Forja We're golden - (Farah Jones Walker)

Era de tarde já quando eu pensei em fazer uma visita a uma campista nova. É, sou meio que curioso quando eu quero e resolvi visita-la em seu lugar de trabalho. Eu estava nu, só de cueca e meu macacão por cima do meu corpo divino. Meu peito fica exposto, mas não sinto muito frio. Crio um buque de rosas brancas para dar as boas vindas e me coloco a caminhar pra fora do chalé de número quatro. Pelo caminho eu assoviava no ritmo dos passarinhos e fazia brotar margaridas por onde pisava. Eu estou feliz e o que é que tem?

Não gosto muito de forjas. É muito quente, e fogo me lembra queimadas e isso me desagrada, mas assim que eu chego vislumbro uma entrada de madeira. Um arco magnânimo que me deixou distraído por alguns segundos intermináveis. Havia uma placa com letras elegantes com o nome da loja. Demorei pra entender, mas dizia "We're Gold". O lugar por dentro, era amplo e tinha algumas janelas grandes, deixando tudo bem claro e arejado. O teto me dava um pouco de medo, pois não gosto muito do crepuscular do dia. Me trás más lembranças. Apertei o passo, admirando tudo a minha volta, até mesmo as flores mortas de aço que estavam em cima do balcão negro. Deixei minhas rosas juntas ao meu peito, desviei os olhos para alguns desenhos que ali estavam e pigarrei chamando a a tal filha de Hefesto.

As alças do meu macacão estavam caídas até a altura dos meus cotovelos, deixando meu peitoral firme e amplo amostra. Somente as flores o tampava, mas seri apor pouco tempo, já que eu as trouxe para Farah (Acho que é esse o nome dela). Meu perfume natural se estendia pelo calor do lugar. Meu sorriso brotava e era apenas questão de tempo até a forjadora aparecesse para me atender.

Uma moça linda banhada em tons de terra, com olhos intensos como uma barra de chocolate amargo. Sorri com meus lábios até que meus dentes brancos iluminassem meu rosto. Meus olhos se fecharam e meu rosto deu uma inclinada. Meus ombros flexionaram e meus braços se entenderam até que o buquê de rosas brancas ficasse bem diante da forjadora. Ignorei a mão dela, já que eu estava com algo mais valioso do que a mão quente dela. Minhas flores alvas como a neve e cheirosas como a primavera - Meu nome é Albafica Triantaphylos, o rosa branca - literalmente meu nome significa rosa branca. Apresentei-me sem desfazer meu sorriso caloroso capaz de derreter a neve do inverno e trazer a primavera em questão de segundos. Pelo menos meu pai dizia isso. Arrumei uma de minhas alças e a observei.

Encantadora. Eu só havia vindo para dar as boas vindas, mas acho deselegante entrar num lugar e não pedir nada né. Enquanto eu pensava em algo, um garoto, também novo entra na forja. Um menino encapuzado com quê de ser filho de algum deus das trevas. Ezio, como havia se apresentado, pediu facas para a filha de Hefesto e depois ficou no aguardo. Rolei os olhos e apertei a bochecha do garoto. Rapidamente criei uma papoula linda e bem vermelha e lhe enfeitei a roupa. Bati duas vezes no alto de sua cabeça e sorri - Facas... - disse longe. Não me apresentei, pois fiquei com preguiça. Também não fiquei pegando os dois, pois acho que minha manina de aproximação repentina não pegaria bem com esses dois novos campistas. Minha vontade era pegar o menino no colo e beijar a bochecha dessa deusa de ébano, mas prefiro não o fazer. Mesmo que já tenha apertado a bochecha desse menino, mas em todo caso é melhor me comportar.

Minha alça volta a cair e meu peito fica totalmente exposto novamente. Cruzo os braços e me debruço no balcão, tentando ficar na mesma altura dos garotos. Olhei para a princesa morena e molhei meus lábios, olhando-a com curiosidade. Pisquei devagar e assoviei uma melodia melancólica, tentando pensar nalguma coisa que eu realmente queira - Trabalha com vidro? - comentei distraído com meus botões. Apoiei meu queixo em minha mão direita e entortei os lábios com calma. Meus olhos não paravam de secar a forjadora, mesmo que meu interesse não fosse diretamente sua pessoa. Meus olhos só a olhavam por olhar. Minha mente estava bem longe buscando alguma informação.

Eu estava muito longe, pensando em colinas, cervos nas campinas, flores de cerejeiras e um riacho cristalino cruzando uma montanha maravilhosa. Pisquei os olhos, tomei a posse da minha consciência. As facas estavam com um precinho bem salgado, mas não sou cotador de preços na hora de forjar alguma coisa. Minhas espadas são sempre feitas da melhor madeira que posso encontrar e sempre voltam a crescer ou são super resistentes, isso se eu não morrer né. Ai a magica acaba pra sempre. Sobre o vidro, dou uma piscadinha para a garota morena de cabelos caramelizados e lhe pego o queixo, a puxando até meu rosto. Meu nariz esbarra no dela e meus olhos castanhos a fitam intensamente num profundo enlace. Sorrio com os lábios e deixo que a mente dela flutue longe - Eu só estava pensando alto - digo e me livro de seu rosto, ensaiando um beijo que talvez nunca a dê.

Me ergo, espreguiçando meus braços e estalando as vértebras de minha coluna. Minhas alças do macacão retornam aos ombros, tampando minha nudez. Cruzo os braços e continuo a pensar nalguma coisa que realmente eu queira. Talvez uma foice nova, ou uma corrente. Nem sei usar isso, mas sei lá, posso aprender - Farah... Me diga o que eu posso forjar aqui... - digo aleatório, pensando nos campos de morango

hum... nada daquilo me apetecia. Não preciso de espadas, facas, machados e nem nada desse tipo. Nem gosto de lutar mesmo, nem sei o motivo de treinar tanto se nunca saio em missões. Sou um ótimo guerreiro, mas não me sinto muito bem depois de vencer um combate. Ok, me sinto um vencedor, mas não é lá muito glorioso ser um vencedor as custas da derrota de outrem. Bom, eu venci os jogos uma vez, então, não posso dizer muita coisa a respeito de "não passar por cima das pessoas".

Pulei por cima do balcão, beijei a testa da menina e sorri acalentador como um Sol do meio dia - Acho que não preciso de nada - disse divertido. Fiquei de costas para a menina. Criei uma rosa branca e rasquei a pele do meu pulso, deixando um fio carmesim cair sobre a mesa de atendimento - A não ser que você consiga forjar meu sangue - disse num tom funesto e melancólico. Meus olhos estavam sem vida e meu sorriso havia sumido. Olhei para Farah por cima dos ombros, esperando sua resposta.

Fiquei um tanto chateado, mas se ela não sabe como forjar meu sangue venenoso nalgum equipamento, não posso fazer nada. Lambi o sangue do meu pulso e automaticamente a ferida cicatrizou-se. Além de ser filho de Deméter, sou um curandeiro muito bom. Me sinto até melhor que os filhos de Apolo. Estalei os dedos, virando-me para a menina e fazendo saltar de meus dedos uma duas camomilas - Mastiga isso, é bom contra tontura - disse num tom paterno e querido. Meu sangue deve ter causado esse desalinhamento na garota.

Dedilhei meus dedos pelo balcão, buscando alguns planos de forja. Acho que uma foice de vidro com um sistema que deixe meu sangue visível. Hum, pode dar certo, mas será que Farah tem habilidade suficiente para isso? Apoiei-me no balcão, segurei novamente o queixo da menina e a olhei bem fundo em seus olhos. Meu dedão massageou uma vez o lábio inferior de Farah e meu nariz alisou o dela sem muito propósito. Suspirei e afastei-me lhe dando um beijo terno no canto da bochecha - Quero uma espada de vidro com um sistema parecido com uma seringa, no qual meu sangue venenoso possa fluir pela espada e caso eu acerte o oponente, o envenene obviamente - falei por fim. Meus olhos fecharam-se durante a explicação. Meus braços se cruzaram e minha mente já podia imaginar o armamento pronto em minhas mãos.

Olhei-a com curiosidade. O preço estava muito alto pra uma novata. E o material da minha espada nem era lá tao caro a ponto dela cobrar esse absurdo de mim. Vidro, se eu me lembro bem, custa cinco dracmas na loja para forjadores. Mais um porem, parte da espada seria feita com meu próprio sangue tóxico de um vermelho carmesim intenso. Coloquei a mão no queixo, buscando em meus pensamentos alguma resposta para as minhas ansiedades duvidosas.Não achei nenhuma resposta válida o suficiente, a não ser o absurdo a ser cobrado. Olhei para a menina de Hefesto e entortei a boca. Semicerrei os olhos e - Muito caro... - sibilei distraído olhando para um ponto qualquer da sala.