Don´t Be Yourself! - Festa Fantasia

O acampamento estava um tanto monótono nos último dias que passavam-se. Muitos dos semideuses que davam uma certa animação estavam fora, as missões os chamavam para fora das linhas seguras do refúgio meio-sangue. Sem os semideuses o local perdia um pouco de sua personalidade que era formada com a ajuda de todas aquelas personalidades, de todos aqueles rostos. Sem isso o acampamento mergulhava em uma mesmice cíclica de rotinas constantes e invariáveis. Naturalmente tudo corria como de costume correria. Talvez o lugar fosse menos imprevisível e inexato do que dava a entender. Filhas de Afrodite reuniam-se em frente ao lago e penteavam-se, maquiavam-se e admiravam-se diante de seus próprios reflexos. Estalidos metálicos vinham da área das forjas enquanto os martelos chocavam-se contra os metais em punho dos filhos do deus dos ferreiros. Os filhos de Apolo participavam de mais uma partida de basquete em frente ao seu chalé e os filhos de Ares caçoavam e esbarravam com os exóticos filhos de Hécate que tentavam realizar alguns feitiços.

Porém Sr. D resolveu adotar uma medita providencial, até mesmo o ultimamente ranzinza diretor precisava de um pouco de animação. O centauro, Quíron, chegou a relutar um pouco, aquele tipo de evento sempre lotava a ala das enfermarias e tirava bastante suor dos curandeiros. Os semideuses exageravam em tudo, não era diferente nas festas e era isso que Dionísio e seus filhos planejaram. Claro que eles tinham consciência que toda festa acabava-se por tornar uma bebedeira, um festival de dançarinos enlouquecidos ou até um belo bacanal de beijos cheios de desejo carnal e vazios de consciência, esta retirada pelos goles de vodca. Natural, adolescentes que expendem tanto tempo treinando, tendo pesadelos com deuses e lutando para sobreviver em um mundo onde monstros com o dobro de sua altura querem te comer, é natural que quando estes jovens de oportunidades escassas tenham uma chance de diversão esbanjem e rompam os limites, afinal os limites já são muitos.

Tudo foi feito da forma mais sigilosa, mas obviamente filhos de Hermes são ágeis e logo descobriram a tramoia. Bastou-lhes informar as filhas de Afrodite e elas mostram-se rápidas quando a pauta é a transmissão de fuxico. Em poucos minutos o acampamento inteiro sabia da grande festa a fantasia que ocorreria naquela noite dentro do grande palco que era o anfiteatro. Os filhos do deus do vinho trataram de organizar tudo, com certa ajuda dos filhos de Deméter para florir o local, dos filhos de Hefesto para cuidar da parte elétrica, as luzes, o som, claro que a ação era serviço dos filhos do deus das festas.

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A noite caiu e prometia derrubar muitos outros. O som logo foi ligado juntamente com as luzes que transcendiam do anfiteatro. Logo na entrada uma faixa estendia-se de ponta a ponta, informava com letras brilhantes ''Don´t Be Yourself''. Era esse o nome da festa onde os campistas podiam brincar de não serem eles, ou, ao menos, de vestirem-se de maneira diferente.

Dentro do Anfiteatro era possível observar o céu escuro cheio de pontinhos luminosos e com uma grande lua reinando na escuridão e iluminando a ocasião. Em cada canto do lugar jazia uma tocha acesa com chamas vivas que dançavam conforme a música. Mesas de madeira escura redondas distribuíam-se pelo cenário encimadas por toalhas vermelhas de seda, e, sobre estas, estavam potinhos com rosas vermelhas, brancas e negras, além de pratinhos de porcelana com algumas dezenas de salgadinhos deliciosos de todas as formas e sabores. Aquele era só o aperitivo, uma pequena amostra dos prazeres alimentícios que a festa guardava.

Havia uma extensa mesa semelhante as do refeitório do acampamento. Sobre está mesa estava um banquete digno dos deuses, mas naquele caso destinado aos semideuses. De um lado havia várias tigelas cristalinas com rios de ponche dos mais diversos sabores e cores. Em seguida havia algumas garrafas de refrigerantes e algumas bebidas alcoólicas escondidas atrás do rótulo da Coca-Cola - artimanha dos filhos de Hermes e Dionísio que fizeram a famosa Aliança da Cirrose. Mais a frente naquela mesa havia pratos maiores com pirâmides ainda maiores de salgadinhos, do queijo a calabresa. Alguns passos e você se depararia com as pizzas que exalavam um aroma atraente digno dos perfumes de Eros e Afrodite. Mais e mais petiscos diversos estendiam-se sobre a grande mesa.

Globos de luz flutuavam bem alto nos ares e enviavam luz para todos os lados. O maior deles estava na pista de dança, inserida a um canto do palco. A pista tradicionalmente formada por quadrados que vacilavam as cores revezando entre si e animando a dança dos semideuses que ali aventuravam-se. Em cada lado da arena havia uma caixa de som do tamanho de um ciclope bem alimentado. O barulho ou música emitido ressoava pelo local e incendiava o corpo dos semideuses.

Tudo estava pronto, agora faltavam os principais protagonistas. Os semideuses teriam realmente uma bela noite pela frente para aproveitarem.

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Informações:

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