamos a um bom tempo no Acampamento Meio-Sangue sem sermos reclamados. Enquanto conversávamos, nos lembramos da simpática filha de Afrodite que fora encarregada de nos guiar pelo acampamento. Ela nos mostrava e explicava todo o básico que nós deveríamos saber, mas era uma pena que nós perdíamos muito tempo com os flertes dela. Lembrei-me do leve arrepio que senti ao passar pelos chalés de Zeus e de Ares; arrepios um tanto normal. Um fato que ainda mexia com minha cabeça era o fato de existirem deuses, mas por outro lado me davam certa segurança. O engraçado era que essa segurança me dava força para aprender mais e mais e, assim, eu ia para os meus treinos. Onde habilidades novas eram reveladas e outras eram descartadas. Eu sentia que o meu crescimento naquele acampamento estava acontecendo.

As noites estreladas do acampamento me fascinavam. O principal motivo era porque em Seul, minha terra natal, era difícil se ver alguma estrela, mas quando eu conseguia olhar um pequeno ponto brilhante na noite escura, eu ficava maravilhado e esquecia-se do tempo. No acampamento não era diferente, só que como as estrelas eram mais visíveis, era mais fácil para que eu passasse horas observando aquele momento que me traziam certa emoção. Era interessante reparar em como o clima funcionava. Nem quente, nem frio e tampouco úmido demais ou muito seco; simplesmente perfeito.

Eu não sabia mais o tempo exato desde a nossa chegada. Não havia muitas novidades, apenas que o dia sempre terminava no chalé de Hermes e que em nossos sonhos o chalé de Ares nos perturbava. Era engraçado saber que esses sonhos aconteciam comigo e com o Kevin. Mas o estranho é que nós tivemos um sonho em comum e muito diferente. Tratava-se de um homem loiro, de barba e vestes gregas. Ele estava sentado à porta do chalé dos filhos de Ares.

- Ah sim... Ele vos provoca? – o homem iniciou seu discurso – Até mesmo sua própria mãe o desprezou no seu primeiro dia de existência. Sendo bem sincero, eu também não simpatizei com o garoto, talvez ele devesse ser mais amigável, ou talvez apenas um pouco menos rebelde – um sorriso irônico esboçou-se em sua face – Mas... Vindo da mãe dele, isso não é incomum. Mas agora... Hum... Acho que temos um assunto a resolver, estou correto? Eu fiz um juramento e é de minha obrigação reclamar meus filhos. Será vocês um deles? Vocês me provarão isso, pois, pelo que bem sei, nenhuma cláusula me impede de efetuar um exame de DNA.

Com um sorriso dado pelo homem e acordamos, mas nos sentimos estranhos. Os outros semideuses ignoravam nossa existência e... nossas camas estavam vazias. Nos arredores do local havia ruínas e uma clareira.

- Falávamos? – a mesma voz trovejante do sonho ecoou em nossos ouvidos – Ah sim, sobre filhos rebeldes. Sim, digamos que tenho muitos deles. Vou lhes dar um breve prelúdio.

Após ter dado uma introdução aos seus filhos, ele continuou.

- E... hum... vocês terão que falar com um irmão meu... ele não saberá da vossa chegada, então tomem cuidado, embora eu ache que não conseguirão nem entrar no barco. - ele soltou uma gargalhada alta.

O homem desaparecerá e novamente ficamos sozinhos. Fiquei pensando por um tempo no irmão que o homem estava falando e associei o barco ao barqueiro do inferno, Caronte. Logo, o deus que nós tínhamos que encontrar era Hades. Sugeri a nossa ida até o barqueiro para Kevin e contei quantas dracmas eu tinha, pois sabia que Caronte não nos levaria de graça.
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Mensagem  Zeus Sáb Dez 08, 2012 6:10 am

Há pais que não falam duas vezes. Zeus era um deles. A chance para convencer-lhe era apenas uma, e dado o resultado negativo, as consequências seriam maiores que um castigo de uma semana. O aprendizado, muitas vezes viria com a experiência. A dor, porém, pode fazer parte dessa experiência, pois nem mesmo um jardim só tem flores, eles possuem também as ervas daninhas. Embora a diferença entre uma vida e um jardim fossem imensuráveis, toda erva daninha pode ser retirada, desde que se tome cuidado com os espinhos que se encontram nas flores, levando em conta que algumas delas seduzem pelo cheiro, mas podem te matar ao toque.

Os jovens semideuses não esperavam que alguém, em um grande ato heroico aparecesse das árvores e salvassem-nos, essa era uma ideia totalmente estúpida, se não ridícula. Entremente à seus passos, Kevin e Hyun repararam que outrora aquelas ruínas eram majestosas e enormes edificações. Não era preciso ser um perito, os garotos eram bons de olho e logo viram que eram estátuas em tamanho humano, todas de ouro, um ouro muito mais cintilante que ouro normal, um tipo de ouro muito parecido com aquele que suas mães tinha no seu colar, aquela única joia que ela sempre usava, em qualquer ocasião. O ponto é que as estátuas eram... grotescas. Mesmo destruídas, era notável a sua forma desproporcional, feia e coxa. Quem sabe o suposto Zeus disse algum nome que condissesse com tais características, mas até agora vozes os incentivavam a prosseguir, o infernizando para isso. Hyun, persistente, seguiu, percebendo a dica de Zeus, até vislumbrar algo que chamou sua atenção, simplesmente e magnificamente mais reluzente que uma pedra. Era uma lança também de ouro, aparentemente normal, provavelmente caída de alguma das estátuas. Nela, uma marca um tanto misteriosa.

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O rapaz não pode conter-se, ela chamava-o pelo nome, como um amigo íntimo, como alguém que queria estar com ele. Agachou-se e segurou-a com força, até seus dedos ficarem brancos. Nada anormal aconteceu ao toque, mas algo pior depois dele. Uma cabeça de pedra dourada rolou para perto de Hyun, e quando ele virou a sua cabeça, viu um guarda. Ele não vestia-se de preto, com um cassetete e um taser, ele nem sequer pele possuía. Seu tronco ossudo era coberto por uma armadura de latão, parte de sua cabeça escondia-se em um elmo espartano e em sua mão, uma longa espada prateada.

- O que fazem aqui, invasores? - o guerreiro esqueleto interrogou, irado.
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Mensagem  Convidado Sáb Dez 08, 2012 11:51 pm

Eu sabia que eu e Kevin estávamos sozinhos nessa. Ninguém iria surgir do para nos salvar. Continuamos a seguir o caminho e percebemos que as ruínas eram majestosas e cheias de edificações. Elas também portavam de estátuas em tamanho humano; banhadas por um ouro que brilhava muito mais do que um ouro normal. Aquele ouro brilhante me lembrava do colar que minha mãe usava.

Passando-se poucos minutos, percebemos que as estátuas eram grotescas. Destruídas e todas eram desproporcionais. Eu não sabia se eu examinava as estátuas ou continuava o caminho em busca do irmão de Zeus. Continuei caminhando e olhando de um lado para o outro para ver se eu descobria algo até que um objeto me chamou a atenção. Era uma lança que brilhava com a mesma intensidade do ouro das estátuas, por isso, imaginei eu que ela fazia parte de alguma estátua.

Nela havia uma marca que me chamava à atenção; uma marca que me era muito familiar. Uma marca que de alguma forma, chamava pelo meu nome. Agachei-me e segurei a lança com força, mas nada de anormal acontecerá. Até que uma cabeça de pedra dourada rolou para perto de mim e eu virei minha cabeça para o lado. Um guarda sem pele, órgãos ou outra coisa humana estava de pé, coberto com uma armadura de latão. Ele portava de uma longa espada prateada.

- O que fazem aqui, invasores? – disse o esqueleto que estava irado.

- Nós não queremos brigar! – respondi rapidamente, quase que retrucando o guarda - E.. hmm.. estamos procurando pelo irmão de Zeus - respirei - Se não me engano, estamos procurando por Hades – segurei a lança com mais força, pois sabia que se algo desse errado, nós teríamos que enfrentar aquele guarda.
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Mensagem  Kevin M. Hawkeye Dom Dez 09, 2012 9:30 am

Eu lembrava de minha mãe. Sim, frequentemente eu sonhava com ela e acordava assustado, triste. Aquilo não era um comportamento típico meu, mas eu já não tinha mais certeza de muitas coisas. A algum tempo eu havia me mudado para esse local escondido no meio de Nova York. Um local do qual eu nunca ouvira falar minha vida inteira, que me dava calafrios na espinha e, ao mesmo tempo, me despertava uma sensação quente de conforto no pé do estômago. Até o vento ali era estranho, me enchendo de energia a cada respiração, como se até a última partícula de areia daquela praia tivesse recebido a benção dos deuses. Deuses esses que, até pouco tempo atrás, eu considerava contos, mitos. Minha nova moradia era agora uma espécie de dormitório comunitário. Era o chalé de Hermes, que adotava todos os indefinidos até que fossem reclamados pelos seus devidos progenitores divinos. Me doía a cabeça pensar em pessoas aparentemente comuns sendo filhos e filhas dos grandes deuses gregos e toda a existência de monstros e afins.

Mas, convenhamos, aquela garota só podia ser filha de uma deusa da beleza. Uma menina linda que me achou perdido nos becos da cidade, em busca de ajuda. Ela estava acompanhada de outro garoto, dito nas mesmas condições que eu. Seu nome era Hyun. Ele tinha fortes traços asiáticos, mas, nos dias de hoje, era difícil dizer se era de fato ou apenas descendente. Ela nos levou até esse acampamento, essa "fortaleza protegida para os campistas", como deu a entender pelo modo que ela falava. Em poucos dias aprendi o básico. A garota era filha de Afrodite, dormia no seu chalé com suas meio-irmãs e assim era com cada grupo de meio-sangues, como se chamavam. Haviam arsenais de guerra, considerando que todos os semideuses, filhos de verdadeiros guerreiros e guerreiras, tinham a luta e a cultura divina correndo em suas veias. Isso me esclareceu o por quê da minha grave dislexia e falta de atenção, além da hiperatividade. Logo aprendemos, eu e Hyun, a conviver com essas constantes sensações de maravilhamento perante basicamente tudo ali. Na minha cabeça, ainda havia uma voz que chamava minha atenção para o fato dos deuses serem apenas mitos, nada mais. Se tudo ali não fosse tão bem estruturado e passasse essa segurança toda, eu juraria, ainda, que estavam me fazendo de bobo. Os primeiros treinos me mostraram uma maior maestria com espadas curtas, nas duas mãos, além de mostrar minha dificuldade no uso de escudos. Nos meus sonhos, além de minha mãe, se mostrava o simbolo do chalé de Ares. A frequência aumentava significantemente com o tempo, virando um verdadeiro incômodo.

Após dias, semanas que mais pareciam décadas, meus sonhos ficaram bem mais estranhos. Nada havia me perturbado tanto quando o chalé de Ares em meus sonhos, mas eu estava prestes a mudar de opinião. Um homem loiro, barbudo, vestido totalmente de preto, estava na frente desse mesmo chalé. Conforme aproximava a imagem, ele se revelava na varanda, aconchegado em uma cadeira. Ele nos olhava e falava:

- Ah sim... ele vos provoca? Até mesmo sua própria mãe o desprezou no seu primeiro dia de existência. Sendo bem sincero, eu também não simpatizei com o garoto, talvez ele devesse ser mais amigável, ou talvez apenas um pouco menos rebelde. – tentei não achar estranho ou até mesmo irônico demais o sorriso que se abria em seus lábios. – Mas... vindo da mãe dele, isso não é incomum. Mas agora... hum... acho que temos um assunto a resolver, estou correto? Eu fiz um juramento e é de minha obrigação reclamar meus filhos. Será vocês um deles? Vocês me provarão isso, pois, pelo que bem sei, nenhuma cláusula me impede de efetuar um exame de DNA.

Aquele sorriso aumentou ainda mais e, de repente, senti um solavanco. Eu estava acordado. Toquei em meu rosto por alguns instantes. Era incrível como, durante aquele sonho, tudo parecia ser tão real. Quando finalmente me pus a olhar os arredores, percebi o quão ainda estava imerso em meus sonhos. Eu me encontrava em uma espécie de clareira, cercado por ruínas gregas. O ar era diferente ali, assim como todo o cenário natural. Estava em outro país, Grécia, talvez ?

- Falávamos?

Ouvi a mesma voz daquele senhor ecoando como um trovão poderoso em todo o local. Qualquer duvida que havia em mim quanto a aquilo ser ou não real foi dissipada quase que instantaneamente.

– Ah sim, sobre filhos rebeldes. Sim, digamos que tenho muitos deles. Vou lhes dar um breve prelúdio. Hefesto é meu filho, e fez questão de estampar o pudor na cara de seu irmão, Ares e sua esposa, Afrodite, ao descobrir sua promiscuidade - nada anormal também, diga-se de passagem. Ares fugiu da Trácia, perante tanta vergonha. Porém, ele nunca se esquece, mesmo que o “vento” venha tentando apagar essas lembranças. Ares nunca foi inteligente, nem Afrodite é o tipo de deusa que preza esse atributo. Mas, de qualquer forma, ele não pensa como age, apesar de agir bem, muitas vezes. Ele quer se vingar de Hefesto, e o seu intuito é destruir todas as obras prostradas a ele e a seus cultuadores, começando aqui. E... hum... vocês terão que falar com um irmão meu... ele não saberá da vossa chegada, então tomem cuidado, embora eu ache que não conseguirão nem entrar no barco.

E, com uma gargalhada quase maquiavélica, ele sumiu, nos deixando sós. Hyun falou algo sobre o barqueiro do inferno, Caronte. Bem, eu ainda estava com a cabeça presa na imagem de Zeus, se mostrando para nós em sua forma humana. Pelo menos uma delas. Seu trovão fazia meus olhos brilharem em um sentimento anormal. Fazia eu me sentir mais vivo.

Conforme andávamos, percebia o local em que nos encontrávamos. Zeus havia sugado a nossa atenção de modo tão eficiente que mal havíamos reparado no cenário ao nosso redor. Era composto de ouro puro, um tanto quando místico. Um ouro incomum, mas que me lembrava de minha mãe por motivos desconhecidos. O ouro montava estátuas de Hefesto. Sim, eu o reconhecia por conta da descrição de Zeus, além das aulas de mitologia dadas por Quíron nos nossos primeiros dias no acampamento. Estávamos nas ruínas de um dos templos à Hefesto, provavelmente destruído por Ares um pouco mais cedo. Enquanto analisava o local com cuidado, Hyun apenas correu para frente, em disparada. Sem cuidado algum, ele se ajoelhou perante uma peça de ouro reluzente no chão. Lá, eu também via, repousava uma lança dourada. Algo estava cravado nela, longe demais para qualquer um ver, na minha situação. Meus olhos, porém, focaram a imagem de um raio. Como eu havia conseguido ver aquilo eu não sabia, mas eu refletiria sobre isso mais tarde.

Ele a apertou com força, quase clamando a arma para si mesmo. Foi quando eu identifiquei um vulto negro pelo canto do olho. Subi a guarda logo em seguida, mantendo as mãos à frente do rosto. Não possuía nenhuma arma em mãos, mas aquilo não iria me segurar agora. O esqueleto vestia uma armadura completa de latão, além de um elmo antigo e uma espada brilhante em prata.

- O que fazem aqui, invasores? - Ele interrogou, com a voz carregada de raiva.

- Nós não queremos brigar! E.. hmm.. estamos procurando pelo irmão de Zeus. Se não me engano, estamos procurando por Hades.

Hyun pigarreava um pouco, ao mesmo tempo que pressionava a lança com cada vez mais força. Voltando minha postura para algo mais amigável e cordial, fiz uma reverência, em pé, ao guarda e me dirigi a ele com a voz constante e firme.

- O senhor Zeus nos colocou nessas terras para que falássemos com o seu senhor, Hades. Se duvidas de nós, olhai a lança que repousa nas mãos do garoto próximo a ti. Ela contem a marca do poderoso deus do trovão.
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Mensagem  Zeus Sáb Dez 22, 2012 11:53 am

Em todos os sentidos, um ataque sempre vem, e é preciso ter-se ciência disso para não ser apunhalado de surpresa. Nesse momento, porém, os garotos encaravam esse ensinamento no sentido literal. Um ensinamento de suas mães, talvez, aplicado por eles em todas as áreas de suas vidas agora deveriam ser aplicadas de modo prático, porque deslizes não eram toleráveis, tampouco segundas chances, como antigamente em suas brincadeiras de criança. Se um motivo explicava suas até então pequena estadia ali, era porque alguém queria prová-los, prová-los determinando finalmente se eles eram capazes, eram dignos de mostrar o que aprenderam, pois a teoria muitas vezes não te ensina nada, apenas te mostra hipocritamente como deveria ser. Exatamente no segundo em que eles perceberam isso, alguém observava-o, e não era apenas aquele que tem isso como obrigação, porque, como ele mesmo ponderava, aquela era uma obrigação, obrigação a qual, ocultamente, ele sempre cumpriu.

Os semideuses arriscavam no diálogo com o esqueleto, que permanecia ereto e com sua espada em mãos, não esboçando qualquer reação para eles - o que já era esperado de um esqueleto. A criatura deu alguns passos para trás quando ouviu o nome de Hades, aparentou temer por algum tempo, entretanto seu elmo brilhou em vermelho, e ele logo se recompôs, avançando para os garotos. - Não sirvo mais a Hades, tolos, e não temo o poder do deus dos raios! - por um momento sequer, apenas um, Kevin ponderou atacar, mas ao invés disso, observou o estranho comportamento do esqueleto: erguendo a espada, ela foi consumida por chamas vermelhas como sangue, e então novas chamas brilhavam ao redor deles na floresta, outros esqueletos estavam vindo, e seus risos fantasmagóricos eram mais aterrorizantes que a forma coxa do deus das forjas, em suas estátuas destruídas.
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