Rio - Local público

 A reação da garota foi melhor do que a que Pietro esperava. A garota retribuiu o seu  gesto com um sorriso de canto em seus lábios e em seguida, respondeu ao cumprimento do garoto com um doce "Olá".  Em seguida, a semideusa se apoiou em suas mãos e se levantou, arrumando suas vestimentas de modo que e as ajustasse perfeitamente ao seu corpo e limpasse a poeira que poderia ter se acumulado no tecido.

-Sou Emma - Disse a garota - E você? - Em seguida, a garota arrumou seus cabelos.

-Sou Pietro... - Limpou a garganta, pois pensava que sua voz poderia ter falhado pela timidez - Pietro Bertolazzo, filho de Dionísio.

Em seguida, estendeu uma das mãos para cumprimentar a garota. Talvez aquele não fosse o gesto certo para se apresentar para uma filha de Afrodite, mas mesmo assim, Pietro o fez.

 O garoto se sentiu mais relaxado depois que a garota começou a falar um pouco mais além do "Oi, meu nome é Emma." e sorriu mais uma vez. Enfim, sua aposta estava certa e Emma era realmente uma bela filha de Afrodite, se apresentou como sendo novata.

Pietro logo percebeu isso, pois conhecia pelo menos de vista a maior parte dos semideuses que moravam/ficavam no acampamento meio-sangue.

-Você é muito fofo, está tímido.. Ownt... - Comentou a menina

Pietro corou levemente, mas tentou sorrir, para disfarçar que realmente ela estava certa e ele estava tímido. Ok, aquilo era uma vergonha para o semideus. Onde já se viu um filho de Dionísio se sentir tímido perto de uma garota?

-É, geralmente eu não sou assim - O garoto respondeu, com uma risada curta em seguida - Mas ficar perto de meninas bonitas muda minha personalidade de "olha, aquele moleque doido!" para "Olha, aquele menino tímido." - Pietro interpretou como as pessoas o julgariam.

Quem sabe ser engraçado - ou ao menos tentar - aliviasse aquela vergonha toda que o semideus sentia de si mesmo.

 E mma disse que Pietro era um cara divertido e que havia gostado de seu senso de humor, aquilo foi um certo alívio para o garoto, que riu quando a semideusa à sua frente disse que ele não era mais louco do que ela.

-Você está falando de um membro do chalé doze, gata. - Disse Pietro, com um tom na fala que lembrava aqueles malandros que viviam nas ruas de Nova York, mas depois riu, pra mostrar que era brincadeira. Afinal, o semideus passava longe de ser um desses caras.

A filha de Afrodite sorriu e se sentou, convidando o garoto para se sentar também, com um gesto.

-Então, há quanto tempo você está aqui? - Perguntou a garota.

Pietro apontou para seu colar de contas, que continha três miçangas.

-Faz três anos... - Suspirou - Você disse ser novata, não? Há quantos dias... ou semanas você está aqui?

 A garota não respondeu a pergunta de Pietro, mas ele não ligava para aquele fato. Ela parecia ter muita curiosidade em relação ao garoto e lhe fez uma nova pergunta, indagando se o semideus já havia saído do acampamento ou lutado contra alguém valendo alguma coisa. Ao fim da pergunta, Pietro riu simpaticamente, como se achasse aquilo realmente engraçado.

-Olha, vou te confessar uma coisa. - Ele olha para cima - Às vezes a minha preguiça é maior do que minha vontade de viver. E também que eu prefiro festas do que batalhas. Elas me fazem lembrar um deus que eu não gosto.

O garoto tomou o cuidado de não dizer o nome do deus da guerra em voz alta, afinal; os nomes possuem um poder muito grande e aquilo poderia significar a sua morte.

O filho de Dionísio não fez nenhuma outra pergunta à filha de Afrodite, apenas esperou que ela apresentasse uma reação ou uma nova questão.