Floresta - Local Publico

Lugar para saltar de Arvore em Arvore

Valendo as Regras

Acho que perdi a noção do horário. Fiquei quanto tempo por aqui? Os pássaros cantaram com a glória da manhã, as flores desabrochavam e meus ouvidos escutavam passos caminhando pela minha floresta. Folhas sendo amassadas, um cheiro diferente e artificial ardia em minhas narinas. não era ruim, era bem atrativo e gostoso. Espreguicei-me ainda sem camiseta e com o canto do olho, noto uma bela criatura caminhando pelas arvores do bosque. Uma ninfa? creio que não, a silhueta está mais para uma forma masculina.

De repente meu coração bateu forte. será que Kyle estaria de volta e veio me fazer uma surpresa agradável? Só podia ser. Formei ali mesmo uma rosa branca com todo o amor que pude e aguardei meu Romeu se aproximar... Meus músculos ficaram maiores do que eram, pois eu estava muito ansioso e o vento úmido da floresta deixava meus pelos eriçados, se bem que posso dar esse crédito ao meu nervosismo de reencontro.

A presença do ser que rondava a floresta parecia nunca chegar perto de mim. Eu estava ficando angustiado e totalmente afoito. Meu coração começou a desacelerar e, garanto que eu estava ficando chateado com a situação. Minhas rosas estavam murchando, pois estava ficado com um tanto de raiva, mas controlei-me quando escutei alguém cantando Adele. A voz era muito bela e ecoava com uma graciosidade que me deixava estupefato de admirado. Com certeza a voz não era de Kyle. Vesti minhas sandálias e coloquei de volta minha camiseta, pois se não é o meu Romeu que está rondando o bosque, acho que seria deselegante ficar quase nu por ai.
- Quem será que está cantando por ai? - sussurrei ao vento. Levantei-me caminhei para longe daquele lugar... Acabei chegando numa floreira. Ali fiquei, prestando atenção no canto dos pássaros.

Ok, eu não estava sozinho, além daquele garoto que pareceu não me notar por ali, havia uma energia feminina que estava em conflito entre a vida e a morte, e, espere, um pouco de sua energia ecoava junto as folhas que me cercava. Tirei minhas sandálias novamente, para sentir melhor as vibrações dessa interessante criatura. levantei-me das flores que eu estava amassando e corri até a presença daquela interessante áurea humana que estava me deixando intrigado.

Corri, mas logo encontrei uma bela moça de cabelos negros como a noite, pele branca como a claridade de uma luz e olhos que não conseguia ver direito. Eu TIVE que me aproximar, meu coração disparava para sentir toda aquela vida e morte habitando numa unica pessoa. Explodi o local num roseiral branco, ajoelhando de fronte aquela criatura em forma de mulher, sentada numa rocha. Engoli em seco e estendi minhas mãos, preparadas para o toque. Hesitei-me em tocar seus joelhos. Corei e me arrastei para longe da garota, até que bati minhas costas num tronco.

Fiquei calado, olhando para a relva. Não sabia o que eu estava sentindo, mas acho que é só curiosidade, ou uma espécie de ressonância com essa energética distinta. Olhando-a melhor, eu acho que já a tinha visto antes, mas... quem seria ela?

Não estava assustado, eu apenas não queria causar confusões com essa minha mania escrota de ficar me esfregando nos outros. Não tenho culpa se meu pai me criou assim, cheio de toques e intimidade. Por exemplo, nudez para mim nunca foi problema, eu até já me despi sem querer num banheiro feminino. Elas adoraram, mas enfim, eu tive que sair correndo de lá. OKAY! eu preciso respirar. A garota veio até mim e se apresentou, a energia dela tremulou e senti-me convidado a me apresentar, mesmo que eu não quisesse abrir a minha boca para me apresentar.

Levantei-me, tirei a areia do meu corpo, juntamente com a minha camiseta que agora estava encardida e apertei a mão da garota. Dei uns passos a frente e cheirei o pescoço da menina. Um cheiro familiar, e o nome batia perfeitamente com ele.
- Mellody, filha de Hades né? Senti o cheiro de menta... - disse dando de ombros, circundando a filha do submundo. Pousei minha cabela em seus ombros, pelas suas costas e sussurrei em seu ouvido - Albafica, filho da natureza.... Já nos vimos antes... Nesse mesmo lugar.

Pois é, os aromas vegetais são bem intensos para mim, e a menta que sentia, vinha da genética de Hades, assim como nós, filhos de Deméter, tem cheiro de Trigo, milho ou cevada, mas enfim. Esse sentido não é para qualquer um, então sorri com o comentário dela sobre o shampoo. Eu queria muito tirar as calças, mas me mantive são e permaneci com as mesmas, junto ao meu corpo muscularmente construído. Culpa do meu pai, novamente.

Ela sentou-se, mas antes, deu uma boa conferida no meu corpo esculpido pelos deuses do olimpo. Todas faziam isso, e alguns caras também, eu a princípio sempre penso que querem me usar, então nem dou bola e ignoro todo mundo, mesmo aqueles que somente querem ser meus amigos. Enfim, Sentei-me, rindo novamente do comentário da menina. Deitei na grama e refleti sobre o que ela me dissera.
- Eu moro no chalé quatro e sou o líder das tropas de Deméter... então, claro que moro por aqui... e você? Só te vejo por aqui.... - disse abrindo o zíper da minha calça, mas logo o fechei.

Não liguei para para o sarcasmo estampado no tom da garota. Continuei ali deitado no gramado, lutando para não arrancar as calças, eu adoro ficar conectado ao máximo com minha mãe e ficar semi nu é o único jeito de ficar quase 100% ligado à minha mãe. Mas enfim, consigo lidar com uma porcentagem baixa de conectividade. Mellody tagarelava sobre minha mãe, o que eu pude fazer foi erguer meu troco, sentar-me na posição de índio para escutá-la. Quando ela terminou a falação comentei algo:

- Não sou tão hippie... e prefiro ficar sozinho, por causa dessa minha mania... - disse cabisbaixo. Eu realmente não gosto e ficar pegando as pessoas e me atracando com qualquer ser vivo, mas não tenho cupa se isso faz parte de minha essência - Eu fico muito tempo por aqui, ou no meu quarto, ou na Arena ou em algum lugar escondido com Kyle.... - disse suspirando. Lembrar do meu Romeu, sabendo-se que ele pode perecer em solo de batalha é um pouco preocupante.

Ergui a cabeça, sorrindo para a filha de Hades. Tentando mudar de assunto. Toquei a relva e flores de todos os tipos surgiram ao redor da pedra onde ela estava. Rosas, crisântemos, Margaridas, e tudo o mais...
- Eu tenho o privilégio desse dom de jardinagem, e você... o que faz de tão interessante? também nunca te vi em outro lugar a não ser nessa pedra... - olhei de lado, observando uma raposa cruzando as arvores

Não comentei, mas percebi que os olhos da filha de Hades me julgaram quando disse o nome de Kyle, mas enfim, eu sabia que ia ser assim, mas não é problema meu se beijei várias pessoas, ou melhor, me roubaram muitos beijos, entre meninas e rapazes, entre eles um professor de educação física, e o único que retribui foi o beijo desse garoto. Algo nele me fazia querê-lo mais e mais, mas enfim... não devo nada a ninguém. Não sei se sou gay, ou apenas ligado ao Kyle por algo que não sei explicar... mas enfim... eu gosto, apesar dos olhos curiosos. De de ombros e respondi a afirmação da garota:
- Pois é meu tio-cunhado não é muito bom em herdar bons poderes... - criei um pé de morangos e desgustei de um. - Você aceita? - ofereci à Mellody.

A garoto se contorceu em cima da pedra e admirou os céus. Fiz o mesmo, deitando-me na relva. Fiquei em silencio por alguns instantes...
- me conte mais sobre você... - Disse aleatório. Eu queria entender mais sobre a energia que ela liberava.

Novamente a garota não parava de tagarelar. Sua voz não era irritante e isso me deixava embalado na voz harmoniosa e alegre da menina zumbi. Ela delirava sobre a vida e a morte e aos poucos eu entendia o que toda aquela áurea e, guerra queria dizer. Não ia comentar em voz alta, mas Mellody tinha um grande dilema a enfrentar durante todos os dias. Parecia que sua paternidade, a parte negativa não conseguia coexistir com sua metade mortal e vice e versa. Era algo estranho, mas muito atrativo. Até mesmo no modo de manusear a fruta e de saborear seu gosto doce e azedinho. Tudo nela era conflitoso, mas mesmo assim... não me deixava com medo, e sim com mais vontade de entender aquela energia. Enquanto ela falava sem parar, pouco a pouco chegava mais perto da garota.

- Eu gostei da sua voz... e eu prefiro escutar do que me pronunciar... se quiser pode continuar se quiser. - Disse me apoiando na pedra ande ela estava. Minha vontade agora era de tocar seu rosto, sentir a temperatura de sua pele e me conectar com a energia fabulosa que ela emitia sem mesmo perceber. Até as flores em sua volta ficavam mais belas ou mesmo murchavam devagar. Realmente muito fascinante.
- E o romance, como está? - disse para distraí-la, a qualquer momento eu poderia beijar suas mãos ou mesmo trançar seus cabelos. EU parecia um Avatar, sem a pele azul. Estranho e querendo me conectar.

Bati no peito, imitando um gorila. Meu peito nem se mexeu, parecia mais uma placa de aço, mas enfim. Não tem como isso ser algo extraordinário. Aos poucos toquei a orelha da garota e devagarinho iniciei uma trança nos cabelos negros da filha do meu tio-cunhado.
- Posso...? - disse tímido e nem liguei muito para a resposta. comecei a trançar os cabelos dela enquanto a mesma tagarelava sobre seu irmão. Eu havia o visto em campo, mas não cheguei a desferir golpe algum nele. Eu ia comentar sobre isso, mas também resolvi guardar isso somente para mim. Aliás eu sou um dos quatro vencedores do torneio Olímpico, logo, não posso falar muito de mortes e etc. Se bem que fiz parte dessa brutalidade e amarrei uma garota no ringue enquanto ela era eletrocutada por águias servas de Zeus... enfim, suspirei com a lembrança.

Realmente amar uma pessoa é bem complicado, ainda mais quando o interesse de devoção é um irmão. Nunca me senti atraído por parentes, ou melhor, nunca me atraí por ninguém, isso inclui mulheres, homens, meninas, meninos, animais... somente Kyle foge a regra, ainda vou descobrir o motivo.
- Entendo.... - disse acabando uma trança. Peguei uma flor e enfeitei o adorno que havia feito. Permaneci em silencio. - Mas e agora... como anda teu coração? - continuei a distraí-la. Percebi que quando ela tagarelava, a energia viva dentro dela, se mantinha viva e agradável, e isso me dava paz, e me deixava cheio de afinidade com ela.

Engoli em seco. Corei na hora. enrijeci meus músculos, os tornando ainda maiores. Rapidamente conclui uma trança e comecei uma outra. Falar sobre Kyle realmente me deixava um tanto sem palavras. Quero dizer, eu nunca tive que falar dele para ninguém, geralmente eu falo direto pra ele ou mesmo escrevo um poema secreto aqui ou ali, e jogo pela floresta na esperança dele achar a carta. Mordi os lábios e, vendo que agora era minha vez de tagarelar, respiro fundo e começo meu discurso:
- Hum... o conheci aqui no acampamento... mais precisamente nos campos de morango, mas nunca pensei nele como um potencial par romantico, nem mesmo na primeira festa que teve por aqui... - faço o pé de morangos florir novamente, o enchendo de novos frutos - Eu só fui ter um momento real com ele, um dia de noite na colina... achei estranho, mas foi a primeira vez que quis beijar alguém. - dei uma pausa - Muitas pessoas já beijara minha boca, beijos roubados e inesperados de gente que nem pensava que me agarraria de tal modo - lembrei de meu professor - meninas mil, dois caras aleatórios... sempre achei que eu era averso a qualquer sentimento vindo de Eros... - deixei meus pensamentos pelo ar e me silenciei, a fim de terminar de trançar cabelo de Mellody.

É difícil encontrar alguém, mas já querem o roubar de mim, e acho que não tenho chance alguma contra o encanto dos filhos de Afrodite e seus descendentes como um tal de filho de Eros, guarda costas otário que vivia o cercando de pertinho. Destruí uma flor, por causa desse pensamento, mas enfim. O cabelo da garota estava lindo e pronto para uma festa de ninfas que aconteceria logo mais, virando a direita na floresta feita de cedros. Sorri com a minha realização. Realmente achar o meu Kyle, foi um tanto difícil, mas enfim... cada um tem o fardo que merece e o meu é um tanto pesado... Sofri quando a garota falou sobre sua trajetória, mas enfim...
- Se quiser a gente faz um teste... pode me beijar e ver o que sente... - sugeri dando de ombros. Lembrei-me quando uma garota fez a mesma proposta pra mim e eu não retribuí o beijo que ela deu. Recebi um tapa, mas foi gratificante. Na mesma semana um cara pediu a mesma coisa, mas ele foi mais agressivo - me jogou nos armários e... OPS!! estou pensando alto - disse todo vermelho.

Fiquei ainda mais vermelho. Nem era pra eu comentar sobre um cara que me foçou um beijo e ainda me bateu pois eu não queria o beijar de volta. Não queria relembrar essa história. Eu tive que mudar até de escola, mas como a Grécia é pequenina, eu o encontrei algumas vezes. Entortei a boca e admirei o pé de morangos.

- Um cara ai, que estava me querendo... aliás, quem na Grécia não me queria... - disse não dando muita importância ao que eu dizia. Geralmente falo as coisas, só por falar, sem me importar com o impacto que vai gerar. Enfim, não me importava de ser desejado, só não gostava de ser assediado. Tudo bem, eu tenho uma mania escrota de tocar as pessoas, de me aproximar sem pudores, ficar quase nu e isso dava brechas para que me tocassem em iguais proporções, mas enfim... não gosto de ser tocado de forma tão carnal e sem limites. - Acho que você sabe que gosto de contato, mas as vezes as pessoas confundem sabe? - disse aleatório novamente.

Peguei um morango e o mastiguei, lembrando de algumas moças idiotas. Mas logo lembrei de coisas boas, como meu pai Zarek, minha adorada mãe Deméter, minha amiga crepe-Suzete, até mesmo Jake crianção, irmão do meu Kyle, Lola trovoada, e mesmo o Kyle. Estes se aproximavam de mim dr forma amigável e retribuíam meu toque de forma amistosa, num abraço, num toque de joelhos, ombros, encostadas de cabeça, carinhos, alguns beijos cheios de fraternidade, e etc...Lembrando disso, encosto no joelho de Mell, beijo o mesmo e desço os dedos até seus pés.
- Gosta de massagem? - disse com meu melhor sorriso.

Apertei a planta de seu pé, forçando de leve alguns pontos próximo de seu dedão. Minhas mãos iam e vinham de forma suave ao longo do pé da garota. Eu estava totalmente distraído e entretido com a massagem que estava fazendo, que nem liguei quando ela bagunçou meu cabelo. Geralmente não falo muita coisa, e quando falo é sempre bem aleatório. Prefiro responder o que quero e falar o que desejo, independente do que estão falando ao meu redor. Imitei novamente o Tarzan, com o Uuuuooooo-uuuooo. Sabe? aquele gritinho que ele faz. Enfim. Estralei os dedos do pé dela, e o apoiei em meu peitoral de mármore. Meu corpo quente iria esquentar o pé gelado da garota.

Não sabia o que responder para Mellody. Não havia entendido muito bem sua afirmação. Mas acho que consegui compreender a essência de sua frase. Talvez eu fosse o culpado dos assédios e olhares desejosos, sem ao menos eu saber o porque. Claro, foi essa mania estúpida que me metia em confusões.
- Acho que entendo... - disse me pondo de joelhos. - É tipo assim... - Me inseri entre as pernas menina, subi minha mão direita sobre seu corpo, inserindo-a bem na nuca dela. Inclinei meu peitoral sobre a mesma e deitei minha testa na dela, roçando de leve meu nariz - Eu querer ver seus olhos de pertinho... e pedir em silencio, ou melhor, sem eu saber, que você beije minha boca... - suspirei, molhando o lábio inferior, e logo me afastando de leve.