Floresta - Local Publico

Lugar para saltar de Arvore em Arvore

Valendo as Regras

É, acho que nunca vou aprender a gostar dos filhos da deusa do amor. Não tenho culpa se ela me testou a torto e a direita. E essas crias dela sempre me dão dor de cabeça, até mesmo aquele Leon que insiste em ser meu amigo. Bom, não posso julgar todos eles, mas que todos são estranhos, esquisitos e destruidores de relacionamentos, todos são. É só uma questão de tempo até que cometam o primeiro crime. Dei de ombros ao pensamento e cambaleei para mais fundo na floresta

Assim que não pude mais ver Nathan, dedilhei meus dedos pelos troncos da floresta e segui meu instinto até uma clareira luminosa e florida. Me joguei nas flores e me esbaldei no perfume das mesmas. Os animais me olhavam estranho, mas não tenho culpa se me sinto parta integra da natureza. A terra sujava minhas roupas, mas não dei muita importância ao fato, apenas terminei de me esbaldar no mio das flores - Ai ai... - suspirei. Não precisava dizer nada, minha mãe me entendia muito bem, e sabia que eu não conseguia ficar longe das pessoas. Só espero que dessa vez, não seja um filho mesquinho de Afrodite ou, aqueles metidos filhos de Eros ou Apollo.

Quando estava quase para me entregar nos braços de Morpheu, minha mãe me faz sentir uma vibração estranha vinda da terra. Quando dei por mim, o garoto que havia visto outro dia, estava sentado ao meu lado e comentava sobre o céu e as flores. Não me levantei, apenas toquei o joelho do menino, que estava próximo ao meu rosto e sorri. "obrigado por mais um presente mamãe" - comentei mentalmente e esbocei um sorriso. Vicktor estava bem arrumado para um filho de Hefesto e esbanjava um calor natural que não me era tão incômodo. Arrastei meu corpo pela grama e coloquei minha cabeça entre suas pernas. Espreguicei-me e o olhei de baixo a cima com meus olhos castanhos. Ele não tinha o corpo mole, como o resto das pessoas das quais deitei a cabeça, suas coxas eram fortes e resistentes, quase iguais as minhas. Molhei os lábios e desviei os olhos. Será que ele lembra do outro dia, ou foi apenas um sonho que eu sonhei? Duvida, mas acho melhor não perguntar - As flores são sempre lindas... - comentei com a voz melancólica.

Fingi desinteresse, mas não foi proposital, eu apenas não dei muita bola ao que ele estava dizendo. Seus dedos em meus cabelos eram tão mais gratificantes do que ouvir a minha voz numa resposta sem propósito. Meti os dedos na relva e me deleitei em seus carinhos. fechei meus olhos e respirei profundamente. A sensação de ser cuidado era gostosa e eu adorava quando me tratavam como um animal de estimação. Pouco a pouco sentia que minhas energias iam embora, mas em troca, algumas rosas brancas surgiam ao redor do menino com mãos delicadas. Meu rosto estava calmo e minha boca semiaberta, como se pedissem água para beber. A pele do meu peito exposto estava arrepiada e meus mamilos enrijecidos. Me sentia ótimo e a vontade. Meu silencio era maior do que minha própria vontade e no momento, me encantava permanecer assim.

Embala com a voz do menino. Vicktor cantava a mesma musica que havia cantado um outro dia. A canção era tão bonita e cheia de pesar que me embalava numa saudade da qual eu desconhecia, talvez saudades de casa, do meu pai Zeek, ou quem sabe de Kyle, ou mesmo daqueles que me eram importantes e não estão mais comigo. O que importa agora é que a melodia era linda na voz desse menino e isso me agradava muito. Seus ddos em meus cabelos eram ainda mais cativantes e meu corpo todo ansiava por mais de seus carinhos.

As flores antes brancas tornaram-se rosadas. E cada vez se tornavam amais e mais vermelhas a medida que meu coração acelerava. Mesmo de olhos fechados eu sabia disso. Suspirei, como um gemido ou miado e, espreguicei-me pelo corpo do garoto de Hefesto. Quando acabei de me estigar, agarrei a cintura dele e apoiei minha cabeça na altura do umbigo do menino. Pesei meu corpo e automaticamente o forcei a inclina-lo até deitá-lo no tapete verde da clareira - tão bom.. - "poderia ficar assim para sempre", quis continuar, mas não o disse. MOlhei meus lábios e apertei ainda mais meus músculos ao redor da cintura do garoto com a pele morna. Assoviei a canção que ele entoara.

Seus dedos me forçavam a olha-lo. Seus olhos pareciam me comer vivo, me desejar e essas coisas, tipico das pessoas que queriam meu corpo. Não dei muita importância, já que ele ainda não tentou nada muito estranho. Meus olhos melancólicos respondiam ao seu olhar. Molhei meus lábios sem demora e suavemente os entortei para o lado. Franzi o cenho e o olhei com dúvida. "Você é tão bom" - o que ele quis dizer com isso? Creio que é melhor não saber, vai que eu me constranjo. Se bem que poucas coisas me constrangem nos dias atuais.

Meu coração bateu um segundo mais acelerado e, eu automaticamente larguei o garoto, sentando-me de joelhos, ainda entre suas pernas. As alças do meu macacão estavam caídas, mostrando meu peito nu, até os primeiros gomos do meu abdômen. Deitei o pescoço e fitei o garoto com seriedade. Mesmo não sentindo esse sentimento faz muito tempo, eu ainda o reconheço e o temo, pois nunca sei no que vai dar. É como um choque elétrico que percorre pela espinha e acorda seu cérebro para coisas novas. Seria uma aventura, mas enfim, não posso fazer muita coisa quando sinto esse tipo de coisa. Era um chamado da natureza e eu não podia recusar, mas resistir, isso eu podia.

Por mais que eu odiasse essa canção de amor. Ela ecoava dentro de mim como um disco riscado, sempre tocando a mesma parte. Onde quer que Kyle estiver, espero que ele me perde por tentar seguir em frente. Isso me fez lembrar um outro trecho de uma canção -When i think about you, its hurts, so, so, so much - cantarolei baixinho, enquanto tirava uma das rosas do gramado e enfeitava os cabelos do menino de pele quente e aconchegante. Espero que ele não ache estranho a minha proximidade. Eu me acho intimo de todo mundo, e esse é meu grande defeito. Não sei quando parar, e nem sei se há limite.

Olhei-o com carinho, ainda meio bucólico e abri um dos meus melhores sorrisos. Não é todo mundo que tem a chance de olha-lo, e os que conseguem essa proeza, nunca mais esquecem. Abri um sorriso largo, mostrando meus dentes alvos como uma snowberry. Meus lábios carnudos e vermelhos como pétalas de rosas, se esticavam como um florescer. Meus olhos se estreitavam e se transformavam numa espécie de "olá primavera". Girassóis brotavam por todos os lados, tingindo o ambiente de amarelo. Simpatia, amor, devoção, alegria, amor, confiança e amizade, tudo num sorriso sincero - Bom é ter você aqui comigo... - falei colhendo uma das flores e arrancando algumas pétalas.