Floresta - Local Publico

Lugar para saltar de Arvore em Arvore

Valendo as Regras

A copa das árvores estavam lindas nesse dia. O sol iluminava as penas de minhas asas e minha aureola refletia a luz como um clarão glorioso. Meus olhos estavam fechados como de costume e minhas asas estendidas faziam meu corpo flutuar sem rumo por ai. Meus pensamentos iam e vinham e, alguns deles eram meio inoportunos como: Poucos campistas me conhecem de verdade, fora meus irmãos gêmeos (Cain e Seth). Eles sabem meu nome, mas não conhecem minha história e nem os meus feios heroicos. Enfim, esse era um dos pensamentos que me chateavam, mas não ligo muito pra isso. Tenho outras coisas para me preocupar. Quer saber o que? hm, bom, vejo fumaça à frente por exemplo...

Desci para o plano terrestre, descendo por entre as copas das árvores. Os feixes de luz invadiram a floresta, iluminando-me de forma celestial. Minha aureola brilhava em fazes e minhas asas batiam devagar, fazendo o rajado de dourado iluminar-se pelos feixes de luz. Algumas penas se soltavam e se misturavam com as folhas dançantes do ambiente. Meus olhos cálidos, somados ao rosto sereno e calmo faziam um combo com o restante do look angelical. Minha pele branca contrastava-se com minhas roupas (camiseta listrada verde/branca, uma calça preta e tênis vermelho) e, meu porte divino quebrava o silêncio. Acho que qualquer um que me visse, me confundiria com um anjo de luz, mas eu sou apenas um semideus.

Pisei na grama com calma e cuidado, permanecendo com minhas asas abertas. Meus cabelos cor de mel aos poucos paravam de balançar e meus olhos fitavam uma cerejeira surrada pelo tempo. Aos seus pés, acho a fonte de fumaça, Caminho uns poucos metros e - Senhorita Harmon, certo? - perguntei côrtes com um sorriso simpático no rosto, curvando um pouco a cabeça. Eu fui educado desde pequeno para ser um cavalheiro.

Bati as asas mais uma vez e as recolhi. As vezes elas podem ser assustadoras demais para as outras pessoas. Ajeitei minha aureola para que não ficasse muito torta no alto dos meus cabelos e fechei os olhos enquanto abria um sorriso. Era a senhorita Harmon que estava diante de mim. Não tinha como não negar. Além do cigarro, ela tinha aqueles cabelos cor de mel e rosto superior que todos os filhos de Athena tem, porem com um diferencial: Seus olhos acinzentados eram opacos por causa das toxinas que ela tanto ingere - Olá - respondi angelical.

Espreguicei-me todo, estalando os ossos de minha coluna e braços. Dei um bocejo tímido escondendo a boca com a palma da mão. Cocei meus olhos cerúleos e mordi meus lábios com calma. Meus fios de cabelo estavam desgrenhados, mas isso me deixava com cara de anjo-bagunceiro. Ri sozinho e apontei para um punhado de grama ao lado dela e me ofereci para sentar-se ao seu lado, dizendo o seguinte - Posso ficar aqui contigo um tempo.... Tô com preguiça de voltar pro chalé.... - Como todo cavalheiro, eu aprendi que sempre devo aguardar da dama uma resposta então... fiquei de pé.

A garota esfumaçou e fechou o livro. Não consegui ler o titulo, mas também não estava muito curioso para saber o que ela estava lendo. Eu só leio livros mitológicos na biblioteca escondida no chalé do meu pai. Me senti burro por isso, mas por mim tudo bem. Ela tinha um cheiro um tanto estranho de fumaça, mas estou acostumado com o cheiro depois de senti-lo várias vezes em minhas missões. O Sol estava forte e eu odiava isso. Nunca fui fã da luz do dia, ela me deixa sonolento e atrapalha a visão dos meus olhos claros. Os cocei rapidamente e tirei o item fumegante da mão de Dominie - Eu vim por causa disso - comentei com um sorriso cortês, sem mostrar muito os dentes, apenas estiquei meus lábios. Amassei o cigarro dela cutuquei seu ombro. Não faz bem ela fumar desse jeito - Você é tão bonita, não precisa fumar... - comentei coçando meu pescoço sem compromisso algum.

A olhei com curiosidade sem ser invasivo demais. De repente espirrei e minhas asas abriram de vez. Eram grandes, brancas e rajadas de dourado, um amarelo brilhante, a cor simbolo do meu pai Hipnos - Desculpa... - falei sem graça.  Uma ou outra pena flutuou e meu roto avermelhou de leve. Sorri sem graça.

- Ah, sim. Digo o mesmo.- Sorrio, em uma reação constrangida. A garota chega mais perto e se senta, mas dando certo espaço, o que era muito bom, afinal, eu nem a conhecia, não faria sentido já nos abraçarmos e fazer coisas típicas de filhos de alguns deuses por ai. Após retribuir o sorriso, abraço meus joelhos e encaro o lugar de onde a garota viera, sem muitos pensamentos em minha cabeça, apenas deixando, mais um pouco, que esta relaxasse um pouco dos atormentadores dias que haviam tido. – Já que vais ficar, explique-me melhor como chegastes até aqui, raramente vejo um semideus por estes cantos.