Pillars of the Oceans (Missão para Frida + Lola + Michael)

primeira vez que eu fiz um teste para teatro, fui quase expulsa antes de me apresentar. Isso significava que eu era definitivamente a pior atriz de todas, espero que isso não seja problemas de genes gregos de meu pai. De qualquer forma, apareci balançando as chaves e Michael somente entrou na casa para sair; Ficamos eu e Frida sozinhas. Claro, eu não tinha nenhum problema com ela, mas ultimamente parecia tão quieta, tinha medo de que estivesse brava ou algo do tipo. A menina se levantou indo para o quarto e eu comecei a olhar as fotos. Bom, a casa tinha dono, uma fina camada de poeira nos móveis mostravam que já fazia um tempo que eles haviam saído, talvez, uma viajem. De qualquer forma, meus olhos vazaram ao local, encontrando os quadros.

Era uma família muito bonita. Uma mulher de cabelos castanhos claros e seu marido moreno, um tonalidade que me lembrava uma novela Brasileira antiga: "da cor do pecado". Era um homem muito bonito mesmo, agora, o filho deles havia recebido a combinação perfeita dos dois. Olhos verdes da mãe, pele morena do pai, cabelos meios black mas com um brilho tão imenso que dava vontade de aperta-los. Tinha o sorriso da mãe também. Minha boca foi dizer a Frida a elogiar o garoto quando eu percebi que estava seca. Fui até a cozinha e peguei um copo d'água. A garota, no entanto se aproximou de mim.

- Lola....-Ela deu um grande suspiro -Desculpa por aquilo no terraço. Não queria fazer aquilo, de coração. - então era isso que incomodava a garota?
- Frida, pare com isso, como você ia saber que meu passado é tão ruim assim? - assenti - Além do mais, contar isso para alguém me fez tirar um dos maiores pesos do meu coração, acredite. - Ela abaixou a cabeça, acho que se sentira um pouco aliviada.
- Bom, fico feliz de termos conseguido chegar até aqui, você e Michael estarem vivos.- Ela pegou em minhas mãos e eu a apertei de leve.
- Eu que fico feliz por isso, se você se machucar, ou morrer, eu vou te procurar no submundo pra te matar de novo por ter me abandonado, entendeu?

Frida foi para a cozinha e bebeu um pouco de água. Depois de alguns minutos ela voltou, parecendo um pouco mais.. viva?

- Lola, vou tomar uma ducha. Estou precisando - Levantei meu polegar concordando e fui até a cozinha.

Abri a geladeira novamente. Havia todos os tipos de comida, principalmente queijos. Bom, esperaria Frida para fazer o nosso rango. Enquanto a garota tomava banho, coloquei óleo em uma panela e peguei algumas batatas da geladeira. As facas ficavam em uma gaveta separada ao lado. Peguei uma faca um tanto quanto engraçada, ela tinha as sua base rosa, com algumas flores, aonde que conseguiram isso? Fiquei imaginando o dono da casa com o avental florido cortando as batatas, não era a cena mais séria que eu poderia ver. Comecei a rir descascando a batata e a cortei em tiras.

Ouvi o chuveiro desligando. Frida saiu linda e cheirosa do banho. Meus olhos até brilharam, aquela garota era maravilhosa. Ri com os meus pensamentos. A menina havia lavado seus cabelos, que escorriam em sua roupa aos poucos até suas costas. Ela começou a abrir as coisas, pegando uma panela de Fundi e queijos variados, acho que minhas batatas fritas seriam uma combinação deliciosa. Liguei o fogo, esperando um tempo e então joguei as batatas. Assim que elas fritaram, as tirei, colocando em um papel toalha e um pote, esperando secar.

- Então - comecei a descontrair o local enquanto ela ligava o queijo e colocava um pouco de creme de leite - você ainda não me disse porque eu tenho vontade de latir.. - ri.

Liguei uma panela a mais enquanto nós duas jogávamos a carne. Tirei um pouco de cheedar e bacon e joguei por cima das batatas. Sorri para Frida, acho que ela terminaria rapidamente o Fundi.

- Vou tomar o meu banho agora - sai, indo ao banheiro.

Fui até o local, me lembrando de deixar tudo no lugar que eu achei. O banheiro era maravilhosamente bom. Uma banheira de hidromassagem, vários sais aromáticos. Me despi rapidamente, ligando o chuveiro elétrico (o que significou a água quente em um segundo) Entrei e relaxei. Todo aquele calor foi o suficiente para me fazer bem. Assim que terminei meu momento de Deusa, Tirei a água da banheira, enxugando tudo, sem deixar evidências de que eu passei por ali. Usei os objetos de higiene que Michael havia comprado. Escovei os dentes, o garoto até se lembrou de comprar um lápis de olho! Delineei meus olhos em um simples formato da maquiagem que eu sempre usara: olho de água. Fiz uma trança embutida em meus cabelos úmidos e sai de lá, já sentindo o cheiro delicioso de comida. Caminhei até a cozinha.
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A Janta foi a mais deliciosa de todas, nós cozinhávamos muito bem - ou talvez, a fome era tanta que se tivesse minhocas no nosso prato com baratas, a coisa estaria boa - depois de comer, pensamos em ficar um tempo acordados mas Frida magicamente dormiu. Na verdade, nunca vi alguém dormir tão rápido. Contive um riso sobre isso, eu queria ter esse dom. Normalmente, tenho medo de dormir e sonhos estranhos acontecerem. Isso me lembrava Michael. Aquele meu sonho. Como se ele escondesse algo, por nós. Não eu não iria deixar.

Eu iria ficar de guarda. Não precisava dormir. Não queria. Mas Michael implorou tanto que achei que fosse me matar. Preferi não ver as consequências dos atos secundários e fui para um quarto, bom, pelos carrinhos, helicópteros e uma imagem estranha dele no mar - nos reflexos na água, podia jurar ver uma mulher.. feita de água - eu sabia que o quarto era do garoto. Tudo me deixava com sono, mas aquela imagem não fazia muito bem. No final, o sono me venceu e eu adormeci olhando para a foto misteriosa. Preferia não ter dormido. Odeio sonhar.

Michael e Frida estavam comigo, devia ser o Canadá, havia muita neve no chão. Aos poucos, um lugar sem nada, somente o branco e azul nos deixaram ali. Deixei com que Sky e Black voassem para longe e se aquecessem. Eu sabia que estaríamos perto de Boreas, e Sky não seria nada bem vindo. Michael deixou Black com ele. Mas o clima mudou. Parecia muito úmido e a nossa frente uma cidade e uma floresta, daquelas de folhas secas. Precisávamos todos descobrir para onde era o caminho. o mapa não era tão grande assim para dizer a localização exata. Preferimos nos separar. Haviam muitas pessoas na rua, o que seria um péssimo lugar para batalhas, se algo acontecesse, não seria aqui.
- vocês estão ouvindo isso? - Frida comentou olhando para floresta, ela parecia assustada
- Não - falei - vamos todos juntos?
- Eu vou pela floresta - Frida falou em meio ao nada, ela realmente parecia hipnotizada e começou a andar.
- Frida! - gritei para ela - está louca?
- Eu me viro - ela disse no mesmo tom, sem mudar ao menos uma nota.
- Então eu vou pelo oeste - Michael disse, sorrindo - se cuida menina encrenqueira.
- Ah valeu - eu vou pelo outro lado - olhei para Frida - nos encontramos aqui em meia hora - gritei para que ela ouvisse.
Comecei a caminhar pelo lado oposto o de Michael, entrando em algumas ruas, o sentimento de algo errado ainda tomava conta de mim, mas a vontade de falar logo com o dono da Missão era grande. O problema era que eu não podia simplesmente perguntar em meio a um povo "Oi, você sabe onde fica o palácio do Deus Bóreas? É que eu sou um semi-deus e estou indo lá para fazer uma missão!" Todos iam concordar, ah sim. No minimo iriam chamar a polícia e dizer que uma louca - olhe que minhas roupas e meu cabelo já apresentavam isso - fugiu do hospício. Tirei meus pensamentos quando percebi que não havia mais ninguém na rua. O que era realmente estranho. Foi então que aquela sensação ruim me fez correr. Eu sabia que não era nada bom. Mas então parei abruptamente quando uma criança, de cinco anos e meio, por ai ficou me encarando, seu olhar era sem sentimentos, não sabia se era algo bom ou ruim. O que me fez congelar foi um tridente na mão.
- Devia seguir seus instintos - ele disse como se tivesse pelo menos quinze anos de idade, minha nuca arrepiou - Seus amiguinhos estão em perigo.
- Quem é você.
- Alguém - riu, com aquela risada linda infantil, de alguma forma eu queria abraçar aquela criança para mim - vem aqui.
- Porque iria aí? - olhei ríspida, seus olhos ficaram tristes - como poderia confiar em você? Como vou saber se pode ajudar?
- Descubra por si mesma - onde uma criança daquela idade sabia falar tão bem assim? - Venha! Seus amigos estão para morrer.
Esse tom dele me fez congelar. Verdade ou não, se Frida e Michael estavam em perigo, eu teria que agir de forma idiota. Comecei a me aproximar do garoto devagar, minhas mãos estavam perto de minha espada, qualquer coisa.. não, eu não conseguiria matar uma criança.

Abri os olhos bruscamente com Michael me balançando. Frida não estava lá, mas dava para sentir um cheiro de café incrível. O garoto sorriu para mim, talvez, tivesse ido me acordar. Lembrei de meu sonho, talvez fosse melhor esconder estes detalhes. Será que eles haviam sonhado? Olhei para o menino levantando da cama. Ele parecia preocupado.

- Desculpa, tenho sonhos agitados e.. - lembrei - ai meus deuses! desculpa por não ter ficado de guarda! Eu adormeci!Não, eu não adormeci, eu capotei!

Arrumei meu cabelo que agora parecia um ninho de emas e retoquei a maquiagem. Precisava dizer algo, sabia que ele escondia um jogo importante. Caminhei até a cozinha com o garoto, quando Frida nos viu, me virei para Michael, sorrindo.

- Sabe que pode contar comigo e Frida né? - olhei - Para tudo

Um café da manhã delicioso preparado por uma garota. Três pessoas conversando enquanto comem. Um céu bonito, mesmo que um tanto frio. Isso era realmente normal, mas não para nós. Se fossemos três pessoas comuns, quem sabe amigos de colegial em férias, ou estudantes que dividiam um quarto na faculdade.. Mas não. Eramos três filhos de Deuses, em uma casa que não era nossa e ainda por cima, indo para um lugar, conversar com um Deus que as vezes não é nada acessível. Isso não era normal, para os humanos comuns. Para nós, algo até razoável. O não normal, que digo é a parte de ninguém ter nos perturbado, nenhum monstro a vista, estarmos limpos e com comida no estomago. Isso sim não é nada normal mesmo.

Depois do café terminamos de arrumar a casa, deixando tudo da forma que encontramos, até as dobras mal feitas no sofá, os pelos de cachorro -que eu só havia percebido agora - A única coisa que pegamos foi um pouco da comida. Nada que fosse fazer diferença. A final, o porteiro iria se lembrar uma hora ou outra que nós não morávamos aqui e quando os donos da casa chegassem, pelo menos, não teria evidência nenhuma nossa.

Trancamos a porta e deixamos a chave na portaria, graças aos Deuses nada ocorreu de estranho e voltamos a subir a escadas, indo direto para o terraço. Todos nós parecíamos quietos, depois de uma longa conversa no café da manhã, todos ficamos quietos, por minha parte, era o sonho que me consumia, por mais estranho que parecesse, ele era tão real. Aquela criança.

Frida ficou atrás de nós dois, e pelo jeito, meus pensamentos sumiram assim que vi Sky. Ele parecia maior (como? Eu estou ficando louca) e mais forte, talvez fosse a carne que o revigorou. Michael correu para Black, brincando com ele, Sky me empurrou, fazendo cair no chão.

- Ei, estou de volta ok? - ri para ele.

Começamos a arrumar as coisas. Malas, comidas, tudo. Aos poucos os dois animais de estimação estavam quase prontos. Na verdade, Michael terminou de arrumar Black rapidamente, acho que seu tamanho, um pouco menor ajudava. Assim que vi os dois prontos, coloquei o mapa na mãos do garoto.

- vê ai qual a melhor rota - sorri - estou terminando aqui de colocar as coisas..

Assim que ele começou a examinar o mapa, terminei de arrumar todas as coisas no torço de Sky. Como eram a maioria das bagagens, demorei um pouco para terminar, mas por isso, deu tempo de que Michael visse todas as rotas.

- Pegamos tudo né? - perguntei, mas meu subconsciente dizia que esquecemos alguma coisa... Em fim - E ai? o que achou no mapa?

- Sabe que pode contar comigo e Frida né? - olhei - Para tudo

EI, isso não é nada bom. Assim que Michael falou o nome de nossa amiga, meu corpo doeu, era isso que eu estava esquecendo. Ok. eu devo ser a pior amiga do mundo. Corremos para a porte de ferro vendo se tinha acontecido alguma coisa. "Nada pode acontecer em um predio, né?" Meus pensamentos se quebraram quando em vez da maçaneta abrir, ficar imóvel como se estivesse trancada a anos. Michael e eu começamos a gritar o nome da Frida, mas nada. O único som era de algo batendo na parede, o que não era nada legal. Frida não nos respondia, parecia até que não estava lá. Não eu tinha certeza disso. Olhei para Michael, respirando e tentando manter o controle.

- Sabe as escadas laterais? Eu vou desce-las, ou você pode descer. São somente sete andares, podemos entrar pela entrada de baixo. - olhei, ainda tentando abrir a porta.

MInha vontade era se jogar do prédio, mas não seria muito eficiente chamar a atenção. "olhe! tem uma garota se jogando daquele prédio ali! E ela voa! Sempre vejo isso... Vou continuar comendo meu Dunnets" Não, perfeitamente, não seria assim. Fui até Sky e procurei alguma coisa jogada na minha bolsa, chaves mestra? Não eu não tinha isso.Voltei meus olhares para Michael. Ele ainda tentava abrir a porta, as vezes, tentando cortar com a espada, mas nada parecia dar certo.

- Quer ir ou eu vou? Precisamos agir logo, de qualquer forma, eu estou com um péssimo pressentimento;

Michael deixou que eu descesse as escadas. O começo da escada era um andar a baixo, o que me fez quase rolar prédio abaixo, mesmo assim, consegui o equilíbrio nas pontas dos pés e corri escada a baixo. Acabara de descobrir que se houvesse uma maratona de "quem corre mais rápido a escada" provavelmente eu seria tricampeã. Continuei correndo e quando estava próximo do 3º Andar, ouvi um grande barulho e um pó branco caiu sobre minha cabeça, olhei fixamente para o chão, não seria nada legal que aquele pozinho entrasse no meu olho. "Acho que Michael conseguiu entrar por cima.. e acho que não existe mais porta" Todo aquele barulho fez chamar muita atenção. A maioria das pessoas estavam olhando para fora da Janela. Ok, na lista minha "não chamar atenção", esse tópico estava totalmente, completamente e inteiramente riscado.

Mas, toda confusão deu sorte. As escadas de emergência davam direto para as janelas da sala, e assim que olhei para dentro da casa do andar 3, não havia ninguém lá. Ao contrário disso, duas crianças olhavam assustadas para o topo do prédio pela Janela.

- Será que é um ET? - o menino perguntou
- Cala Boca Justin. é a fada dos dentes! - a menina com umas janela imensa na boca pelos dentes caídos disse.

Não fiquei muito tempo para ouvir a conversa dos dois, e achava que nenhum deles tinha razão. Abri a janela e entrei na sala, correndo para a porta; Agora, estava no corredor. Cheguei até a porta da escadaria de incêndio e a abri, esperando que a mesma não estivesse trancada.

Meus dois amigos agora pareciam bem. Michael levou Frida para um canto enquanto eu encarava a mulher. Tudo estaria muito bem se não fosse o fato de que parecia uma laranja voadora, mas não quis comentar em bom som, achava que aquela flauta não deveria ser a coisa mais fofa do mundo.

A mulher era muito bonita, assim que olhei novamente Frida e Michael, percebi os ouvidos dela avermelhados, pequenos fios Escarlate caiam de seu ouvido, deixando pingos no chão. Uma raiva ecoou dentro de mim, tomando conta de meus pensamentos e de meu corpo, seja lá o que for aquela laranja voadora, eu iria manda-la para o Submundo. Minhas mãos estavam localizada em meus pertences, qualquer movimento e eu atacaria.

- Quem pensa que é? - cerrei os dentes.

A mulher guardou sua flauta em um acessório feito especialmente para isso e começou a caminhar em minha direção. Minhas mãos se fechavam com tamanha força que deixaram a circulação parada, avermelhando toda a região, meus olhos trovejavam, de raiva, medo, angustia e uma imensa vontade de correr subia por todo o corpo, mas era rejeitada pelas minhas ações, que continuavam fixamente olhando para a mulher de armadura laranja.

Minha boca estava seca e mesmo sem a flauta, meus ouvidos chiavam. Era como se estivesse ocorrendo uma microfonia no prédio ao lado, perturbando qualquer outro som que estivesse ao alcance. Fechei os olhos com força, piscando algumas vezes para me concentrar na garota. Por mais que tivesse uma beleza exuberante, sua aurea era tão negra que não deixava focar nesta beleza, era como se seu interior falasse mais alto. Cerrei os dentes, olhando fixamente para ela, não ia me dar por vencida.

- Devia se chamar interferência - sorri maliciosamente - não vê que está atrapalhando?