Pillars of the Oceans (Missão para Frida + Lola + Michael)

Michael apontava para o céu com sua caneta, parecia uma criança desenhando com canetinha no parede recém pintada de casa, algo que eu entendia muito bem. Infelizmente o garoto não encontrara nada, mas não desistira de procurar, haviam muitos focos e núvens chegando. Olhei para a Frida, ela parecia se dar bem com o tablet, clicando várias vezes na tela, deslizando o dedo e cada vez mais aparecendo imagens. Seu rosto era preocupante, quero dizer, sua expressão não era daquelas "Olhe, está tudo bem, é só uma chuva de verão"

- Pessoal, não tenho boas notícias. – ela fez uma pausa, mostrando realmente que eu estava certa sobre não haver arco-íres e chuva de coca-cola – Primeiro, estamos vendo apenas essa nuvem, mas na verdade estamos cercados por várias. Todas as rotas estão perigosas e como Lola disse, acho arriscado enfrentar um Deus bravo. – A garota parou e mecheu no tablet, ela se dava muito bem com isso, graças aos Deuses – Podemos tentar sobrevoar bem mais baixo que isso, mas podemos sofrer algumas consequências. Essa área parece ser segura para uma possível aterrissagem.

Aterrisar era uma ótima idéia. Olhei para os, lados, sentindo um vento enorme em meu rosto, no geral, até seria bom, mas ele arrepiou minha nuca. Sim, tinhamos que sobrevoar baixo e encontrar algum lugar para pousar, se esconder e não encontrar humanos normais. Se me lembro bem, a névoa faz com que eu vire uma menina rebelde. E aterrisar com um dragão não era a melhor das idéias. Já podia até ouvir nos canais de reportagem "Garota louca sequestra avião e tenta matar dois adolescentes aos redores de NY" É melhor não.

Sky sentiu minha idéia - ou alguma coisa assim, ele parecia me entender completamente - e sobrevoou baixo, saindo da rota de turbulência. Assim que conseguimos manter o equilíbrio me virei para Frida e para Mi.. cadê o loirinho e sua caneta enlouquecida?

- Michael! - gritei desesperada, me virando para a garota morena - Você o viu?

Olhei para o céu, as núvens começavam a ficar mais densas e pesadas, já podia sentir a eletrecidade aumentando. Iria chover. Meus pensamentos estavam a mil. Onde o garoto fora? O que poderia ter feito sair do nosso lado? Ele era maluco? Eu precisava ir atrás dele. Precisavamos estar juntos. Mas, não poderia simplesmente sair feito louca atrás dele com Frida atrás de mim. Além do Mais Sky era um dragão de fogo, e se chovesse, suas chamas não iriam ajudar em nada. Frida era bem melhor na terra, mil vezes melhor que eu, provavelmente. Sky correu em alta velocidade já avançando sobre as núvens, por mais difícil que fosse, eu iria abandona-los se precisasse, mas por enquanto, podia ir o mais rápido possível ao encontro do nosso parceiro sumido . Olhei para Frida, sabendo que esse não era o melhor para ela, mas a escolha seria feita pela mesma.

- Tenho uma idéia de onde o garoto foi - gritei, tentando fazer com que minha voz saisse mais alta do que as rajadas de vento - provavelmente deve ter encontrado algo.. Frida, sei que é bem melhor na terra. E sei que Sky também não se dará bem na chuva. Não sei o que tem lá em cima. Mas.. - parei e pensei, eram dois planos distintos, bem distintos - Olha, você prefere procura-lo comigo, ou quer ir a terra com Sky? Eu posso voar. Mas quero que escolha o melhor para você. Precisamos acha-lo imediatamente, antes que seja tarde demais.

Seguimos o plano de Frida. Voei o mais alto que pude, sabendo que não iria me cansar, graças aos Deuses, o ar rarefeito não parecia fazer nenhum dano em mim. aos poucos, um medo tomou conta de meu corpo inteiro, minha nuca parecia mais eriçada do que o normal, meu coração estava acelerado, o motivo? as núvens pioravam cada vez mais, uma densidão enorme, além de toda aquela eletricidade.. que não existia. Eu podia sentir toda a onda de elétrons vagando por meu corpo, como se ao mesmo tempo tentasse me atacar, mas não conseguisse, o problema é que eu não via nada além de nuvens grossas de chuva.

- O que está acontecendo por aqui - sussurrei.

Voei o mais alto que pude, indo diretamente ao centro da tempestade e subindo cada vez mais. As nuvens eram maiores do que o normal, o que tirava cada vez mais a ideia de uma chuva de verão para refrescar. aos poucos, fui ultrapassando as camadas pesarosas e densas, chegando em seu topo. Para quem nunca viu, não sabe o quanto é incrível. Estar acima de uma tempestade, como se você pudesse controla-la. Infelizmente, eu não estava ali para admira-la.

Vagarosamente, minhas pupilas aumentaram. Meus olhos agora, enxergavam de uma forma nada comum. Era como um cilindro, aos lados um pouco deformado, mas para frente, eu podia enxergar bem melhor, minha vista alcançava pelo menos quinze metros do que eu via. Tomei um susto quando percebi que meus poderes estavam melhorando. ainda planando no ar, passei os olhos rapidamente por toda as nuvens, infelizmente, notando que eu estava certa. Algo havia errado, e eram muitos. A Eletricidade que eu sentia não eram raios, eram espíritos da tempestade.

assim que os notei, me afastei contornando o local o máximo possível longe. Eu precisava avisar Frida, e achar Michael. O problema era que eu sabia que ele estaria enfrentando um. E acho que podiam estar vários no mesmo local. Comecei a descer as núvens, procurando minha amiga, que agora, eu não a mais sentia no céu, nem mesmo Sky. Provavelmente, elas estariam na terra. O melhor local para a Flor da Manhã, Frida.

Ok. Estava preocupada com a chuva, e também com os espíritos da tempestade. Novamente repito. Estava. Assim que vi duas sombras no céu, meu coração se rasgou, talvez de ódio, desespero, medo. Seja lá qual for o sentimento, ele me fez voar em direção aquelas sombras. A eletricidade não surtia efeito no meu corpo, então minha maior preocupação não era virar um torresmo voador. Minhas mãos foram colocadas para trás juntamente com meus braços, evitando qualquer efeito forte de atrito. A chuva aumentara, o que dificultava um pouco minha vista, mesmo assim, eu já havia parado de me focar grandemente. Não é a melhor sensação do mundo você ver seu amigo no zoom, te garanto isso.

Assim que cortei as nuvens mais altas, parei em meio as carregadas, me assombrando com o que vi. Michael estava em Black, que não parecia gostar muito da tempestade, mas observava minuciosamente uma pessoa. Melhor dizendo, um projeto de pessoa, porque, a não ser que meu pai tenha um filho com um raio perdido por aí.. não. Aquilo não era um ser humano comum. Mesmo que se parecesse com um. Além do mais, abaixo dele, um grande espirito das tempestades, em sua forma mais selvagem, um cavalo. Nada disso parecia bom.

Michael parecia sem reação, talvez ele conhecesse aquele rosto.

- Não se assuste... sou eu, não lembra mais de mim? - esta fala confirmou minhas palavras.

Michael não poderia cair nessa. Mas não, a pessoa ofereceu sua mão para frente, como se o chamasse para um abraço. "Um abraço tortuoso" pensei. Ainda sentia eletricidade exalando do ser e não conseguia mais deixar que a cena rolasse e eu fosse somente um publico. Se nós o perdêssemos, a culpa seria minha.

Faltava pouco para alcança-los, mas não sabia se conseguiria chegar a tempo.

- MICHAEL! - gritei, sabendo que minha voz fora forte demais e poderia parar por um momento o que está acontecendo - Não é quem você pensa que é! - me aproximei deles, o puxando pela camisa.

Eu não sabia o que falar, precisava de uma ideia, então virei o garoto para mim. Olhar em seus olhos bem de perto fez com que por um momento nossas reações parassem, a verdade era que eu queria corar, pois não era uma atitude normal minha, mas não podia deixar que ele se hipnotizasse por aquilo, ao que me parecia, aquele rosto era alguém que Michael amava muito o que significava ou que era do acampamento, ou era uma pessoa mortal, cegada pela névoa.

- Pense Michael! - falei, baixo para que ele ouvisse - Quíron não deixaria que um meio-sangue viesse para cá, além do mais, nenhum deles tem um espírito da tempestade como montaria - minha voz tentava soar calma, mas ao invés disso, soava alarmada - E um mortal comum nunca poderia montar em um desses! Lembra da névoa? - falei, esperando que ele acreditasse em mim.

Meus olhos, mesmo que tentando controlar Michael, se fixavam na coisa, e meus dedos passaram levemente no anel, a qualquer momento eu poderia ativa-los.

Lymnades. Então este era o nome do garoto. Não deu tempo de gritar, voar, ativar minha lança ou respirar. Em instantes, o garoto se posicionara atrás de mim e olhei em seus olhos, por mais que a força de suas mãos em meu pescoço me tirassem o ar, dei um grande suspiro assim que vi seus olhos.

Lymnades me atirou para o chão com força, confesso que o primeiro pensamento meu foi "como ele é bonito", mas logo foi substituído por um grito reprimido. Eu estava despencando como um meteoro direto para o chão. Como toda pessoa em desespero, eu tentei me tirar da situação critica que me alarmava, tentando parar minha ida direta ao submundo, o que foi uma tentativa em vão.

Eu caia subitamente, sentindo meus braços e minhas pernas elevarem, não era melhor sensação do mundo, o que tirou totalmente a ideia louca de que um salto livre não seria muito legal. Neste meio momento de desespero que tive uma grande lição de física. Acho que todos já viram aquela experiência da pedra e a pena. Quando você joga as duas, uma do lado da outra, a pena demora para cair, já quando você joga a pedra com a pena em cima, as duas caem na mesma velocidade, isso se explica pelo vácuo que é formado no local onde a pena está. E o que isso tem a ver comigo? Bom, vácuo é igual a ausência de oxigênio. Ausência de oxigênio é igual a Lola sem respirar. Lola sem respirar.. isso é nada bom.

Não deu tempo nem de gritar, me controlar. Quanto mais o ar ia sumindo de meus pulmões, mais eu me desesperava, tentando puxar o ar de todas as formas, eu sabia, iria desmaiar em instantes. E, eu odeio desmaiar. Isso me trás sonhos estranhos. As nuvens escuras foram recebendo pontinhos negros disformes de minha visão até que tudo escureceu.

Eu estava cheirando a grama. Meu focinho tocava devagar a grama enorme a minha frente. "porque a grama está maior" pensei. Continuei caminhando, sujando minhas patas com lama, Algumas formigas passavam e me davam bom dia. Tentei dizer oi para elas, mas só conseguia produzir "au-au". Aos poucos, percebi que umas das gramas gigantes estavam na minha frente e havia um orvalho nelas. Me olhei vagarosamente. Era uma cachorra formosa. Pitbull, com uma mancha nos olhos. Eu não me lembro de ser cachorro, mas nada disso parecia normal. Então alguma coisa me chamou "Lola" virei meu pescoço para trás, balançando o rabo devagar. "Lola, acorde" ouvi novamente. "au-au!" falei, explicando que não queria acordar. Porque? Novamente, me virei para a gota de água. E do nada ela caiu em meu rosto, tudo ficou preto novamente. "Au-au" lamentei, será que isso foi só um sonho?

Não foi nada legal cheirar uma flor gigante. Meu focinho se contorceu e eu lati novamente. Aos poucos meus olhos foram abrindo e acima de mim não estava a libélula gigante, mas sim Frida, que continha um riso. Aos poucos a memória foi voltando e então o filho de Afrodite me voltou a mente. Eu estava sendo jogada pelos ares, havia perdido a respiração, desmaiara e então virara um cachorro. Acho que essa parte era um sonho né? Em fim. Olhei para o céu mas voltei a olhar Frida. Alguma coisa fedia e não era eu. Sei que como guardiã de Perséfone, as vezes eu exalo cheiro de flores, e várias destas vezes, algumas flores com cheiro ruim, mas alguma coisa me dizia que o que estava fedendo era a planta nas mãos de Frida.

Não queria falar nada ainda, Sky respirava fundo, nos empurrando com seu corpo e sua expansão do pulmão. Ele parecia muito cansado, o que era um grande problema. Sorri devagar quando vi as maças perto de sua boca, não queria decepcionar, mas Sky gostava de comer monstros, semi-deuses chatos e claro, fogo. Assim que me levantei, ergui os olhos para o céu.

- Michael está em perigo - olhei, com uma imensa vontade de coçar minha orelha - Um filho de Afrodite. Maligno. Ele que me atirou como um meteoro. Sky não pode voar, e agora, não acho que vá boa ideia voltar por lá. O cara iria nos hipnotizar, de boa. De qualquer forma, precisamos do Sky.. - olhei para meu dragão dormente

Por mais que todos os acontecimentos estivessem interligados, como a chuva, eu virar um cachorro, sky parecer um bebe dormindo e um monte de lama - o que me fez criar uma cara incrível de interrogação, querendo saber o que havia acontecido com a terra e a floresta bonitinha e fofinha - eu não queria atrapalhar mais, não enquanto Sky estivesse naquele estado. Olhei para Frida, sorridente.

- Já venho, vou precisar de você logo mais. - corri para uma parte do caminho que ainda havia plantas.

Olhei para as árvores e ativei meu anel. Uma lança surgiu na minha mão. Por mais que eu soubesse que as vezes errávamos algumas miras, era impossível errar um pássaro. Joguei a lança em direção a uma árvore, pendendo um grande pássaro. Eu odiava matar animais, mas era um caso de vida - dizer morte não faz parte da minha frase, ok?

Corri de volta com a carne sangrando. Isso sim iria alimentar Sky. Coloquei de lado, abrindo um buraco em sua carne e sorri para a garota. Era incrível como ela ficava bonita cheia de lama, cabelos bagunçados.

- Consegue criar plantas? - olhei e pisquei - Já ouviu falar na Tropaeolum majus? Ou melhor, Capuchinha?

Não tive tempo de esperar a garota falar e coloquei as mãos na terra. Por ser guardiã de Perséfone, eu tinha uma grande intimidade com flores, e graças aos Deuses eu conhecia uma grande variabilidade dessas. A Capuchinha era uma flor vermelha, várias vezes usada por tribos indígenas para crianças fracas. Nos dias de hoje, a medicina a usa como tratamento natural para anemia e fraquezas em geral.

Aos poucos as flores foram crescendo no solo, e assim que entraram em sua fase de esporófito eu as tirei do chão, arrancando o caule e raiz e colocando dentro do pássaro morto. Dei a "coisa nojenta" nas mãos de Frida e me aproximei do fucinho gigante de Sky, tocando levemente nele.

- Acorde Bebê! - fiz um pouco de carinho, com uma voz levemente afinada - Mamãe trouxe um presente.

Assim que ele abriu os olhos, peguei novamente o pássaro morto com a planta medicinal e enfiei em sua boca. Se tudo desse certo, ele iria melhorar, nem que fosse um pouquinho.

Ainda sentia uma enorme vontade de colocar o rabo entre as patas e fugir. Na verdade, eu ainda teria que perguntar a Frida o que aconteceu, porque depois que desmaiei, não me lembrava mais de nada. Sky parecia melhorar, mas a verdade era que eu não queria muito saber se ele conseguiria voar ou não. Tinha uma leve impressão de que seria perigoso demais.

Uma onda elétrica cortou os céus, alguma coisa concentrada. Capaz de matar alguém. Ou talvez não. Meu coração subiu pela boca e segurei as mãos de Frida, eu estava com muito medo pelo Michael. Não poderia voar novamente, não podia simplesmente gastar minha energia e depois deixa-los na mão. Frida era a melhor na terra. Provavelmente, melhor que eu. O que me deixava um pouco triste. Eu sabia muito sobre plantas por causa do orfanato que vivi. Alguma coisa de vida solitária. A prova de fogo. Sei que tínhamos conhecimento até dos tipos de arvores que davam mais sombras, venenos de animais. Lendas que poderiam ser reais.

Na minha mente veio a história do João e o pé de feijão. Se eu não me engano, vi esta história quando fui ao cinema com um meio sangue do acampamento, quando fomos assistir o gato de botas.

- João e o pé de feijão. Feijõezinhos mágicos cairiam bem não? - olhei para frida, minha expressão era um pouco séria, mas minha voz contornava isso - só que em vez de ovos de ouro, estaríamos em busca de um garoto. Muito boa troca - sorri.

Olhei para o chão eu não podia fazer mais nada. Era a deixa de Frida. Sky estaria comigo.

- Aqui na terra só consigo criar flores. Não sou a melhor. Você sim, acho que a Floresta amazônica é pouco para o que conseguiria criar. - eu não sei porque falara aquilo, mas parecia ser preciso - tem algum plano em mente? Michael está em perigo, e eu sinto isso.

Frida Parecia estar muito mal. Lagrimas escorriam de seus olhos e não conseguia a ouvir falar. Sky, por outro lado parecia perceber tudo e então encostou seu focinho gigante no rosto da menina, a fazendo soluçar, Tentei senta-la de qualquer forma, por mais que o principiológico dela parecesse muito abalado. Finalmente, quando ela conseguiu falar, eu quase desmaiei, de novo. As noticias me chocaram, mas ao mesmo tempo me aliviaram. Michael estava desmaiado, mas vivo. Frida ainda parecia muito angustiada, então segurei seu rosto, olhando firme para a menina. Meus olhos eram tempestuosos, mas passivos.

- Frida, pare de chorar. Sei que as coisas estão difíceis, mas vamos sair dessa ok? Eu, você, Michael. Nós três - fechei os olhos por um momento - aonde estão os dois?

Frida correu na minha frente, aparentemente mais calma, me levando ao local onde o garoto estava. Atrás de mim, grandes estrondos de coisas caindo. Sky era grande demais para passar por baixo das arvores, ou entre elas. Por isso a maioria delas caia, ou tombava para o lado. Se dragões tinham expressão, sky estava totalmente envergonhado. Tiramos Michael de cima do garanhão negro, que se estabilizou, desesperado ao lado de Sky. Pelo que eu entendia, os dois haviam criado um vinculo. Frida o deitou de forma calma no chão e então me aproximei do corpo. Ele parecia morto.

Sinceramente, minha maior vontade era chorar, mas não. Eu não iria fazer isto. Frida parecia um pouco mais calma, e se eu me descontrolasse, não sei se poderia ajudar. Coloquei as mãos nos peitos de Michael - algo que me faria ficar muito corada, se não fosse pelo fato do garoto estar desacordado - e arranquei sua camisa com força. Seu torax quase se não se movia, o que significa que sua respiração estava falhando. Algo era certo, precisávamos de toda a forma acorda-lo.

Assim que toquei seu peito nú, minhas mãos receberam uma onda de choques razoáveis, que contornaram meu corpo e sumiram, entrando em meu ser de alguma forma. Minha cabeça estava a mil. até que consegui encontrar o erro. Uma onda de eletricidade ainda estava nele, o que é muito ruim, a não ser que você seja meu pai.

Lembrar de meu pai fez um raio partir minha cabeça com uma ideia maluca. Vamos brincar de médico? Uma forma de fazer alguém voltar a vida quando ela parece perder os batimentos cardíacos, a pulsação e a respiração, era nada mais nada menos que o desfibrilador automático.

- Frida, ele está em coma - tentei dizer o mais calmo possível. - Eu vou tentar fazer algo que nunca tentei, mas a recuperação dele dependerá de você. - sorri, amigavelmente, confiava minha vida nela, sabia que a garota daria conta - Procure, crie, bom qualquer coisa. Algumas plantas. Para queimadura, tontura e enjoo. - olhei para o garoto, minhas mãos já estavam formigando, com uma grande porcentagem de eletricidade vindo dela - Eu vou usar uma espécia de DEA humano. - ri - e espero que ele não volte se sentindo um cachorro - parei e pensei, a olhando - aliás, você tem que me explicar o que aconteceu... E.. afaste-se.

Não podia perder tempo. Assim que Frida se afastou (e esperava que tivesse longe o possível para não se machucar, e já achar suas plantas), coloquei minhas duas mãos nas regiões do tórax de Michael, e impulsionei a descarga elétrica. Repeti mais uma vez, esperando que desse certo. Rezei aos Deuses para que desse certo, quando, pela terceira e ultima vez, iria usar o DEA com minhas próprias mãos.