1º EDIÇÃO dos JOGOS OLIMPICOS {Convocados}

I'am Lola Skyfiut

Todos estávamos reunidos para a retirada daqueles papeizinhos. Ah sim, pequenos pedaços de papeis que hoje representavam a morte. Quiron falava com um desgosto preso em sua garganta, mas explicava todas as regras dos Jogos. Dois de cada chalé? Era isso que eu imaginava. Fiquei com medo da pequena Ninha participar. Uma garota frágil, mas que na verdade podia ser forte. Tanto faz. Foi aí que me lembrei. Filhas de Zeus, somente eu e Angel; Ah, sim que sorte a nossa não? Não preciso dizer que eu fui convocada para esses jogos ridículos.

Eu havia me preparado, fisicamente. Só fisicamente. Psicologicamente não. A verdade era que ninguém devia estar preparado para morrer. Minha roupa era preta e fina, e usei isso por um motivo. Calor? A roupa fina deixaria que eu não me aquecesse tanto. Frio? O preto não deixa que a temperatura corporal saia tão rápido. Aos poucos fui percebendo que estavam me levando para morte.

Meu coração disparado. Olhava ao redor na floresta. 15 campistas que até alguns dias atrás eram aliados meus, amigos. Agora, eu os olhava, com medo de que qualquer um deles me atacasse. Com medo de que a qualquer momento, um gongo soaria e aqueles que eu confiava estariam me matando. “Pense Lola, que mal vai fazer?” Qual o problema de morrer? Eu nunca tive muitos amigos, muito menos, pessoas que gostassem de mim. Além do mais, eu sabia que minha única irmã havia sido convocada, e realmente, se alguém pudesse sobreviver, seria ela. "Pare de Pessimismo Lola!"

Minha opinião mudou assim que vi quase do meu lado Alba .Meu amigo de tempos aqui, uma das poucas pessoas que eu confiava. Alba. Porque ele? Eu não quero ver nada acontecendo com este menino que um dia me ajudou. Entre nós, uma filha de Afrodite, com certeza. Eu sabia muito bem como aquela garota corria. Segurei os sentimentos que estavam em mim e desviei meu olhar para a outra pessoa ao meu lado. Um garoto, pelo seu porte, provavelmente era filho de Apolo. O que também não me deixava muito confiante. Coloquei a mão em meu peito, deslizando para o colar que eu tinha. Acho que realmente era uma lembrança de que eu poderia ter uma família. Assim que ganhei Sky, me tornei amiga de um dragão. Meu pequeno dragão de fogo que agora estava grande. Eu não podia perdê-lo. E aquela lembrança, aquele dente pendurado em uma corrente me lembrava que eu pelo menos podia tentar ganhar.

O gongo tocou.

Acho que eu nunca imaginei que tantos pensamentos pudessem se passar na minha mente. “tum-tum” meu coração acelerou com as batidas. Antes de tudo, usei um pouco dos meus poderes para que algumas partículas de ar (mais conhecidas como nuvens) embaçassem a vista da pequena rainha, depois disso, disparei meus pés como uma bala. Assim que comecei a correr, escolhas começaram a ser trabalhadas, fugir a floresta, ser banhada por sangue. Não, eu não podia permitir que meu medo fosse mais alto. Meus pés alcançavam uma intensa velocidade, e minha primeira idéia foi correr. Agradeci aos Deuses por ter me deixado na rua. Por várias vezes eu furtava coisas, comidas, e até roupas para sobreviver, e esse foi um dos motivos de ter alcançado tanta velocidade. De longe eu havia visto os objetos, mas o que me chamou atenção foi a espada. Eu sempre tive um bom manuseio com ela, e era o objeto que eu preferia. Havia algumas coisas a mais, como um arco e flecha, mas as flechas acabariam logo e provavelmente eu ficaria vulnerável.

Uma foice, será que esse seria o objeto de Alba? Provavelmente. Mas eu não me contive nas idéias e continuei em disparada, enquanto algumas pessoas se acotovelavam. O garoto de Apolo me empurrou (sem querer, ou não) me deixando rolar no chão. Ele provavelmente também queria a espada. Puxei seu calcanhar o deixando cair e corri em direção a espada.

Estava um pouco na frente de que alguns campistas, e os objetos em questão estavam ali. O que pegar? Não deu tempo de pensar. Minhas mãos se espalharam na mesa pegando rapidamente a espada longa ( que por acaso era muito bonita), duas luvas de ferro e eu nem sei o porque usaria, chocolates (meu vício) e uma faca. Assim que comecei a correr por uma direção que não tivesse ninguém, o garoto de Apolo novamente estava na minha frente, Acho que ele iria me matar. Foi uma reação rápida.

Meus olhos se fixaram em uma região e eu joguei a faca com força. Não era para mata-lo. Juro. Pretendia acertar sua perda, de começo mas meus olhos se focaram em sua cabeça e meus instintos vieram a tona. A faca voou rapidamente em meio a sua testa, o deixando perplexo. Ele também estava com uns objetos em mãos. Continuei correndo e pulei sobre seu corpo, que agora parecia imóvel. Eu o matei? Não. Eu não conseguia pensar nisso, não queria matar ninguém!

Estava com medo, mas não transmiti isso a ninguém. Não olhei para trás, pensando em desistir, mas sim pensando em me proteger. Fugi pela floresta. Subindo em arvores e pulando feito macaca. Eu realmente parecia ter adquirido uma forma selvagem de Lola, onde meu pensamento era sobreviver. Eu não podia ficar sozinha, e precisava de Ajuda. Quando vi que ninguém mais estava perto de mim, subi até o topo de uma grande arvore e olhei. Não dava para ver muito vem o início de tudo, mas dava para saber, mais do que dois campistas já haviam morrido.

Cortei alguns pedaços de plantas que pareciam firmes, criando uma bainha para a espada. As barras de chocolate em meu bolso. E meu coração no meu chalé. Onde eu achei que algum dia estaria seguro. Pensei errado. Aos poucos vi Alba passando por perto onde eu estava eu precisava dele, e sei que não iria me matar. O chamei me aproximando e ainda escondida na árvore.

- Alba! Sobe aqui! – falei, baixo de forma que só ele ouvisse.

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I'am Lola Skyfiut

Foi a maior loucura de todas. Pessoas correndo, pessoas mortas. Eu matei alguém? eu não tinha certeza se o garoto havia morrido, e eu queria mesmo que não. Por mais que essa frase tentasse invadir a cada segundo mais minha mente, eu tentava me controlar para que isto não acontecesse. Minha mente devia se focar nos jogos. E em Alba que pedia para que eu descesse. Confesso que demorei um tempo para sair de cima das árvores, será que meu pai me mataria com aqueles pássaros? Mesmo que eu fosse atingida, eu poderia me curar com esta corrente elétrica, mas, por via das dúvidas, eu preferi descer.

Caminhei atrás de Alba, e enquanto ele cortava caminho, fixava meus olhos em distâncias longas distâncias, agradecendo aos Deuses, e claro, a meu pai Zeus pela ótima visão. Assim que alguém aparecia em um foco de dez metros de distância de nós, eu avisava alba e nós mudávamos nosso caminho por uma outra trilha, despistando qualquer passo que déssemos e deixando o caminho tão selvagem quanto podíamos.

Graças a meu amigo, filho de Deméter, o caminho que fizemos não foi nada perigoso, nos livrando de qualquer armadilha, ou empecilhos que pudessem travar nossa caminhada. Confesso que minha confiança estava nele. Se por algum acaso alguma coisa acontecesse, eu negaria que Alba teria planejado. Olhava para a mata ainda procurando alguma área aberta ao céu, de alguma forma, ele me encorajava a seguir em frente e não deixar que o medo superasse minhas forças, "Para você, Lola, o céu nunca vai ser o limite" pensei enquanto recuperava a coragem que queria sair pelo caminho contrário.

O céu começava a escurecer e o clima ainda parecia razoável. Pelo visto, não iria chover tão cedo e isso foi uma das razões para que eu e Alba parássemos. Depois do senhor planta verificar o locar e sua segurança, e eu, olhar por um raio de aproximadamente dez metros e não ver ninguém, nós paramos para descansar. Confesso que minha barriga não pedia por comida, aquela adrenalina havia substituído qualquer sensação de fome ou sede que poderia estar em mim. Mas eu sabia que deveria comer, se eu realmente quisesse ter forças para o dia que viesse. Sabia que daqui algumas horas, eles anunciariam quem havia morrido. Ah sim, novamente na minha mente o rosto do garoto passou, me lembrando de que eu era uma assassina.

O lugar onde nós estávamos era bem escondido e de difícil acesso, graças a Alba, nós conseguíamos ficar escondidos com facilidade. O garoto abriu a sacola com as maças e começou a comer uma delas. Realmente, ele havia pego a foice, como eu imaginei. Tomei uma pequena distância dele assim que avistei algumas amoras, elas pareciam saborosas. Confesso que deu água na boca e eu não me detive a colhe-las. Porque tão atraentes?

- Se eu fosse você, deixava essas frutas ai e come isso aqui. - lançou uma maça e eu a peguei no ar, deixando as amoras cair no chão - É mais seguro. Depois me dê as sementes..
- Ah, certo - olhei para ele e sorri.

Se não era seguro, então algo realmente era atraente nelas, e não era seu aroma doce. Veneno, isso sim. Essa era a única coisa de que eu havia pensado, e ela poderia ser bem usada, afinal. Limpei a maça em minha blusa, e a coloquei de leve no chão, segurando novamente as amoras. Elas seriam bem úteis a final de contas. Com cuidado, coloquei minhas luvas de ferro e segurei as amoras venenosas, a amassando até virar uma pasta viscosa. Devagar, tirei minha uma de minhas luvas, deixando o liquido viscoso em outra mão minha. Com minha mão livre, segurei a espada, a passando devagar no liquido. aos poucos, o gume de murders - sim, eu dei um nome um tanto quanto diferente a minha espada - estava totalmente preenchido com a pasta de amora.

Soltei minhas duas luvas com cuidado para que nenhum vestígio de veneno se aproximasse de mim e eu os ingerisse sem querer e então segurei o cabo da minha espada, concentrando uma energia de mim a ela. Uma energia elétrica que percorreu meus braços passando para toda a espada. Aquele líquido agora estava fixado em toda a lâmina de murders e assim que tocasse a pele de alguém, provavelmente causaria algum efeito do veneno, só não sei qual, ainda. Coloquei a espada novamente presa em uma base que havia em minha roupa e as luvas penduradas em meu bolso e sentei ao lado de Alba, comendo a maça que ele havia entregado.

- Aqui estão suas sementes - enfiei no bolso de sua calça e olhei para o alto. Novamente, fixei meus olhos de água rapidamente ao redor - Ninguém em um raio de dez metros, Alba. - me apoiei em suas costas, esperando a noite cair.

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I'am Lola Skyfiut

A noticia correu rápido a nós. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete. Sete campistas eliminados no total. Alguns, mortos por nós, outros eletrocutados pelas águias de meu pai. A maioria das mortes nós havíamos visto e não foi lá o melhor programa semanal que eu já tive, a verdade era que essas cenas estavam ecoando em minha mente. Mas os pássaros cantavam, tentando afastar os pensamentos ruins de mim. Até que se criou um silêncio mortal.

Olho de águia, olho de águia, olho de águia. Aquele lugar parecia estar calmo Demais, e isso me preocupava. Assim que o silêncio começou a ficar tenso, Alba e eu ouvimos um barulho bem conhecido: água. Aquele som calmo e tranquilo do riacho fez com que minha boca salivasse mais do que o normal. Nossa aliança estava feita, mas a sede tomou posse dos dois e então meu parceiro conseguiu me convencer de que ele buscaria água para nós. E eu ficaria ali onde estávamos de vigia.

Alba saiu em meio a floresta sumindo entre os troncos de árvores. Aos poucos, aquele clima relaxado começou a ficar tenso. "O que que deixou tudo tão silencioso?" me perguntei mentalmente. Não era nossa presença, isso eu tenho certeza. Nenhum animal jamais iria parar de cantar com um filho de Deméter. Alba havia sumido e eu estava ali, sentada, com zoom nos olhos procurando alguma coisa. Meu estomago estava sustentado com a maçã mas isso não seria suficiente para mim. Eu precisaria de carne, logo mais ou logo menos. E aquele silêncio só me deixava a ideia de que minha caça iria fugir.

Me levantei devagar deixando por um momento minha visão maligna com zoom para escalar uma árvore. Realmente, ser uma pequena ladra quando criança me deixou um pouco mais ágil, e principalmente, os treinos do acampamento. Escolhi uma árvore próxima de onde "acampamos" e de tronco grande, além de ver os seus imensos galhos. Essa floresta é um ótimo lugar para rapel. Comecei a subir devagar na árvore até chegar em um limite que eu pudesse ter uma melhor visão ao redor. Acredite, é muito ruim usar um binóculos e do nada aparecer um tronco na sua frente. Assim que voltei com a minha visão de águia, tudo o que estava ao redor de surpreendeu. Primeiro? Ursos. Depois, monstros. Acho que eu havia visto dois cães infernais e.. aquele era Alba. Ah, meu amigo e parceiro para sobrevivência estava perto da fonte do riacho e a menos de dois metros dele um cão infernal. Eu não podia deixar que ele se machucasse.

- Alba! - gritei, despreocupada com algum animal me ouvir eles estavam mais perto de meu amigo do que de mim - Alba!

Ele parecia não me ouvir. Desci correndo da árvore, e peguei nossos objetos, correndo em direção a ele. Eu havia me esquecido de tudo. De que a floresta era fácil de se perder e de que ela tinha várias armadilhas. E foi este ultimo tópico esquecido em minha mente que me fez despencar. Corria rapidamente na direção onde Alba estava quando fui surpreendida por um buraco. E claro, como toda boa filha de Zeus que não sabe voar (eu), eu cai. A queda não foi muito alta mais o suficiente para me machucar, graças aos Deuses, nada muito grave. Sei que afastei todos os bichos que poderiam estar lá com meu grito. Um ótimo grito que chegou aos céus.

Assim que coloquei a mão na cabeça vendo se estava tudo em ordem, percebi que nem todos os bichos se assustaram com meu grito. Ali em frente do meu buraco, uma enorme cobra e claro, de duas cabeças. Eu já disse que odeio cobras? Recuei alguns passos tentando ver o que eu iria fazer. Tirei rapidamente a espada de onde ela estava e a inclinei para frente, se aquela cobra viesse para perto, eu arrancaria sua cabeça. A cobra fez exatamente como qualquer animal que se sentia ameaçado. Atacou. A diferença entre todos os outros era que ela tinha duas cabeças e que cada uma delas atacou por um lado.

Recuei mais um passo deixando que as duas cabeças se encontrassem. Elas se colidiram mas voltaram a mim. Segurei minha espada com força dando um primeiro ataque que graças aos Deuses acertou a cobra. Vários cortes eram feitos e eu rodava no buraco para que nenhuma das cabeças me mordesse. Eu não estava a fim de morrer por causa de um bicho chato e mal. Além do mais, esperava com fé de que as cabeças dariam um nó e eu conseguiria corta-las.

- Preciso de eletricidade - olhei para a cobra com um sorriso melhor que eu pude fazer - Gosta de choque?

Tentei canalizar minha força o mais rápido possível e consegui uma pequena fonte de energia vindo das águias. Aquela era minha deixa. Controlei o máximo possível de minhas forças, passando toda aquela energia de elétrons em minha espada e avançando na cobra, que neste momento estavam com as cabeças próximas. Não queria cortar exatamente as cabeças com medo de que duas nascessem no lugar por isso, corri por trás dela em sua cauda e avancei em meio o seu corpo, com minhas mãos e espadas canalizadas com energia e meus cabelos arrepiados pelo tal. Avancei em direção ao seu corpo, cortando-o ao meio. Não foi nada fácil e eu estava cansada. Se os Deuses quisessem, aquela cobra não iria mais acordar e Alba estaria vivo para me tirar daqui do buraco.

-Alba! Alba! - comecei a gritar novamente desesperada. Eu só queria que ele me tirasse daquele inferno com uma cobra que eu nem sabia se iria acordar novamente.

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