Gods and demigods
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Mensagem  Pandora Chesterton Qui Jun 26, 2014 7:19 am


Nome — Pandora Chesterton
Idade — 16 anos
Progenitor — Hefesto
Motivo — Bom, sempre tive muita curiosidade em relação ao trabalho nas forjas e também muita admiração... Fora que filhAs de Hefesto não são exatamente comuns, o que torna tudo ainda mais especial... É, acho que é isso.
Progenitor mortal — Sarah Chesterton
Defeitos e qualidades — Colocarei por tópicos:
• Carinhosa e protetora com quem ama.
• Extremamente tímida.
• Anti-social na maior parte do tempo.
• Coloca o trabalho acima de quase tudo.
• Melancólica após a morte de Patrick, seu irmão, mas sempre arranja um jeitinho de disfarçar.
Cidade natal e atual
• Natal: Los Angeles, Califórnia.-Sangue.
• Atual: Acampamento Meio-Sangue
Habilidade
✓ Sorte: Agradeça ao destino, és um semideus sortudo, tudo que envolva sorte para você, seja em cassino ou arremesso de projéteis, você costuma se dar bem.

História:

Tudo bem... Hum... Acho que não sei por onde começar. Minha vida nunca foi muito boa ou alegre, sabe? Nunca tive uma casa perfeita ou família ideal... Só para começar, não cheguei a ter um pai durante a infância, -a maior lembrança que tive do homem que me gerou foi uma adaga de cabo bem detalhado, apesar de extremamente simples- e minha mãe... Bom, minha mãe morreu ao dar a luz para meu irmão mais novo. Não o culpo por isso, claro.. Mas foi algo difícil para mim. Vê-la morrer, digo. Depois disso passei algum tempo no orfanato, onde cuidaram de mim e de Patrick, meu irmão, mas... depois de alguns anos eu percebi a verdade: ninguém adotaria duas crianças ao mesmo tempo. Ninguém se importaria por sermos irmãos... E então, deu no que deu: na noite de natal, quando todos estavam com a guarda baixa, fugimos do nosso 'lar', iniciando assim nossa vida na rua. Na época Patrick ja tinha 6 anos e eu 12... Tornei-me mãe, irmã, conselheira, amiga... Tornei-me tudo o que pude para fazê-lo feliz. Nos mudávamos regularmente, usávamos locais abandonados como casa, fugíamos da polícia e da assistência social... Depois de alguns meses eles até desistiram, mas não baixamos a guarda, nós...

Ok, acho que você já sabe o essencial. Não sou o tipo de pessoa que se abre para qualquer um ou que se sinta bem falando sobre coisas pessoais... Sei que isso não basta pare entender nem sequer metade sobre mim, mas não estou confortável para falar mais.
Façamos assim: conto-lhe sobre dois dias importantes e nada mais, ok? Ok.


Os flocos brancos caíam do céu com uma calma quase tediosa, tornando a noite em NY mais fria do que o normal. Sem pensar duas vezes, enfiei as mãos dentro dos bolsos laterais da blusa de lã esfarrapada com proporções demasiadamente grandes para meu corpo. Parecia uma peça masculina, mas de nada me importava a aparência que tinha ao usá-la: roupas eram feitas para aquecer, nada mais. Tentei apressar os passos, apesar que mesmo a caminhada mais lenta do mundo fosse difícil sobre a grossa camada de neve que cobria o chão... Decididamente o clima não estava ao meu favor, e o mais importante: eu estava com pressa. O dia hoje não fora fácil, mas depois de longas horas vendendo panos em condições precárias nos sinais e tentando arrecadar trocados na porta da igreja, eu finalmente consegui: comprei o bolo de morango que Patrick tanto almejava. Eu devia isso a ele, sabe... Mesmo sendo mais novo ele havia cuidado de mim quando fiquei doente. Me agasalhou com o que pode encontrar e saiu para conseguir um pouco de comida... Ele assumiu meu lugar quando precisei.

Pensar nisso fez um sorriso cansado tomar meus lábios: quanto tempo mais poderíamos aguentar? Fazia pouco mais 6 meses que tínhamos saído orfanato e Patrick já tinha adoecido 2 vezes e eu uma, passamos dois ou três dias de fome... Estávamos um lixo, e o pior é que nem eu, nem Patrick, aceitaríamos voltar...

~~~//~~~

Mesmo não sendo uma casa de verdade, um sorriso se formou no canto de meus lábios ao chegar na porta da fábrica de tecidos onde eu e meu irmão havíamos arranjado abrigo. Era um local abandonado, sabe... Não havia sequer quem passasse perto dali, o que era uma grande vantagem para nós. Sem muito esforço, me espremi para passar na pequena abertura que ficava no meio dos portões fechados com correntes meio folgadas e antes que pudesse me conter corri para a pequena saída de emergência, do lado esquerdo da fábrica, que usávamos como passagem.

~~~//~~~

_ Você demorou!! - Denunciou o pequeno garoto de cabelos loiros e olhos azuis que corria em minha direção com os braços abertos. Ele tinha pouco mais de um metro e seu sorriso era estonteante de tão animado... Meu Deus, como eu amava aquele sorriso.
_ Também senti saudades, tampinha! - Exclamei com os olhos brilhando e a mente em paz. Era como se nada do dia tivesse qualquer importância.
_Ahh... Boba! - Resmungou ele com a inocência de criança, me abraçando com força e enterrando o rosto em minha barriga. - Já podemos fazer o boneco de neve? - A ansiedade em sua voz deixava-me refém... Meu coração ficou na mão ao abraçá-lo com força e negar com a cabeça.
_Não, Pat... Está tarde, você não pode ficar doente outra vez, sabe disso! - Tentei ser firme, mas minha voz deixava escapar uma leve decepção.
_ Ahh... Ok... - Ele também tentou ser, mas deixou escapar a tristeza, soltando-me do abraço e dando um sorriso cansado... Estava se esforçando.
_Amanha cedo, ok? - Prometi, bagunçando os cabelos de meu irmão. - Mas ei... Tenho uma surpresa pra você! - Até minha voz estava animada: eu gostava de agrada-lo. Usei uma das mãos para puxar o queixo dele um pouco para cima, não permitindo que ele continuasse com o olhar cabisbaixo, e usei a outra para pegar a fatia de bolo que estava em meu bolso, enrolada em papel toalha e guardada dentro da sacola de plástico.
Assim que estendi a 'surpresa' para ele, seus olhos se iluminaram e não tardou até que as pequenas mãozinhas agarrassem o presente, tirando-o da sacola plástica e desembrulhando o papel. Ver a expressão de satisfação e surpresa no seu rosto roubou todas as dores que o o dia exaustivo trouxera. Ele mordiscou um pedaço do bolo sem pensar duas vezes, mas logo me encarou um pouco na duvida.
_ Você já comeu?- Apesar de jovem seu olhar era intenso... Eu poderia mentir, mas não tive coragem..
_ Não.. - Admiti, baixando o olhar com um poucos vergonha.
_ Toma. - Sua voz era decidida ao me entregar metade do bolo.
Tentei negar, mas ele insistiu até que eu aceitasse. Por fim, comemos juntos e ao terminar a breve 'refeição' estávamos rido de coisas bobas e histórias que Pat contava... Era verdade: eu precisava mais dele do que dele de mim...
" Meu irmãozinho não era mais criança." Esse foi o ultimo pensamento que tive antes de acabarmos dormindo sobre os panos velhos e empoeirados de todos os dias. Não era confortável, mas esquentava.

~~~//~~~

_ Cuide dele, Panda! Cuide de seu irmão...

Meus olhos se abriram repentinamente, minha respiração acelerada pelo pesadelo, minha cabeça rodando, a visão embaçada no escuro... Era sempre assim, mas... Quando meus olhos conseguiram foco a imagem de Pat surgiu. Sua boca se movia mas eu não conseguia associar suas palavras, seus olhos estavam arregalados e seu rosto trazia um pavor intenso. Me esforcei mais, sentindo o mundo todo ficar confuso.
_Panda! Pã! Tem alguém aqui! Acorda, Pandora! Precisamos fugir, temos que sair... Estão aqui! Temos que ir... - Sua voz soava desesperada, mas demorou alguns minutos para que eu finalmente tivesse alguma reação.
Movendo-me o mais rápido que pude, tentei me colocar de pé, atrapalhando-me um pouco com os cobertores antes de finalmente conseguir.
_Pat, calma.. Quem está aqui? - Sussurrei, me contendo ao máximo. Ele precisava de mim.
_Eu.. Eu não sei... Abriram a porta da frente e estão andando la na frente... Por favor, Pã, vamos sair daqui..




Esse foi o único momento de minha vida que me arrependi. Nunca sofri tanto com uma escolha, nunca tive tanto desejo de voltar ao passado... Tudo o que aconteceu foi culpa minha. Sei que hoje não estaria contando tudo isso se tivesse feito diferente, mas não me importaria... Eu trocaria de lugar. Ok... Vamos continuar...



Mesmo vendo o jeito que meu irmão estava eu neguei com a cabeça, enrolando as cobertas e empurrando em direção a ele, juntando o máximo de coisas possíveis para que ele pudesse levar.
_ Vá! - Exigi, mostrando que não aceitaria questionamentos. - Me encontre na praça do grande carvalho, ok? Não olhe para trás, não pare, não pense em voltar. Me prometa que vai fazer isso. - Ele estava prestes a protestar quando deixei a mascara que cobria meu rosto cair por alguns segundos, expondo o quão difícil estava sendo para mim também. - Por favor, Pat... Por favor! Não conseguirei me concentrar se ficar pensando que você pode acabar voltando aqui e... se for a polícia eu posso fugir, se for um bandido eu posso dar um jeito, mas não vou deixar nada acontecer com você... Por favor Pat... - O garoto deixou uma lágrima escorrer, me abraçando com força e soluçando baixo antes de finalmente concordar com a cabeça, incapaz de falar. - Eu te amo, Pat... Eu vou encontrar você, ok? Eu prometo que vou! Agora vá! - ele soluçou mais uma vez e concordou com a cabeça freneticamente antes de se afastar e finalmente sair pela porta lateral, correndo pela neve.
Assim que o vi sair, me virei para o nada, pegando a adaga deixada por meu pai e a segurando firmemente na mão direita, adentrando a fábrica com passos firmes e decididos, deixando a mascara tomar meu rosto novamente.

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_Ahh, merda... Eu odeio frio, odeio fábricas, odeio buscas... Eu odeio ser sátiro! - A voz rouca e rabugenta alcançou meus ouvidos antes que eu pudesse ver seu dono. - E céus, juro que mato Quíron se essa criança ja tiver sido achada... Tudo aqui fede à meio-sangue... Que os deuses me perdoem, mas seria surpresa se ela já não tiver sido morta. - A voz insistia em resmungar, deixando-me aflita. Ele estava nos procurando? Era um drogado, certamente.. Mas que tamanho teria? Se fosse muito mais alto não sei se teria muitas chances...
Os pensamentos foram interrompidos assim que avistei a criatura. Pouco mais alto que eu, com pernas peludas e corpo de humano... Seu pescoço era envolto por um cachecol verde amarelado e sua cabeça coberta por uma toca vermelha que juntamente com a blusa de lã roxa deixavam-no parecido com um idiota colorido e sem noção. Não importava. Ele estava em minha 'casa'... Eu não deixaria que ele continuasse ali.
Saltando das sombras coloquei a lâmina na frente de meu corpo, fitando seu rosto com uma pitada de ódio
_ Quem é você?! - Perguntei com a voz fria, mantendo o tom baixo, apesar de audível.
_Ahh pare com isso, criança! É você não é? Panora, Pandora ou sei la o que... Precisamos ir! Vou explicar tudo no caminho, já é surpreendente que não tenham te achado, não temos tempo a perder! - O homem havia pegado meu pulso esquerdo com um pouco de força, começando a me arrastar em direção à saída principal, deixando-me sem reação por alguns segundos. Assim que percebi inquebrável acontecia me desvencilhei de seus mãos, parando decidida.
_Não vou a lugar algum com você. - Minha voz soou rouca e ameaçadora, meus olhos queimaram de ódio. Estava disposta a brigar com o esquisito homem-bode pelo tempo que fosse necessário...
E então tudo desmoronou.

[center]~~~//~~~

Eu não devia tê-lo deixado... Eu não devia... Não devia ter feito aquilo, não devia ter tentado me mostrar forte... Como eu pude abandona-lo? As lágrimas queimavam meu rosto e o sangue borbulhava em minhas veias em um misto de ódio, dor e espanto. A criatura que estava de pé na neve deveria ter no mínimo dois metros e meio. O bastão em sua mão tinha minha altura, mas duas ou três vezes a minha largura... E estava manchado de sangue. O sangue do corpo que jazia inerte nos flocos brancos que se acumularam no chão, o corpo do jovem defunto que não havia completado nem 10 anos... Era o sangue de meu irmão.
_ Pat... - Sussurrei, incapaz de gritar. O mundo parecia ter desmontado, meus joelhos fraquejaram e tudo ao redor se tornou cinza. O homem bode segurava minhas duas mãos para trás, me prendendo na porta lateral por onde Pat saíra alguns minutos antes...
Confesso que quando ouvi seu grito torci para que ele tivesse achado mais um homem-bode, mas no fundo eu ja sabia que não era verdade... Eu corri o máximo que pude, segurei o coração, tentei me concentrar... Mas quando cheguei à porta e o meu novo 'amiguinho' me segurou eu pude ver tudo... A besta gigante havia matado meu Pat... Ela havia matado minha família... A besta iria morrer.
_ Me.Solte. - Murmurei entredentes, sentindo minha respiração irregular e meu corpo cheio de adrenalina. Ahh, o mostro iria pagar...
_ Não seja ridícula, garota! Você não pode fazer nada! - Recusou, me puxando para trás e fechando a porta.
_Eu posso matá-lo! - Insisti.
_Pode morrer, e olhe lá! Um ciclope é grande demais para você, semi-deusa tola! - Retrucou, voltando a me puxar para trás, tentando me tirar do local.
_Ele vai pagar, ele vai! - Tentei mais uma vez, sentindo as lágrimas fluírem, não encontrando mais forças para lutar contra o dito sátiro.
_ Ele vai, criança... Ele vai... - Murmurou com compaixão ao ver minha desistência, rodando-me para seu lado e me abraçando.
Desabei. Chorei e meus joelhos fraquejaram. O homem me pegou no colo, o que não deve ter sido difícil depois de minha recente perda de peso nos últimos 6 meses. Não resisti, ficando mole em seu colo. Repentinamente todas as informações começaram a ser processadas: homem-bode, gigante, o corpo de Pat, semi-deuses... Tudo de uma única vez. Não aguentei tudo aquilo e minha mente se viu 'bugada'... Em poucos segundos já estava inconsciente.



Tudo bem... Acho que posso parar por aqui... Sabe, depois disso só basta saber que acordei em um local para... 'Crianças' como eu. Ainda vivo aqui, mas acho que parte de mim ficou na fábrica, perto da porta lateral, jogada onde um dia esteve o corpo de Pat... As vezes sonho com ele, conversamos... E quando acordo tudo acaba. Ele era o que com um sorriso no rosto, era o que podia superar meu gênio difícil, me tornou protetora e sensível... Ele era capaz de me fazer amar... E agora que estava morto, não havia mais nada. Por fim me entreguei aos genes de meu pai, o que na realidade não era ruim... Ele era uma pessoa boa, astuta... Ele era quase como eu, dedicado ao trabalho, meio anti-social, aparentemente tímido... mas ainda tinha alguém em quem depositar toda sua afeição, mesmo que esse sentimento não fosse exatamente recipocro... Ok, confesso: apesar de otimo nas forjas, meu pai nunca foi bom no amor... Fazer o que? Hefesto nunca foi nenhum modelo.
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