Em busca das ervas mágicas - Albafica Triantaphylos [Eros]

Apesar da complicaçõa, meu "plano" estava indo bem. A moça loira se revelara empousai e olha, nunca tinha visto uma em toda minha vida. Achei uma criatura fantástica de horrorosa, mas eu não tinha tempo para descrever o quão estranho é essa moça com pé de jumento. Meu único objetivo era destruir essa coisa em vingança ao que acontecera com Kyle e comigo. Sim, não fico bravo com facilidade, mas quando fico, não há o que me acalme, até que minha vingança seja saciada. Um fato interessante é que a vingança é como um veneno que eu tomo, esperando que meu alvo morra. Mas dessa vez, quem vai tomar um gole dessa substância tóxica será essa empousai.

Em nossos lábios ainda havia uma rosa curada com meu sangue, prontinha para ser fincada na mulher horrenda, mas pra isso, eu preciso que ela caia na minha teia de correntes. Somos 4 Albaficas, cada um com duas foices ligadas por uma corrente extensa. Meu plano era lançar as correntes por todos os lados, até que a empousai ficasse encurralada e quem sabe presa nalguma intersecção dos elos da Pollux&Castor. Eu não mirei os lançamentos na criatura, pois queria distraí-la ou despistá-la do meu plano original, porem quando tudo estivesse pronto, eu e meus outros 3 clones, puxaríamos as foices, mostrando a grande teia de correntes que fizemos. Claro que uma das foices estaria presa nalgum lugar para dar apoio. Logo, seria uma teia de 8 lados. 4 pessoas e 4 foices, estendidas pela saleta. Se tudo desse certo e a moça-feia caísse do truque da aranha, minha rosa cortaria o ar com um único destino, envenenar o coração da empousai, injetando meu mix de veneno para dentro de si.

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Ela ficou presa na minha armadilha e a rosa acertou seu destino, cravando em seu peito. Abri um leve sorriso e quando ela voltou a ser "humana", desfiz a teia de elos, e fiz meus clones de luz sumirem, pois já não era mais preciso que ela ficasse presa nas correntes das minhas foices. Minha armadura voltou a ser um macacão comum e minhas foices um pingente de estrela que voltei a colocar ao redor do pescoço. Respirei fundo e alonguei os meus braços, fazendo toda a minha coluna estalar. Me senti bem e mortalmente seguro do que eu fazia. Eu não precisava mais tutar, pois praticamente a moça loira morreria sem muito esforço pois - você já está morta.... Não preciso sujar minhas mãos de sangue - comentei dando as costas, tirando uma outra rosa do meu arsenal. Essas rosas foram feitas por mim a muito tempo atrás e eu aind anão tive oportunidade de usar essas belezinhas.

A loira tentava me torturar com suas palavras, mas meu coração só pertence a uma pessoa (duas, mas isso não importa agora). Cheirei minha rosa e lambi meus olhos, sentando novamente onde eu estava, cruzando as pernas e olhando diretamente para a monstra loira que tentava jogar charme em mim - O veneno que corre nessa rosa, nasceu de mim e agora corre em suas veias... em poucos instantes você vai perecer diante dos meus olhos e eu vou rir na sua cara.... - comentei mordaz, mas com o rosto calmo como se eu estivesse desfrutando de um piquenique. Mas enfim, se ela quisesse mas encrenca, bastava um assovio para que meu dragão agisse por mim.

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A monstra fez uma ameaça ridícula, mas por fim pereceu diante dos meus olhos. Não ri, mas esbocei um sorriso de felicidade ao ver seu desespero destruindo sua alma em fragmentos que meus olhos não podiam enxergar. Seu rosto se tornando uma pilha de pó foi o auge para mim. Quando notei, o local estava gelado, mas era bom uma brisa fria para relaxar os músculos depois de um tempo de tensão. Porem uma voz dissera-me que o destino do Sol estava em minhas mãos e, sabe, isso é uma grande responsabilidade. De repente o local voltou a esquentar e o homem que nos dera de comer apareceu.

Doton parecia um bebê dormindo no canto daquela saleta, mas isso já é normal dele mesmo. O estranho foi esse homem barbudo saber da existência de monstros. Certamente ele deve conhecer bastante do mundo mágico do qual eu infelizmente faço parte. Não gosto de usar minha força para eliminar possíveis alvos, mesmo se forem mulheres desprezíveis como essa que lidei a pouco. Enfim, arrumei as alças do meu macacão, tentando tampar um pouco do meu peitoral nu. É, geralmente não uso nada por debaixo desse macacão, no máximo uma cueca, mas não é o caso no momento. O homem disse sobre me levar até o local onde eu devo achar as tais plantas e, que ele não gosta das plantas do local. Eu fiz cara de ué, pois, tipo, quem em sã consciência não curte plantas? Enfim, ele pegou um par de luvas e me entregou. O item era até que bonito e combinava muito bem com a minha armadura de ouro.

Enquanto seguia o moço pelo local, vesti as luvas de forma bem distraída. Quando percebi, havíamos parado num portão de ferro com grades altas. O cheiro era impressionante: Doce com notas florais bem interessantes. Havia um som de água corrente não muito longe e, claro, provavelmente teria um rio por ali. Meu coração já palpitava por poder respirar um ar mais natural possível. Meus pés ansiavam por caminhar na grama e sentir as plantas diretamente na pele. Lambia meus lábios pois eu estava com muita vontade de provas as frutas e o que quer que tenha naquele lugar. O homem disse para eu ter cuidado, mas isso eu tenho de sobra. Eu sou um curandeiro, minha atenção é impecável e por estar conectado ao ecossistema desse jardim, não há perigo que me pegue de surpresa. Bom, pelo menos, numa floresta, nada pode me surpreender. Posso morrer, mas ser surpreendido por algo? Acho que não.

Assim que coloquei o pé dentro daquele local maravilhoso. Senti a energia natural do reino vegetal inundando meu corpo. Senti como se minhas feridas fossem curadas pouco a pouco e minhas energias restauradas. Senti a teia de ligações de cada planta, inseto e minerais dali, assim como a brisa e as essências enebriando meu olfato com tantos cheiros fortes que haviam ali. Quase não consegui discernir se era cheiro de rosas ou narcisos, mas creio que o cheiro vinha de uma flor um pouco menos conhecida pelo mundo mortal. Era como se ardesse as minhas narinas. Creio que sejam Gardenia jasminoides ou mesmo algo como Campanula medium. Não me liguei a esses detalhes ainda, pois assim que abri os olhos, meu mundo virou de cabeça para baixo. O local era até mais lindo que o meu jardim particular que fica ao lado da minha estufa, lá no Campus. Havia borboletas negras com detalhes rosados voando por um campo de flores leitosas com um cheiro peculiar de baunilha, Arbustos conectados entre si por corações-sangrentos delicados e até mesmo arvores de romã e, acho que uma réplica do pomar de ouro de Hera. Uns passarinhos vermelhos e azuis voavam cantando algo que eu ouvia quando papai me colocava para dormir e no centro desse jardim mágico, fluía um rio cristalino. A fonte era adornada por um leão chinês e a água jorrava por sua boca e corria ao longo das flores e ervas que haviam ali, alimentando todas as formas de vida daquele mistico ecossistema. Me deixei perder alguns segundos para deleitar daquele lugar, enquanto absorvo as energias positivas das plantas ou capto alguma informação das mesmas, já que posso conversar com elas.

Ai... Kyle está perdendo essa maravilha de lugar. Bom, na verdade é até bom que ele não esteja aqui, pois ele ia me distrair e me apressar. Geralmente ele só fica calminho quando tem um eletrônico pra brincar ou doce pra comer. Minhas alças caíram, mas não arrumei desta vez. Deixei que caíssem até que meu peito ficasse completamente nu. Amarrei as alças na cintura, deixando meu tronco todo de fora. Trabalho melhor sem roupa, já que posso sentir minha mãe de pertinho. Mesmo que ele não me responda, eu sei que ela está presente. É como o Sol que se esconde detrás das nuvens ou como o amor que não posso ver, mas posso sentir aqui dentro. E olha... amar pode doer muito as vezes... Mas isso é assunto para uma outra discussão. Meu objetivo agora é encontrar as plantas que me pediram para achar e acabar logo com isso. Apesar de ser legal sair do acampamento, é meio chato fazer as coisas para os outros. Não que eu não goste de ajudar, longe de mim, mas é que eu prefiro criar minhas plantas e seguir meus sonhos... Vocês me entendem né deuses? Vocês que tem uma vida boa e podem fazer o que bem entenderam a hora que quiserem. Ok, estou sendo sarcástico no momento, mas enfim, deixa eu procurar essas plantas antes que alguém me apresse.

Por incrível que pareça, os raios de Sol rompiam as copas das árvores e iluminavam o solo gramado com feixes de luz. Algumas flores cresciam nas direções dos feixes, como se buscassem vida para continuarem vivendo. Como se aquela luz fosse a unica forma que lhes há para viver. Achei um ato belo e ver aqueles pozinhos na luz foi mais incrível ainda. Caminhei pela alameda de tijolinhos até o riacho, pois eu sei que narcisos gostam de água e se eu seguir esse fluxo poderei achar essas flores malditas e envenenadas. As Jasmins-do-Cabo estavam numa clareira e era fácil distingui-las já que mudam de cor. Geralmente são brancas, mas isso não importa muito. Caminhei por mais um tempinho e pude ver aquelas flores amarelinhas crescendo num lago cheio de carpas, oi Kois como diriam os japoneses. Agora só basta eu colher um tanto delas com as luvas para não morrer envenenado e um punhado da outra para poder dar um fim nessa missão.

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A missão estava quase terminada, mas por incidente, eu acabei trombando numa rosa amarelada e a mesma, estranhamente soltou um polem. Nunca vi rosas soltando polem, mas essa deve ser uma flor especial. O fato curioso, foi que daquela massa de pó amarelado e grudento, uma criatura de chifres e  pele verde coberta por musgos, surgiu ali bem diante de mim. A criatura tinha um cordão feito de rosas e suas mãos eram como raízes grossas e retorcidas. Seu cabelo era amarelado como um capim seco ou mesmo feixes de trigo recém colhido. O homem de corpo coberto por musgo cheirava muito bem e dele emanava uma aura calma e azulada.

O ser da floresta\jardim apresentou-se por Elsio. Nunca ouvi falar desse homem, mas ele parecia ser o dono desse santuário esverdeante. Ele dissera-me que eu não podia pegar o que eu quisesse, pois as plantas desse lugar não me pertenciam e nem mesmo cresciam soltas como se estivessem nascendo numa colina. Me senti constrangido e até mesmo comecei a me cobrir com o meu macacão que estava enrolado. Outros espíritos surgiram ali e eu nem tinha me dado conta de que haviam outras "pessoas" ali comigo. Eram como ninfas e acenavam para mim. Fiquei meio sem graça por ser cortejado dessa forma, mas não me importei muito. Quando eu estava no colégio, lá na Grécia, as garotas costumavam me cobiçar e alguns meninos também e, bom, eu nunca dei bola pra nenhum deles. Até que um dia comecei a ser excluído pela escola, mas quando as coisas iam ficar piores do que já estavam, eu fui mandado para o acampamento. Enfim... Não há tempo para pensar no meu passado nesse momento.

O homem elogiara minha mãe e eu me senti meio que um ídolo ali, mesmo não sendo esse o espírito da coisa. As borboletinhas mudavam de cor como a flor que eu tinha que colher. Fiquei meio corado e tal, mas quando eu ia pedir perdão, o moço do jardim pediu-me algo. Eu precisava entregar-lhe algo ou mesmo fazer algo por ele. Parecia ser interessante essa troca de favores, e por sorte eu tinha algo comigo que esse homem de aura azulada poderia gostar - Bom, talvez eu tenha algo que goste... - comentei suave e tranquilo, tirando um boque de rosas avermelhadas do meu arsenal - Essas rosas foram feitas por mim, lá no acampamento. Elas originalmente eram brancas, mas suas pétalas se tornaram carmesim depois que sugaram meu sangue tóxico por uma semana. E, claro, adicionei outras toxinas na mistura sangrenta. Depois as cultivei e, com meus poderes sobre as plantas a sustentei em vida até que dessem a primeira florada e, olha... deu certo - disse orgulhoso de mim mesmo - Eu só tenho nove delas aqui comigo, pois usei uma delas para combater uma Empousai momentos antes. Eu as chamo de Rosas Sangrentas, ou Hemato Triantaphyllos...  - apresentei minhas rosas vermelho-sangue, estendendo-as como um presente ao dono desse santuário.

ps.: desculpa a demora... é que eu tô passando por uma fase difícil da vida no momento. Agradeço a atenção.

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O homem de chifres e perfumado adorou o que eu tinha à oferecer e eu fiquei super feliz com os elogios que ele me dera. Sério, eu queria abraça-lo e encher o rosto dele de beijos, mas fiquei com medo de haver alguma consequência bruta, então me contive em apenas sorrir calorosamente e menear a cabeça positivamente. Em troca ele me deu as flores de que eu precisava e mais outras duas: Uma aleatória e outra para curar Kyle de seu sono profundo. Coloquei tudo na bolsa de folhas que ele me dera e parti dali, com o corpo borrifado por um spray anti-monstros. Elsio dissera-me que meu dragão estava pronto para partir e me dera orientações do que fazer quando chegasse no acampamento.

Um fato interessante, foi que o homem de musgo encrustado pelo corpo, mostrou-me uma visão terrível do que aconteceria se eu não chegasse a tempo. A visão era mais parecida com o inferno do que qualquer outra coisa, pois as vastas florestas desapareciam em poucos instantes e tudo o que eu achava belo e natural era consumido bem diante dos meus olhos. As trevas eram tão densas que, as pessoas adoeciam sem a luz solar. Lembrei-me na hora da história de Phaethon, o moço que roubou a carruagem de Hélio e foi punido por isso, deixando na terra um grande deserto para que ele lembrasse de seu erro fatal. Me senti na mesma responsabilidade na qual esse menino se encontrara, pois o destino da terra estava em minhas mãos. Eu não iria lutar contra deuses ou Titãs e nem ser louvado pelos meus feitos, mas eu tinha uma grande missão.

Assim que saí do jardim, corri para ver meu Doton e quando o vi, o abracei bem forte, quase carregando-o no colo (É, eu sou meio que muito forte). Montei no meu mascote escamoso, fincado meus pés nos arreios e puxando as rédeas para que ele alçasse voo. No ar, puxei o mapa e, bom, antes ele estava apitando sem parar e agora parecia estar normal. Eu estava no japão e minha viagem irá demorar muito e muito tempo. A não ser que aquele tufão apareça e nos leve de volta, eu acho que não chegarei a tempo para recuperar o Sol. Nas nuvens, sobrevoando sobre o mar, seguindo meus instintos pela direção do mapa, apressava Doton para chegar o mais rápido possível ao nosso destino. Assim que chegasse, eu entregaria as ervas para a direção do acampamento, pois não sabia se iriam precisar de mim para criar um antídoto e, depois prepararia Kyle para o despertar.

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Olha, do nada estávamos no acampamento e apesar das cores e das lufadas de vento, eu, Doton e Kyle estávamos debaixo da escuridão do acampamento. O senhor D. nem me deu tempo de raciocinar direito e já estava falando pelos cotovelos. Eu ainda estava encantado com o portal e nem me dei conta de todo o falatório que o diretor do acampamento falava. Eu apenas o olhava com cara de ué, assentindo a cada palavra que ele proferia em vão. Porem um aroma puxou-me de volta a realidade e lá estava a responsável pelo portal que nos trouxera rapidamente para o Campus. Ela era linda e toda ecológica com sua cesta de vime e roupa colorida. Não sou muito chegado em parda, mas essa deusa tem o meu respeito. Meus olhos até brilharam de alegria. Dionísio continuou tagarelando e para não me estender muito, entreguei a cesta para a deusa, ficando apenas com a rosa amarelada para depois usar em Kyle - Faça bom uso dessas plantas.... - falei dando uma pequena curvada de fronte. Meu amor estava desmaiado em cima do Doton, para depois usar a rosa.

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