PvP Albafica Triantaphylos x Lukas T. Montecchio

Eu estava sonhando com alguma coisa parecida com essa: "Uma colina verde se estendia até onde meus olhos podiam ver. Era alta e repleta de flores, das quais meus conhecimentos botânico, não conseguia encontrar sequer um nome que encaixa-se no formato, cheiro e cor daquelas flores. Mas eu não estava chateado, aquilo era tão incrível que fazia meu coração saltar de alegria e emoção. Seria ótimo descobrir e catalogar aquelas flores. Por exemplo, havia uma com pétalas verdes dispostas nu circulo, como se fosse uma flor do campo, com um miolo bem vermelho composto de flores menores com estigmas bem longos e amarelos, como se fossem raios de Sol. Eu sei que é uma viagem, mas minha mente é criativa assim. Porem meu sonho, do nada tornou-se num negro pesadelo. Eu vi alguém bem parecido com Kyle no alto da colina e, como posso explicar, bem em cima dele, uma espécie de portal com nuvens negras rodando num circulo. Corri colina acima, mas senti uma mãozinha segurando meus dedos. Senti meu coração pesar. Eu não precisava olhar para trás para saber que era Lukas me impedindo de subir a colina. Meus pulmões fraquejaram e eu olhei melancólico para o topo do monte, onde o garoto cambaleava como se estivesse morto, ou drogado. Ele estendeu uma mão para que eu o tocasse. Senti que ele queria que eu o salvasse, mas Lukas não largava minha mão. Eu estava atado a ele, mas não podia deixar Kyle. Pelo menos era nisso que minha alma insistia em martelar em minha mente. Uma lágrima silenciosa escorreu do meu rosto quando uma coluna vermelha viva, como um raio de luz ou um laser, consumiu o menino. As flores se tornaram negras..."

Acordei num pulo, quando escutei um toc toc na porta. Um dos meus irmãos, acho que Giordano, havia atendido a porta. Eu ainda estava abalado com o sonho estranho que tive. Cocei os olhos e toquei as pétalas da flor que adornava meu criado mudo. Minhas mãos aqueceram e num piscar de olhos, restabeleci as forças da minha amiga plantinha. Ela era branca como a neve e linda como eu, como Albafica, uma flor branca. Tive meu primeiro sorriso do dia. Arranquei as cobertas de mim, revelando meu corpo nu e torneado do campo. Caminhei devagar e sonolento até o banheiro, não me importando com quem estivesse ali. Minha nova irmã, Laís se não me engano, teria que se acostumar com isso, ou teríamos um problema sério. Não vou usar roupa alguma enquanto durmo. Chegando ao banheiro, passo reto pelo espelho e ligo o chuveiro. A água morna rola pelo meu peito forte, molhando meus mamilos e descendo pelos quadradinhos que adornam minha barriga, passando pela minha virilha e se estendendo como uma cortina de água pelas minhas coxas largas e definidas como colunas de mármore. Molhei meus cabelos e escovei meus dentes com pasta sabor hortelã. Ensaboei-me com devoção, lembando cada canto de meu corpo, até mesmo o meu bumbum. A parte que todo mundo adora observar. Sim, quando eu estava na Grécia, estudando num colégio normal, todos ficavam encantados quando eu passava. Pena que eu nunca fui atraído por ninguém. Nunca retribui um beijo ou quis pegar alguém atrás da quadra, ou mesmo agarrar os seios de uma moça ou agarrar um cara pelas coxas e, bom, fica na imaginação. Desliguei o chuveiro. Joguei a toalha nos ombros e saí do box. Eu nunca quis fazer nada daquelas coisas, até conhecer... ah, vocês sabem, não preciso ficar citando o nome dele. Não me importava se ele é homem. Podia ser mulher, cachorro ou uma pedra, acho que eu ia me apaixonar e voltar a me apaixonar.

Cheguei de volta ao quarto e vi em cima da cama uma carta. Sentei-me ainda nu na cama, me expondo a luz solar, para acabar de me secar. Abri a carta e li atentamente a letra rebuscada que adornava o papel branco. Enfim, basicamente era a resposta do convite do meu filho para o nosso treinamento. Fazia um bom tempo que ele havia pedido e nunca atenderam o pedido, até hoje. Era para eu estar na arena as 10 horas em ponto. Olhei para o teto e me cedi alguns segundos do meu tempo. "o que será que tem pra comer no refeitório?" pensei. Suspirei entediado e - GIO QUE HORAS SÃO? - gritei. Minha voz ainda estava rouca de sono, mesmo assim, saiu alta e audível. Em resposta, ouvi a voz prestativa dele me dizendo que era quase dez e quinze. Arregalei os olhos e saltei da cama. Abri rapidamente a mobília e arranquei uma cueca branca. Vesti as pressas no mesmo tempo em que vestia as meias. Passei o desodorante do jeito que deu e peguei meu macacão que estava estendido na cama de Frida (ela estava sumida fazia alguns dias, por isso coloquei lá). Esqueci da camiseta, mas nem dei importância. Esse item me era dispensável. Desci as escadas dei um croque na cabeça de Hallt, um beijo na bochecha de Gio e saí as pressas de casa.

Cheguei ofegante na arena. Lukas, meu filho estava do lado de fora, sentado num banco, balançando suas perninhas. Não sei quanto tempo ele havia me esperado, mas eu estava muito chateado comigo mesmo. Havia esquecido de nosso encontro. Corri até ele e o agarrei nos braços. Sentir seu corpinho mole ao meu, duro e cheio de músculos, me dava uma ótima sensação paterna. Eu seria o refúgio dele, e ele o meu protegido para todo sempre. O enchi de beijinhos. Arrumei seus cabelos e sorri, o segundo do dia - Desculpa a demora filhote, perdi a hora!- menti. Eu havia esquecido completamente - Pronto pro treino? - falei alegre o colocando o chão. Estendi minha mão para ele e adentrei as portas da arena, conferindo meus passos, para ver se meu nenê estava conseguindo me acompanhar. Logo vimos Quiron e o mesmo pediu para que o seguisse. Ele não disse nada, apenas acenou com a cabeça e eu continuei o seguindo. Soltei a mão de Lukas, pois o centauro parou de trotar. Estávamos no meio da arena e, Lukinhas devia ir para seu lugar antes do combate. Observei meu molequinho caminhando fofinho até alguns metros pra longe de mim. Meu coração encheu-se de alegria, mas não sorri, permaneci sério. Apenas acenei pra ele quando ele virou-se de volta para mim. - Podem começar! - foi o start da batalha.

Estalei meu pescoço, estiquei meus braços e girei minha espada de folha, girando-a pelas minhas mãos, trocando-a de lado por diversas vezes. Dei um giro lateral e cortei o ar. Entortei um pouco o rosto, afastei meus pés e suspirei fundo. Eu estava pronto para o combate. Eu não me importava de lutar com uma criança. Combate é combate, e ele, meu filho, havia me pedido para treina-lo e é isso que eu vou fazer. Pressiona-lo, pressiona-lo, até que ele me surpreenda. Pisquei para Lukas e disparei como um raio. A alça do meu macacão caiu pelo ombro esquerdo, deixando meu peito nu. Quando cheguei bem próximo do meu filho, girei pela esquerda e como uma tacada de golfe, deslizei minha lâmina de cima a baixo e impulsionando a espada verde pra cima novamente. Se Lukas não desviasse ou tentasse proteger-se, certamente teria sua roupa rasgada ao meio, ou mesmo uma ferida nalguma parte do corpo. Ele era tão pequenino e acho que não teria forças para segurar um golpe tão impactante e cheio de força como o meu. Era como uma catapulta. Difícil uma criança escapar, mas espero que ele consiga pelo menos se esquivar e me encher de orgulho.

♣ Espada das folhas – Se torna indestrutível se o ambiente tiver a presença de qualquer planta por menor que ela seja (se transforma em um anel ou em um colar, o que for de sua preferencia). [by~Demi *-* ]

Eu tinha calculado mal a distancia entre minha tacada de golfe espetacularmente forte e perigosa. Parece que ele estava alguns centímetros mais a frente do meu ataque violento. Agradeci minha mãe pelo erro. Não queria ferir meu filho, tampouco deixar-lhe uma marca pelo resto de sua vida. Assim que minha lâmina chegou lá cima, reluziu em tons de verde, me encantei e nem percebi Lukas rolando pelas minhas pernas e raspando sua lâmina em mim. Senti uma alfinetada ardida e sem pensar soltei um gritinho de menina. O sangue vivo brotou e, bem, não gosto quando meu sangue escapa de seus limites. Por exemplo, além de hemoglobinas, glóbulos brancos e quem sabe alguns vírus, meu sangue tem algumas toxinas. Ainda são moléculas leves de veneno, mas se Lukinhas encostar nele, por ser pequeno, certamente vai ficar enjoado. E eu como um bom pai, não posso deixar que ele sofra por minha causa. Mesmo isso sendo um treino, não posso deixar a vida dele em perigo.

Enfim, elevou-se uma poeira densa e aleatória depois que meu pequeno cortou-me. Corri meus olhos pela nuvem de detritos, mas não o encontrei ali. A neblina de pó era densa e meu filhote pequeno demais para que eu pudesse o encontrar ali só com o poder da minha visão. Porem, ouvi uma tosse e logo concluí que era Lukinhas. Calculei a distancia e senti seus passos em minha direção. Pode não parecer, mas vivi muito tempo escutando. Na minha terra natal, a Grécia, eu ficava pelo menos uma hora do meu dia com os olhos fechados, tentando escutar as coisas analisar de onde vinham. Coisa de criança, mas isso me ajudou a desenvolver uma bela audição. O tato também é muito bom, já que eu vivia agarrando as pessoas e tirando a roupa em qualquer lugar que tinha mato. Arrumei meu macacão e voltei minhas atenções num possível garotinho vindo em minha humilde direção. Girei a espada, ainda de costas, pois queria deixar que meu oponente sentisse que estava com a vantagem. Olhei de canto e quando sentisse que ele estava perto o suficiente, daria um passo a trás e na diagonal esquerda, deixando minha perna meio estendida. Dessa forma, quando Lukinhas passasse por mim, tropeçaria na minha canela.

Se desse tudo como planejado, ele estaria caído ou lutando para se equilibrar. Dessa maneira, meu sorriso brotaria paterno no rosto, pois daria para ver a bundinha do meu filhinho toda desprotegida. Rapidamente giraria minha espada de folha e com a parte plana, ou seja no meio da espada, daria uma palmada no bumbum do meu garotinho. Espero que ele não fique chateado - Não subestima o oponente Lukas, ele pode ter um truque guardado na manga - seria minha frase de impacto, caso minha palmada lhe surtisse efeito. E olha, particularmente, seria uma boa frase, pois eu o estou ensinando a como ser um guerreiro. Sorri.